segunda-feira, dezembro 05, 2022

Exército desfaz sonho da intervenção militar, mas os manifestantes mantêm a mobilização


Comandante militar do Exército no Nordeste visita o Piauí - YouTube

Freire Gomes está sepultando os sonhos golpistas de Bolsonaro

Carlos Newton

É inacreditável o que acontece na política brasileira, que vive em estágio de total surrealismo. A possibilidade de intervenção militar já foi descartada pelo Alto Comando do Exército, que  decidiu não antecipar a troca do comandante da Força, como chegou a se aventado, e vai esperar a posse do presidente eleito Lula da Silva (PT) para preparar as formalidades para a passagem do comando, segundo revelou o excelente repórter Cézar Feitoza, do Estadão, com absoluta exclusividade.

A demissão coletiva dos três comandantes militares (Exército, Marinha e Aeronáutica) era a última tentativa de forçar uma “intervenção federal” para impedir a posse de Lula da Silva e Geraldo Alckmin.

TUDO ACERTADO? – Essa possibilidade de demissão coletiva teria sido tratada na reunião entre Freire Gomes (Exército), Baptista Júnior (Aeronáutica) e Almir Garnier (Marinha) com o presidente Jair Bolsonaro (PL), na semana passada. A ideia foi aceita entusiasticamente pelo brigadeiro Baptista Júnior, que é assumidamente bolsonarista e já marcou para 23 de dezembro a posse de seu suposto substituto.

Mas o comandante do Exército, general Freire Gomes, preferiu consultar o Alto-Comando, na  última quarta-feira (dia 30), durante reunião ordinária do colegiado, que é integrado por outros 15 generais de quatro estrelas.

Segundo a oportuna reportagem de Cézar Feitoza, a maioria do Alto-Comando resolveu repudiar a proposta, porque a demissão coletiva dos comandantes militares, em protesto contra a vitória eleitoral de Lula da Silva, seria uma medida inédita, com potencial para esgarçar ainda mais a relação dos militares com a gestão petista, e fortalecer as manifestações antidemocráticas diante dos quartéis.

TRADUÇÃO SIMULTÂNEA – A decisão do Alto Comando foi manter a transição como sempre foi feita, deixando para o futuro presidente Lula a responsabilidade de nomear os novos comandantes.

Isso significa que está afastada praticamente a possibilidade de intervenção federal, novo codinome de golpe militar, porque Aeronáutica e Marinha não têm condições de se sublevarem sem apoio do Exército.

Mesmo que os comandantes da Aeronáutica, brigadeiro Baptista Júnior, e da Marinha, almirante Almir Garnier, deixem o cargo antes da posse de Lula, o Exército tem condições de manter a normalidade democrática. Mas a quem interessa haver conflito armado?

Manifestantes fazem vigília em frente ao QG do Exército em Brasília | O Antagonista

Manifestantes mantém a vigília diante dos quartéis

SILÊNCIO PROFUNDO – Diante dessa situação, caberia ao presidente Jair Bolsonaro desistir da intervenção militar e vir a público para pedir que os manifestantes e caminhoneiros desfaçam seus acampamentos.

No entanto, Bolsonaro mantém-se em silêncio profundo, como se não tivesse a menor responsabilidade no caso de agravamento dos atos de violência nos acampamentos e rodovias bloqueadas.

Ou seja, continua apostando no pior, demonstrando ser um líder impiedoso, ao agir como um mau militar e também como um mau político.  

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P.S. 1 – 
Sem o Exército, não há golpes aqui na filial Brazil. E sem apoio da matriz U.S.A., a hipótese fica ainda mais afastada. Justamente por isso, é importante que Lula viaje para a matriz U.S.A, onde é esperado pelo CEO Joe Biden. Ao receber o presidente eleito no Brasil, o dirigente da matriz U.S.A vai estar sinalizando uma bela mensagem democrática à filial Brazil.

P.S. 2 – Bem, este é o quadro de hoje, 5 de dezembro, quando chega a Brasília o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jack Sullivan, que já tem reunião marcada com Lula, mas não agendou reunião com o ainda presidente Jair Bolsonaro.

P.S. 3 – Vamos agora ao que interessa. Nas oitavas de final, as equipes mais fracas abandonam um pouco a retranca, para tentar a vitória, e os favoritos começam a predominar. Até agora, nenhuma surpresa, com Holanda, Argentina, França e Inglaterra passando às quartas de final. Contra o Brasil, as demais seleções costumam fechar a defesa, por isso é preciso jogar com três dribladores para abrir espaço e com laterais que avancem. Mas Tite é retranqueiro, só escala dois dribladores (Neymar e Vini Jr,) e só chamou um lateral que avança (Daniel Alves), que não será mais escalado, apesar de ter jogado bem contra Camarões, inclusive mostrando também excelente preparo físico. Com Tite, o Brasil pode até ganhar a Copa, mas muita gente se arrisca a morrer de enfarte ou de raiva. (C.N.)