sexta-feira, setembro 30, 2022

Sem mandato, Simone Tebet ficará fora da política e do sonho de chegar à Presidência

Publicado em 30 de setembro de 2022 por Tribuna da Internet

Em São Paulo, Simone Tebet condena campanha por voto útil | Jovem Pan

Agora, Simone tem de escolher qual caminho vai trilhar

Vicente Limongi Netto

Passadas as eleições, Simone Tebet vai ter que pensar na vida. Mandato dela termina em fevereiro. Perdeu o mel e a cabaça. Perdeu, também, a liderança que apregoava ter, em Mato Grosso do Sul, para a ex-ministra da Agricultura e virtual senadora eleita, Thereza Cristina.

Com apoio do agronegócio, Simone Tebet, sim, tem café no bule para voos políticos maiores. Para não ficar chupando o dedo, com o habitual ar de sabidona, poderá ser candidata, em 2024, a prefeita ou a vereadora.

A FILA ANDA – Bobagem se encher de vento e cultivar ilusões e pretensões presidenciais, novamente em 2026. A fila anda. Em política, mais ainda. Pode tirar a onça ou o cavalo da chuva porque, neste caso, embora estejamos longe, não terá novamente o apoio do MDB. Simone que arrume a trouxa e vá cantar noutro partido.

Também não sonhe com algum cargo no próximo governo. Lula ou Bolsonaro querem vê-la pelas costas, embora seus apaniguados já estejam animados nas plantações de notas, para ver se cola.  Até 2026, admitindo que seja prefeita, não terá mais a visibilidade que teve, nas atuais eleições, porque não empolgou, não teve votos suficientes para decolar nem competência para aproveitar.

Nessa linha, nome dentro do MDB que não pode ser desprezado, nas próximas eleições, é o do jovem governador do Pará, Helder Barbalho, recordista no país todo em votos suficientes para reeleger-se governador, no primeiro turno. Números indicam que Helder tem 72% das intenções de votos.

DUPLA SERTANEJA – Mostre desapego e autocrítica, senadora, espelhe-se em Helder. Filho e cria do pai, ex-governador, ex-ministro, ex-presidente do senado e atual senador Jader Barbalho. Do grupo dos experientes caciques do MDB, que Simone tratou mal, achando-se rainha da cocada. 

Mas se nada der certo na política, para Tebet as más línguas sugerem que forme com a senadora Soraya Thronicke, a dupla sertaneja Simone e Soraya. Mostraram na campanha que têm gogó e talento musical para substituir as irmãs Simone e Simaria.

“Boa idéia”, exclamam admiradores da música sertaneja, com alusão a famosa cachaça, já que Simone empacou nos 5% nas pesquisas e Soraya, por sua vez, atolou dos 1%. Juntando as duas, deu 51!

CENTRÃO SE ADAPTA – O colunista Luiz Carlos Azedo (Correio Braziliense – 29/09) afirma que o “Centrão sai de fininho da campanha de Bolsonaro”. Para mim não é novidade. Sobre os fariseus do Centrão, recordo o que enfatizei aqui na Tribuna da Internet, em   abril de 2021:  São leais enquanto ganham tudo que exigem do governo. São diabos gulosos fantasiados de núcleo político. Com eles a lua-de-mel tem prazo de validade.

Por fim, cumprimentos à TV-Globo pela extraordinária e histórica  série “Brasil em Constituição”. Trabalho jornalístico exaustivo e completo. Elaborado com esmero e riqueza de detalhes. As reportagens da série traduziram, relataram e enfatizaram a importância da Carta Magna nos anseios e na vida dos brasileiros. Ela garante e protege direitos. Moderna e pioneira, precisa ser respeitada e preservada.

No próximo dia 5 a Constituição completa 34 anos de promulgação. Tive o prazer de compartilhar episódios da série com o emocionado ex-deputado, ex-senador e ex-ministro da Justiça, Bernardo Cabral. Hoje com 90 anos de idade, Cabral teve papel de destaque na Constituinte. Como relator-geral, foi responsável pela redação definitiva da “Constituição Cidadã”, como definiu Ulysses Guimarães.