Publicado em 27 de maio de 2022 por Tribuna da Internet
Deu em O Tempo
O presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes e Edson Fachin. Em sua live semanal, Bolsonaro gastou grande parte do tempo vinculando os ministros a seus adversários e criticando o chamado PL das Fake News, em tramitação no Congresso.
O presidente acusa três ministros do Supremo de trabalharem pelo texto, em referência a Fachin, Moraes e também a Luís Roberto Barroso. Segundo ele, o projeto só não teve a urgência aprovada na Câmara pois ele próprio teria entrado em campo para barrá-lo.
OBJETIVOS ELEITORAIS – Ao falar dos ministros, Bolsonaro vinculou Fachin ao MST e à campanha de Lula. Ao falar sobre a decisão que anulou as condenações de Lula, ele afirmou que o ministro do STF tinha objetivos eleitorais.
“Um tremendo desgaste do senhor Fachin, sabe disso, lá do Paraná. A gente sabe a vida pregressa dele, ele foi um militante de esquerda, advogado do MST. Isso é verdade, não é fake news, temos até vídeo dele falando isso aí. E ele botou o Lula para fora. Botou para fora só para vê-lo livre, porque ele, segundo o Supremo, ele é elegível. Então, ele disputa as eleições. Então, o que a gente entende pro lado de cá é que ninguém vai colocar o cara pra fora com condenações grandes em três instâncias simplesmente para ficar passeando por aí, né? Com sua namorada, noiva e agora com sua jovem esposa. Colocou para fora, no meu modesto entendimento, para ser presidente da República”, disse.
LIBERDADE DE EXPRESSÃO – Sobre Alexandre de Moraes, Bolsonaro leu reportagens de portais com opiniões do ministro para também criticar.
“Um ministro do Supremo Tribunal Federal, que jurou respeitar a Constituição, falar em falsa ideia de liberdade de expressão? Liberdade você tem ou não tem. E quem extrapolar, existe legislação para isso. Injúria, calúnia, difamação, e a pena geralmente e pecuniária, não é perda de liberdade”, afirmou.
Bolsonaro ainda disse que Moraes fala de milícias digitais e gabinete do ódio mas não apresenta qual seria o produto desse trabalho. Na live, ele ainda voltou a criticar as urnas eletrônicas e citou um inquérito que investigou o ataque hacker a dados administrativos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Os radicalismos são autofágicos e se alimentam de si mesmos. Porém, nessa briga de supremas vaidades, é Moraes que fornece munição a Bolsonaro. Se o ministro-relator não perseguisse insanamente Daniel Silveira, aplicando-lhe multas e bloqueios que teoricamente impedem o deputado de ter dinheiro para sequer manter e alimentar sua família, algo nunca visto em qualquer país democrático, o presidente Bolsonaro não teria argumentos para atacar o Supremo. Moraes e Bolsonaro são radicais desequilibrados. Como se dizia antigamente, um pelo outro, e não quero troca. (C.N.)