Jorge Vasconcellos e Ingrid Soares
Correio Braziliense
País que abriga 60% da Amazônia, o Brasil assinará, durante a COP26, em Glasgow, na Escócia, um acordo internacional essencial para a preservação das florestas. A informação é do secretário de Assuntos Políticos Multilaterais, Paulino Franco de Carvalho Neto, do Ministério das Relações Exteriores.
“Enviamos comunicação formal aos promotores da iniciativa, confirmando nossa adesão. Isso demonstra, uma vez mais, a nova postura brasileira de compromisso com os temas de desenvolvimento sustentável e especificamente sobre mudança do clima”, disse.
ENERGIAS FÓSSEIS – “O Brasil tem a expectativa de que as maiores economias mundiais farão também sua parte, em especial na redução do uso de energias fósseis, causa principal do aquecimento global”, acrescentou.
O Forest Deal — acordo sobre preservação das florestas — é um dos maiores pontos da COP26, que começa neste domingo e irá até 12 de novembro. O documento busca permitir a definição de objetivos claros, em nível mundial, sobre a redução do desmatamento e da degradação dos solos até 2030.
Relatório do coletivo de ONGs Observatório do Clima mostra que as emissões de CO2 do Brasil aumentaram 9,5% em 2020, apesar de a média mundial ter caído em 7% devido à pandemia de coronavírus, que reduziu o transporte e a produção industrial.
DESMATAMENTO – A exceção é devido ao “aumento do desmatamento no ano passado, em especial na Amazônia, que colocou o Brasil na contramão do planeta”, apontou o Observatório do Clima.
O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou, na segunda-feira, que o Brasil deveria se apoiar nas “armas da diplomacia” para defender seus interesses sobre a Amazônia em Glasgow e negociar “para que o país seja compensado” por preservar o bioma.
Mais uma vez, o presidente Jair Bolsonaro não participará da COP. Ele será representado pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, apesar de estar na Europa para a reunião do G20, em Roma (leia reportagem abaixo).
VÍDEO GRAVADO – Segundo o Palácio do Planalto, “por motivo de agenda”, o chefe do Executivo enviou um vídeo gravado aos organizadores do evento.
Mourão saiu em defesa de Bolsonaro e disse que ele tem uma “equipe robusta” para representá-lo. “O presidente Bolsonaro sofre uma série de críticas. Então, ele vai chegar a um lugar em que todo mundo vai jogar pedra nele? Está uma equipe robusta lá, com capacidade para levar adiante a estratégia de negociação”, frisou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Sobre preservação florestal, o Brasil pode assinar os tratados que bem entender, porém nenhum outro país acredita que irá cumpri-los sob o governo de um presidente despreparado como Jair Bolsonaro. O problema é esse. Não adianta dizer que pretende preservar, se praticamente não existe mais fiscalização. (C.N.)