Publicado em 28 de setembro de 2021 por Tribuna da Internet
Por G1
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse na manhã desta terça-feira (28), ao disparar críticas contra a política de reajustes da Petrobras, que o “Brasil não pode tolerar gasolina a quase R$ 7 e o gás a R$ 120” e que a casa irá discutir “alternativas” — à tarde, ele afirmou que colocará em votação um projeto que estabelece um valor fixo para o ICMS, imposto estadual.
Lira fez a crítica no mesmo dia em que a Petrobras anunciou um aumento para o preço do diesel que entrará em vigor na próxima quarta-feira (29). A estatal anunciou que vai elevar o preço do diesel vendido às distribuidoras. Com o reajuste, o preço médio de venda do diesel A passa de R$ 2,81 para R$ 3,06 por litro, refletindo reajuste médio de R$ 0,25 por litro.
Segundo a Petrobras, a alta de 8,89% vem após 85 dias de preços estáveis para o combustível. A Petrobras não divulgou reajuste nos preços dos demais combustíveis.
COLÉGIO DE LÍDERES – “Nesta quarta-feira vamos colocar alternativas em discussão no Colégio de Líderes. O fato é que o Brasil não pode tolerar gasolina a quase R$ 7 e o gás a R$ 120”, disse Lira em uma rede social.
Na segunda-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que estuda maneiras de reduzir o preço dos combustíveis. No mesmo dia, porém, o presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, afirmou que a política de preços da estatal será mantida, anunciando que os valores podem subir.
Na rede social, Lira atribuiu a disparada nos preços dos combustíveis e do gás de cozinha à alta do dólar e petróleo e, citando um diretor da Petrobras, defendeu que sejam buscadas “outras soluções” para evitar os frequentes aumentos de preços.
DEVER DE CASA – “A Câmara dos Deputados está fazendo seu dever de casa para o país retomar a economia respeitando os limites fiscais e sendo responsável em todas as suas sinalizações para o mercado. Mesmo assim, o dólar persiste num patamar alto. Junto com a valorização do barril de petróleo, a pressão no preço dos combustíveis é insustentável”, afirmou Lira.
À tarde, ao lado do presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia de entrega simbólica de 200 casas populares no município de Teotônio Vilela (AL), Lira atribuiu a elevação de preços dos combustíveis ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), tributo estadual.
“Ninguém aguenta mais dólar alto, ninguém aguenta mais combustível. E sabe o que é que faz o combustivel ficar caro? São os impostos estaduais. Os governadores têm que se sensibilizar, e o Congresso Nacional vai debater o projeto que trata do imposto de ICMS, para que ele tenha valor fixo, que ele não fique vulnerável aos aumentos do dólar, porque esse a gente não controla”, afirmou Lira.
BOLSONARO APLAUDE – A tese é a mesma propagada pelo presidente Jair Bolsonaro, que elogiou a declaração de Lira. “Fiquei muito feliz de ouvir dele que a Câmara deve colocar em votação nesta semana a questão dos impostos estaduais. Esperamos — não depende do Arthur Lira, depende individualmente de cada parlamentar, como os aqui presentes Elmar Nascimento, Marx Beltrão e SergioToledo — a aprovação desse projeto que visa cumprir o dispositivo constitucional, onde o ICMS deve ter um valor fixo no Brasil”.
“Não pode — cada vez que reajusta o combustível, por força de lei, lei da paridade, que leva em conta o preço do barril de petróleo fora do Brasil e o preço do dólar aqui dentro — também majorar o imposto estadual como se tivesse também ele vinculado à lei da paridade”, afirmou Bolsonaro.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É triste constatar a ignorância dos homens públicos brasileiros, como Jair Bolsonaro e Arthur Lira. Ambos revelam o desejo de praticar preços menores para os combustíveis e culpam os governadores, que pouco têm a ver com isso, é só baixar o ICMS ao patamar anterior. A culpa é da atual política de preços, que só é usada por dois países – Brasil e Argentina, ambos exemplos de péssima administração. Assim, enquanto a matriz USA aumentou a gasolina este ano em 12%, a filial Brazil já estava em 51% e parece que aumenta ainda mais nesta quarta-feira. Mas Bolsonaro e Lira não têm a menor noção dos preços na matriz USA, onde o aumento maior foi no ano passado. A ignorância reina. (C.N.)