segunda-feira, maio 31, 2021

Sinal dos bons tempos! Pela primeira vez, em 143 anos, uma mulher comanda a redação do Washington Post


Sally Buzbee

Sally Buzbee foi homenageada após ser escolhida

VICENTE LIMONGI NETTO

Notícia pouco divulgada, auspiciosa, desafiante e tocante: Pela primeira vez, em 143 anos, uma mulher vai comandar a redação do famoso “Washington Post”. Trata-se de Sally Buzbee, atualmente vice-presidente da agência Associated Press.

A partir de junho, Sally assumirá o comando de quase mil profissionais. Nessa linha, observo e saliento que a jornalista Ana Dubeux, que não conheço de vista nem de chapéu, diria Machado de Assis, exerce a diretoria de redação do Correio Braziliense com dedicação, isenção e competência. Os textos dela são incisivos.

ANALISA OS DESTAQUES –  A diretora do Correio costuma fazer um apanhado dos fatos relevantes da semana. Notícias que estimulam a fé e a confiança no ser humano. Ana Dubeux também não escamoteia acontecimentos que brutalizam a sociedade. Geralmente atrelados na covardia, na hipocrisia e na torpeza do patrulhamento sórdido e atrasado.

No Correio do dia 16, Ana Dubeux foi certeira com o desapontamento e a chatice dos rancorosos que vivem no mundo da lua e não admitem que o jornal edite verdades que doem. Mudem de jornal ou sejam donos de um. Patéticos e medonhos.

“O fato é: o Brasil não levou a sério a pandemia. Negligenciou os cuidados, recusou vacinas, debochou dos alertas científicos, sapateou em cima das estatísticas de morte. Só a verdade resgata a paz”, escreveu a diretora.

CONFIAR NO CENTRÃO? –  Sem novidade – pelo menos para mim e leitores da Tribuna da Internet. Nada de modéstia. Sexta-feira, o Estadão publicou artigo do “The Economist”, intitulado “Bolsonaro, um presidente sob cerco”. Termina com palavras luminares de Rebeca Lucena, da Consultoria BMJ, como se estivesse descobrindo nova vacina contra a covid: “O Centrão não é leal. Se o navio estiver afundando, eles vão mudar de barco”.

É mesmo, Rebeca? Nada diferente do que escrevi, aqui na nossa Tribuna, no meu artigo do dia 23 de maio: o Centrão é volúvel e guloso. Seus membros odeiam dieta. Apoiam e mostram-se fiéis a quem oferece mais vantagens.

Nesse sentido, a leitora Thelma B. Oliveira também argumenta firme e forte.  É cáustica e certeira (16/5): “O povo espera que se cumpra toda a investigação, mesmo após o morticínio. Não é simples troca de ofensas. Faltou vergonha na cara ao apostar em tratamento fajuto.  A verdade deve prevalecer, mesmo tardiamente. Por mais dolorosa e escabrosa que seja”.

NO “MODO IRONIA” – Bolsonaro vibrou com a iniciativa norte-americana de sortear rifa para premiar quem se vacinou contra a Covid. A jovem Abbigail Bugenske, 22 anos, de Ohio, foi a vencedora e ganhou 1 milhão de dólares.

O presidente Bolsonaro deu ordens expressas para a Caixa Econômica Federal, o BNDES, a Petrobrás e o Banco do Brasil façam o mesmo, distribuindo prêmios através de rachadinha, desculpem, através de raspadinha.

Mandou Paulo Guedes raspar o cofre. Tudo pelas vacinas. Bolsonaro vai calar a boca dos adversários. O Brasil acompanha e sabe que é essa a maior preocupação do presidente Bolsonaro desde o início da pandemia.

PRÊMIOS BOLSONÁVEIS – Os brasileiros sorteados na megaoperação contra a Covid-19 ganharão latas de leite condensado e caixas de chicletes e de cloroquina pelo resto da vida. Também serão homenageados com churrasco na mansão do senador Flávio Bolsonaro.

Os felizardos serão vacinados por notáveis brasileiros. Entre eles, o próprio Bolsonaro, o general Eduardo Pazuello, além de Fabrício Queiroz, Augusto Aras, Arthur Lira, André Mendonça e pelos irmãos Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro.

Senadores da tropa de subservientes de Bolsonaro, na CPI da Pandemia, como Eduardo Girão e Marcos Rogério, também sonham em participar da operação. Ficarão radiantes e eternamente agradecidos ao mito, e isso nem Freud explica.