Gerson Camarotti
G1 Brasília
A maior preocupação de senadores governistas na CPI da Covid tem nome e sobrenome: general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde. Pelo histórico de Pazuello em convocações anteriores, o temor é que ele repita na CPI uma fala confusa e contraditória que possa expor ainda mais as fragilidades do governo Bolsonaro.
Quando estava no comando da Saúde, Pazuello era blindado e tinha o aval para evitar entrevistas, para não correr o risco de questionamentos que evidenciassem as ações falhas de planejamento da pasta para o enfrentamento da pandemia de coronavírus no país.
POTENCIAL DE ESTRAGO – Há consenso entre articuladores políticos do governo do potencial de estrago do ex-ministro com desempenho sofrível na CPI.
Desde que deixou a pasta, Pazuello tem sido blindado pelo Palácio do Planalto.
O presidente Jair Bolsonaro chegou a prestigiar pessoalmente o general num evento em Manaus na semana passada, logo depois que o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten, afirmou que o atraso do governo na aquisição de vacinas foi motivado por “incompetência” e “ineficiência” do Ministério da Saúde.
SEM MÁSCARA – Mesmo no foco do noticiário, neste final de semana Pazuello foi flagrado num shopping de Manaus sem máscara.
“A maior fragilidade do governo na CPI é o próprio Pazuello. Por tudo o que ele já falou e fez, será preciso muito cuidado. Ainda mais que ele estará num ambiente de pressão”, disse ao Blog um senador governista.