segunda-feira, fevereiro 22, 2021

Além de Daniel Silveira, investigação do STF incrimina Carluxo e assessor de Bolsonaro


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O futuro de Jair Bolsonaro depende de Alexandre de Moraes

Carlos Newton

Há vários inquéritos no Supremo que investigam direta e indiretamente o presidente Jair Bolsonaro. Três deles, relatados pelo ministro Alexandre de Moraes, serão concluídos no próximo dia 15 – atos antidemocráticos, fake news e interferência na Polícia Federal.

O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) já vinha sendo investigado em um desses inquéritos, porque a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal comprovaram relações dele com empresários e blogueiros bolsonaristas, assim como sua atuação para incentivar a realização de um ato diante do Forte Apache, Quartel-General do Exército, em Brasília, ocorrido em 19 de abril, marcado por ataques ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal, com a presença de Bolsonaro e alguns ministros.

PAPEL DE DESTAQUE– Segundo reportagem de Aguirre Talento e Bela Megale, em O Globo, as manifestações de Silveira nas redes sociais foram um dos principais exemplos usados pela Procuradoria para solicitar a abertura do inquérito dos atos antidemocráticos.

A investigação descreve que Silveira teve papel de destaque na organização do ato, sempre defendendo o fechamento do Supremo, a intervenção militar e a edição de um novo Ato Institucional nº 5. Comprovou-se também o uso de dinheiro público, da cota parlamentar de Silveira, para a produção e publicação de vídeos atacando as instituições democráticas.

Esses acontecimentos estão sob análise dentro do inquérito dos atos antidemocráticos. Além desses fatos, Silveira foi denunciado pela Procuradoria na semana passada, sob acusação de crimes ao proferir ofensas e ameaças aos ministros do STF, o que também resultou em sua prisão em flagrante.

CARLUXO E ASSESSOR – Esse inquérito dos atos antidemocráticos tem ligações com a investigação das fake news. Em ambos os casos, ficou comprovada a participação do chamado gabinete do ódio, que funciona no terceiro andar do Planalto. As apurações da Polícia Federal incriminam o vereador Carlos Bolsonaro, o Carluxo, e o assessor presidencial Tércio Arnaud Tomaz, que comandam o gabinete do ódio e a produção de falsas notícias.

As investigações sobre fake news, atos antidemocráticos e interferência na Polícia Federal terminam dia 15 de março. As apurações se interligam e exibem o conjunto da obra do presidente Bolsonaro, que chegou ao clímax com a atuação da Agência Brasileira de Inteligência para anular as acusações contra o filho Flávio Bolsonaro, algo jamais visto na História da República.

Se o ministro Alexandre de Moraes concluir pelo envolvimento do presidente, o que é mais do que óbvio, e pedir a abertura de processo, será iniciada a tramitação do impeachment de Bolsonaro, via Supremo. Mas quem se interessa?