segunda-feira, fevereiro 22, 2021

Ajuste fiscal imaginado por Paulo Guedes só funcionaria se o consumo estivesse aquecido


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Charge do Nani (nanihumor.com)

Pedro do Coutto

Reportagem de Geralda Doca e Manoel Ventura, O Globo de sábado, revela que o ministro Paulo Guedes, derrotado no caso da Petrobras, joga seu destino no governo com o projeto de ajuste fiscal. Doca e Ventura acentuam que se o ajuste fiscal que propõe perder no Congresso, Guedes deixará o governo.

O episódio da Petrobras o enfraqueceu sensivelmente, pois infantilmente apoiou os reajustes da gasolina e do diesel fixados por Castello Branco, exonerado por Bolsonaro exatamente por esse motivo.

UM ACUMULADOR – Na minha opinião as dificuldades de Guedes são muito grandes sobretudo porque, como disse em artigo anterior, ele acumula quatro ministérios, e também o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e ainda por cima fixou em 16 bilhões de reais o preço, muito baixo, até ridículo,  para privatizar a Eletrobras.

Aliás, essa privatização é prevista apenas para o controle acionário, uma vez que 49% da empresa permaneceriam estatizados.

As dificuldades se projetam em torno de Paulo Guedes, fechando-se como um obstáculo a ser transposto.

AUXÍLIO EMERGENCIAL – Na Folha, Eduardo Cucolo revela que, em termos de auxílio de emergência, a questão se agravou no caso dos trabalhadores informais terem sido afastados dos postos existentes no emprego sem vínculo.

Essa faixa abrangia no país praticamente 35% da mão de obra ativa, cujo total é de 100 milhões de homens e mulheres. Existe ainda o caso dos terceirizados que custavam muito caro às empresas de economia mista. Isto porque o salário mensal acarretava o triplo da despesa, ficando dois terços com a empresa contratada para terceirizar, um caso de enriquecimento ilícito ou exploração do homem pela empresa.

PROBLEMA DESAFIADOR – A suspensão do auxílio de emergência acarretou um grave problema para todos aqueles, em torno de 60 milhões de pessoas, que o recebiam. O problema também foi assumido pelo ministro da Economia, que assim incorporou ainda, além da Previdência, também a Assistência Social.

Aliás, em matéria de assistência social, a extinção da LBA no governo FHC abriu uma grave lacuna. Pelo projeto do engenheiro Luis Fernando da Silva Pinto, a LBA seria um órgão de desenvolvimento social nos moldes que o BNDES representa para o setor econômico.