Pedro do Coutto
O episódio Weintraub, que está provocando reflexos na política brasileira e até no cenário internacional, constitui em sua essência mais uma contradição assumida pelo governo Bolsonaro, sobretudo pelo próprio presidente da República. A Associação dos Funcionários do banco Mundial publicou moção denunciando que ex-ministro tem critérios contrários aos direitos reconhecidos em todo o mundo.
Reportagem de Eliane Oliveira, Marcelo Correia e Henrique Gomes, O Globo de hoje, entretanto destaca que o governo de Brasília, apesar das resistências verificadas, não pretende retirar a indicação.
POSIÇÃO DO BIRD – É mais um erro do governo de nosso país, uma vez que é claro que os funcionários do Banco Mundial (BIRD) expressaram na realidade uma posição da própria direção do organismo internacional, que tem na sua história o esforço realizado para reerguer em 1945 a Alemanha arrasada pelos ataques de guerra.
A meu ver, o episódio que está produzindo um capítulo nada favorável ao governo brasileiro vai necessitar de mais alguns dias para chegar ao seu desfecho. A mim, parece que esse desfecho vai terminar com outra manifestação mais enfática contra Weintraub. Assim como expressou o deputado Rodrigo Maia, sobretudo ao dizer que recebeu com alívio a saída do ex-ministro, cuja atuação na área econômica ele não crê que possa ter êxito.
GUEDES NA RETRANCA – Entretanto, o Ministro Paulo Guedes, na recente entrevista a Folha de São Paulo afirmara que não se esforçará para que Weintraub seja aceito pelo Banco sediado em Washington. Pergunto eu: qual a razão de Paulo Guedes aceitar agora Weintraub, se há uma semana havia deixado claro que não gostara da indicação por parte de Bolsonaro. Aliás somente o presidente da República poderia efetuar essa proposta indecente.
MAIS UM ERRO – Bolsonaro errou novamente. São tantos os erros e as incertezas que a relação está cheia de exemplos. Inclusive houve problemas no que se refere à Polícia Federal, ao Ministério da Saúde, na participação do presidente nas manifestações antidemocráticas que tiveram como palco a Esplanada de Brasília.
Vale acrescentar a comédia dramática que tem como ator principal o advogado Wassef. Está no Globo de hoje: a advogada Ana Flávia Rigamonti, moradora em Atibaia confirmou que Queiróz e sua mulher Marcia de Aguiar passaram sim temporadas na cidade, hospedados na casa de Wassef. Aliás deve se levar em conta que ela está foragida.
TRÊS OUTROS ASSUNTOS. O presidente Bolsonaro foi punido por não ter usado máscara quando de sua presença em atos públicos. Foi multado em 2.000 reais. Por decisão do governo de Brasília é obrigatório o uso da máscara. Na cidade do Rio De Janeiro a obrigação quanto ao uso da máscara decorreu de projeto da vereadora Tereza Bergher, que trocou o PSDB pelo Cidadania.
O Tribunal Superior eleitoral, fica aqui a sugestão, deveria estabelecer que os Tribunais Regionais de grandes cidades, como o caso do Rio e São Paulo, façam uma revisão para que os idosos venham a votar nas seções instaladas no primeiro andar. Dou um exemplo. as seções que funcionam na Igreja da Ressurreição, Copacabana, não tem elevador e a escada que leva ao segundo andar é bastante difícil para idosos e impossível para portadores de deficiência.
As estatísticas sobre os casos de contaminação e de morte pelo Coronavírus, como deixam claro os números de hoje, mantêm seus crescimentos percentuais. No caso da contaminação 3% nas últimas 24 horas. No caso de mortes 4%. Entretanto o presidente Bolsonaro não nomeia o ministro efetivo da Saúde.