segunda-feira, maio 04, 2020

Bolsonaro exibe irresponsabilidade, ao sair na rua com a filha, sem usarem máscaras


Ato pró-Bolsonaro reúne multidão em frente ao Palácio do Planalto ...
Acompanhando Bolsonaro. apenas Hélio Negrão usava máscara
Vicente Limongi Netto
Diante do pavor da pandemia, usar máscara é gesto inteligente. De bom senso. Deve-se punir, sim, com rigor, quem insiste em não usar e se mistura com os outros. Quer morrer, que morra sozinho. Não contamine os demais, sobretudo as crianças. Bolsonaro não é santo. Não somos. Santos estão nas igrejas e no céu.
Por ser intolerante e vítima de maluco assassino, Bolsonaro não tem o direito de ser destemperado nem grosseiro. Muito menos de insultar as instituições.
ESCALADA DA INSENSATEZ – Impecável manchete do Correio Braziliense, “Escalada da insensatez”, nesta segunda-feira.  Alegar, bater no peito que cumpre a Constituição, não é monopólio do presidente da República. É obrigação. Derreter-se em lamúrias, alegando trabalhar com denodo pelo país, também é dever de todo chefe da nação. Não faz nenhum favor. Igualmente deplorável debochar, xingar e ameaçar desafetos.
O erro faz parte das deficiências do ser humano. Insistir neles é asnice, ignorância e má-fé. O clamor do mundo, dos médicos, cientistas e das pessoas que contraíram o vírus, mas que se curaram, é no sentido de preservar vidas. De ficar em casa, evitando mais mortes.
CHEGA DE IRRESPONSABILIDADE – Nessa linha, então, Bolsonaro deveria se render as evidências. Deixar de exortar e participar de irresponsáveis aglomerações, inclusive levando a filhinha Laura. Não demora, marcará “pelada” com seguranças e áulicos no campo do Alvorada. Com direito a torcida dos “apoiadores”. 
É dever dos cidadãos alertar, criticar e elogiar gestos de grandeza do presidente. Pisando na bola, como tem feito com espantosa insistência, deve ser duramente criticado pela imprensa e pela população.
Pintar Bolsonaro como coitadinho, mito e vítima, é pavoroso e raso argumento. Não tem postura de chefe de governo. Não consegue se conter e sai dando coices. Precisa, pelo menos, usar máscara, nos frequentes delírios de dono da Constituição.