Jailton de CarvalhoO Globo
A Polícia Federal abriu inquérito para apurar envolvimento de integrantes do grupo Maldição Ancestral em ameaças de atentado terrorista contra o presidente eleito Jair Bolsonaro no dia da posse. Numa página mantida na internet, o grupo diz que “dia 01 de janeiro de 2019 haverá aqui em Brasília a posse presidencial, e estamos em Brasília e temos armas e mais explosivos estocados”.
Num outro trecho, o grupo explicita o plano de ataque. “Se a facada não foi suficiente para matar Bolsonaro, talvez ele venha a ter mais surpresas em algum outro momento, já que não somos os únicos a querer a sua cabeça”, diz o texto.
BOMBA CASEIRA – As informações sobre o caso foram divulgadas pelo site “Metrópoles”, com sede na capital. As investigações tiveram início na terça-feira, quando policiais militares descobriram uma mochila com uma bomba caseira próximo à igreja Santuário Menino Jesus, em Brazlândia, a 48 quilômetros de distância de Brasília. O artefato foi desativado sem maiores problemas. Logo depois integrantes do Maldição Acentral assumiram, na internet, a responsabilidade pela bomba. A intenção declarada seria explodir e matar fiéis que iriam `a missa na igreja no Natal.
“O santuário é o segundo maior templo católico do país. No local, que estava lotado de cristãos miseráveis, era celebrada uma missa de véspera de Natal, e esperávamos provocar um grande massacre durante a saída dos fiéis da igreja. Desgraçadamente, uma grande operação do Bope desativou o nosso explosivo após uma pessoa suspeitar da mochila abandonada e acionar a polícia”, diz o grupo. Num outro texto, o grupo se diz alinhado com duas facções criminosas, uma de São Paulo e outra do Rio de Janeiro.
SITE TERRORISTA – Segundo o texto, as duas facções querem Bolsonaro morto e “podem recorrer a métodos terroristas para isso”. O site do grupo apresenta a segunda edição da revista eletrônica “Anhangá – Em Guerra Contra a Civilização e o Progresso Humano Desde o Sul”. O editor diz que a publicação está “transbordando de valiosos conteúdos” sobre o “eco-extremismo”. Seriam 47 textos “que servem para alimentar as ânsias dos individualistas extremistas e contribuir com a prática terrorística na guerra contra o progresso humano”.
A Polícia Civil abriu uma investigação para apurar a tentativa de matar fiéis em Brazlândia e, repassou a parte sobre as ameças a Bolsonaro à PF, encarregada da segurança do presidente eleito. A Polícia Federal reconhece indícios de insanidade mental nas ameaças do grupo, mas entende que não pode minimizar qualquer tipo de plano de agressão.
SEM MUDANÇAS – Em 6 de setembro Bolsonaro foi esfaqueado, quando participava de uma caminhada pelas ruas de Juiz de Fora. Os advogados do agressor, o garçom Adélio Bispo de Oliveira, alegam que ele cometeu o crime porque tem problemas mentais.
A PF informa, no entanto, que não fará qualquer mudança no protocolo de segurança de Bolsonaro. O presidente eleito já contaria com o grau máximo de segurança oferecido a uma autoridade no Brasil.