Mônica BergamoFolha
O ex-presidente Lula está recebendo pressão de amigos, correligionários e familiares para concordar com um pedido de prisão domiciliar. O petista sempre rechaçou a ideia, com o argumento de que faz questão de ter a inocência reconhecida. De acordo com interlocutores, ele segue resistindo à hipótese. Mas pessoas que o visitam estão dispostas a insistir nela.
A chance de Lula obter o benefício de cumprir o restante de sua pena em casa surgiu em junho, quando o advogado Sepúlveda Pertence entregou um memorial aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) fazendo o pedido. Lula, no entanto, repeliu a ideia. Mesmo que o ex-presidente agora concorde e que o pleito seja novamente apresentado, não é seguro que será atendido pelo tribunal.
E Luiz Marinho, que foi candidato ao governo de SP pelo PT, vai passar o fim do ano em Curitiba. Ex-prefeito de São Bernardo do Campo e amigo de Lula, ele quer organizar uma ceia coletiva na porta da Polícia Federal para não deixar o ex-presidente sozinho no Natal e no Réveillon.
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DEFESA DE LULA DECIDE PARTILHAR CASOS DO PETISTADaniela LimaFolha/Painel
DEFESA DE LULA DECIDE PARTILHAR CASOS DO PETISTADaniela LimaFolha/Painel
Em encontro na semana passada na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, o advogado Cristiano Zanin Martins propôs ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a ampliação do time responsável por sua defesa. Segundo relatos, Zanin disse que Roberto Teixeira, que há muitos anos presta serviços jurídicos para o petista, vai se aposentar por motivos de saúde. Com a reestruturação interna e o volume de ações contra Lula, o escritório vai precisar dividir a atuação nos processos.
De acordo com a proposta levada a Lula, até que suas contas sejam desbloqueadas, o escritório Teixeira Martins continuaria à frente dos casos do tríplex de Guarujá, do sítio em Atibaia, do apoio da Odebrecht ao Instituto Lula, e dos casos da Força Aérea Brasileira, além do processo do Comitê de Direitos Humanos da ONU.
Zanin sugeriu ao ex-presidente que as outras ações, entre as quais a de Guiné Equatorial e a do “quadrilhão do PT”, na qual Lula se tornou réu no dia 23, sejam assumidas por uma banca que tenha afinidade com a atuação de seu escritório.