domingo, novembro 04, 2018

A Tribuna jamais será vítima do pensamento único, pois a verdade nos libertará

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Charge do Laerte (laerte.com)
Carlos Newton
“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” – a citação do capítulo 8, versículo 32 do Evangelho de João, na Bíblia, abre a proposta de governo de Jair Bolsonaro, ao lado das palavras-chave que ele lista para sua gestão: constitucional, eficiente e fraterno. Portanto, nada de novo no front, porque estamos acostumados à troca de governantes e praticamente todos dizem a mesma coisa, depois que Abraham Lincoln inventou que a democracia seria o governo do povo, pelo povo e para o povo, mas não é bem assim que a banda toca.
Aqui na “Tribuna da Internet”, diante da certeza de que a volta do PT levaria ao caos,  não faltou voto para Jair Bolsonaro, mas agora está havendo um fenômeno altamente desagradável. A quase totalidade dos comentaristas vem tratando o futuro presidente como uma espécie de semideus, à prova de erros. Seria um salvador da Pátria, da moral e do civismo, que num passe de mágica vai conduzir a classe operária ao paraíso, como no filme clássico de Elio Petri, levando também de roldão a classe média em todas as suas subdivisões e até as “zelites” de Lula.
CAIR NA REAL – Dentro dessa visão, de repente estaríamos todos no paraíso bolsonariano, do tipo coração de mãe, onde sempre cabe mais um. Mas a realidade não é bem assim. É mais razoável que a gente caia logo na real, continuando a torcer desesperadamente para que o governo Bolsonaro tenho o êxito que esperamos, mas sem que abandonemos o espírito crítico e a capacidade de manter os pés no chão.
Não nos enganemos. A tarefa de Bolsonaro é como os doze trabalhos de Hércules, sob a ótica do Mito de Sísifo. O presidente começará sua gestão sem poder errar nos dois principais desafios, que estão interligados – a contenção da dívida pública e a reforma da Previdência. Nessas delicadas questões, qualquer descuido será fatal, como se dizia antigamente.
Mas nada disso parece importar. Aqui na TI, os comentários já margeiam o ridículo, na tentativa de nos impor o pensamento único, algo inimaginável, deplorável e abominável no jornalismo de verdade, que presta serviços à sociedade.
DIZIA MILLÔR – “Jornalismo é oposição, o resto é armazém de secos e molhados” – a genial definição de Millôr Fernandes jamais foi desmentida. Entre as principais funções da mídia, a mais importante é justamente apontar os erros dos governantes, porque os acertos logo são notados. E o jornalista verdadeiro funciona como se fosse o clínico-geral da sociedade, a buscar remédios e tratamentos para as mazelas do povo.
Pretender que a TI apoie incondicionalmente qualquer governante é uma alienação execrável, isso jamais se concretizará, até porque vivemos sob o signo da liberdade.
Como preconiza o próprio Bolsonaro, “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. É como este objetivo cristalino que a Tribuna da Internet se posicionará hoje, amanhã e no nunca jamais.