Posted: 29 Jul 2011 05:14 AM PDT
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SÍNTESE DE SEXTA-FEIRA,
29 DE JULHO DE 2011
As manchetes desta sexta
- Globo: Ficha limpa? Mulher de novo coordenador do Dnit representa empresas
- Folha: 'Insensatez' externa é ameaça global, diz Dilma
- Estadão: Desaceleração faz BC acenar com fim da alta dos juros
- Correio: O perigo chega à mesa do brasileiro
- Valor: Concessões de elétricas devem ser prorrogadas
- Estado de Minas: Estamos comendo muito mal
- Jornal do Commercio: Crianças do tráfico
- Zero Hora: Força da chuva emite alerta contra cheias
Folha destaca fala da presidenta Dilma na reunião da Unasul ontem em Lima, criticando a “insensatez e incapacidade política” de Europa e EUA como manchete. Conjuntura econômica ganha manchete do Estadão, que destaca ata do Copom, que na interpretação do jornal sinaliza para o fim da alta de juros diante do controle da inflação. Petrobrás aparece em destaque com entrevista do presidente José Sérgio Gabrielli ao Valor e destaque pelo Brasil Econômico da informação de que estatal terá de importar gasolina até 2015. Jornais também informam lucro da Vale de R$ 10,2 bilhões no trimestre. Jornais noticiam crescimento da aviação civil e má alimentação do brasileiro. Outro assunto importante é o apagão em SP, que deixou deixou cerca de 700 mil pessoas às escuras na noite de ontem nos bairros da região oeste da cidade. Folha diz que a empresa responsável, CTEEP, privatizada em 2006, desconhece as causas do apagão. Destaque também para defesa da Eletrobras de prorrogação das concessões de elétricas. Globo, em manchete, diz que “Mulher de novo coordenador do Dnit representa empresas”. Os dois formam o “Casal Dnit”, como são conhecidos em Brasília. Globo diz em chamada de capa que “Férias de 60 dias de juízes causam revolta”.
“Insensatez e incapacidade política” – Folha dá manchete para discurso da presidenta Dilma no Peru, no encontro da Unasul em Lima com nove [dos 12] presidentes de países vizinhos depois da posse do colega Ollanta Umala ontem: “'Insensatez' externa é ameaça global, diz Dilma”, estampa o jornal. A declaração completa de Dilma registrada pela Folha é que “"insensatez" e a "incapacidade política" dos EUA e da União Europeia para resolver suas crises são "ameaça global". "Esse quadro onde a insensatez é a regra só reforça a necessidade de nossa união". Jornal relata que na semana que vem, os ministros da Fazenda e os presidentes dos Bancos Centrais do bloco se reunirão em Lima para discutir medidas conjuntas. Nos dias 10 e 11 de agosto haverá novo encontro, em Buenos Aires. Jornal relata que Dilma reclamou do "mar extraordinário de liquidez" que flui de países desenvolvidos aos emergentes em busca de rentabilidade e provocam "desequilíbrio cambial". Também atacou os produtos dos países ricos que "alagam" a região. "Temos de nos defender do imenso, do fantástico, do extraordinário mar de liquidez que se dirige às nossas economias buscando a rentabilidade que não tem nas suas", disse ela. "Não podemos incorrer no erro de comprometer tudo que conquistamos (...) pelos efeitos da conjuntura internacional desequilibrada." Folha afirma que na avaliação da equipe econômica em Brasília, o cenário mais provável indica o prolongamento do embate político entre o presidente Barack Obama e seus adversários até o ano que vem. Diz também que o governo acredita que um dos resultados desse embate será um aperto fiscal rigoroso nos EUA, com reflexos sobre o mundo inteiro. Dentro desse cenário, Folha registra anúncio pela Fazenda anteontem de pacote de medidas para inibir operações cambiais de caráter especulativo e conter a valorização do real. Acrescenta que o governo se preocupa com os riscos tomados por bancos e empresas que aproveitaram o dólar barato para se endividar captando recursos no exterior e lucrar com a especulação. Ainda sobre a visão da equipe econômica brasileira, diz que ela acredita que o país está mais preparado para se defender de um choque externo hoje do que na crise financeira de 2008, e poderá recorrer aos mesmos instrumentos – R$ 410 bilhões em recursos dos bancos retidos pelo Banco Central e US$ 344 bilhões em reservas internacionais, ainda que quase dois terços dessas reservas estejam aplicadas em títulos dos EUA, que podem perder valor se Obama não chegar a um acordo com a oposição. Folha, internamente, destaca que “Mercado e governos [dos EUA] se preparam para calote americano”.
Medidas duras – Valor relata na capa que “Dilma deu sinal verde a medidas duras”. Informa que na terça-feira, quando o dólar bateu em R$ 1,537, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, foram ao Palácio do Planalto, almoçaram com ela e saíram de lá “autorizados a agir duro no mercado de derivativos cambiais”. Também na capa, a este propósito, Valor diz que “Mercado [está] surpreso e desorientado”. Diz que o pacote cambial focado no mercado de derivativos surpreendeu e desorientou o sistema financeiro, razão pela qual a Fazenda decidiu adiar para 5 de outubro o recolhimento do IOF sobre as posições vendidas em derivativos cambiais, pleito de instituições financeiras lideradas por BM&FBovespa e Febraban, que deixaram em Brasília uma lista de dúvidas sobre a abrangência, objetividade e operacionalidade da medida. Valor chama na capa que “Tesouro dos EUA vai pagar títulos antes”. Editorial do Estado, “O novo pacote cambial”. Posse/Humala – Sobre a investidura de Humala no poder, Estado diz na capa que “Novo presidente do Peru toma posse e copia Lula”. Registra que novo presidente diz que trabalhará "sem rancor" e lança o slogan "Peru para todos". Estado ressalta que ele prometeu “só duas refeições diárias à população”. Estado registra que Dilma participou da cerimônia, ao lado de outros 14 presidentes. Na chamada de capa “Birra”, Folha relata que o ex-presidente peruano Alan Garcia passou a faixa presidencial a militar e não foi à posse do sucessor, que a recebeu do chefe do Congresso peruano. Umala jurou defender Constituição de 1979, desprezando texto promulgado em 1993, com Congresso fechado. Argentina – Estado dá internamente que “Barreiras argentinas custam US$ 1 bilhão ao país”.
Apagão/SP – Folha chama na capa que apagão na capital paulista deixou cerca de 700 mil pessoas às escuras na noite de ontem nos bairros da região oeste da cidade, como Pinheiros, Perdizes e Vila Madalena, foram afetados. Relata que a linha 4-amarela do Metrô, que liga a região do Butantã à avenida Paulista, parou às 19h11. Passageiros ficaram confinados nos trens por mais de meia hora. Semáforos apagaram em vias importantes, como Paulista e Pompeia. O início da rodovia Raposo Tavares travou, segundo o jornal. Coincidindo com o fim do expediente, várias pessoas que deixavam seus escritórios na região da Faria Lima ficaram presas no elevador ou nas garagens de prédios equipados com portões automáticos. A queda de energia ocorreu após uma falha em subestação do Jaguaré, unidade sob responsabilidade da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP). O sistema só voltou totalmente ao normal às 20h15. A empresa, que foi privatizada em 2006, disse que ainda desconhece o que provocou o problema.
Concessões de elétricas/defesa do adiamento – Valor traz na manchete que “Concessões de elétricas devem ser prorrogadas”. O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, em entrevista ao jornal, “deixou de lado a neutralidade que vinha mantendo até agora e defendeu a prorrogação das concessões de energia elétrica que vencem a partir de 2015”. Jornal registra que Costa sabe que a decisão final caberá exclusivamente ao governo, mas diz que ele foi taxativo ao dizer que, em sua avaliação, a alternativa mais vantajosa é a renovação das concessões, o que implica alterar as regras atuais da lei do setor energético. "Para o benefício do país, a renovação é o melhor caminho. O volume de concessões que vai vencer é elevado e isso [leiloar as concessões] tumultuaria muito o processo", disse Costa. "O bom senso indica que essas concessões vão ser renovadas. É uma temeridade pensar em relicitar tudo."
Judiciário/férias – Globo diz em chamada de capa que “Férias de 60 dias de juízes causam revolta”. Afirma que estudiosos do sistema judiciário, trabalhadores em geral e centrais sindicais reagiram ontem à defesa, por associações de juízes, das férias de 60 dias para a categoria. Todos acham que magistrados são trabalhadores como os demais e não podem ter privilégios. Cita, entre outras, a opinião do vice-presidente da Força Sindical, Antonio de Sousa Ramalho, que defende que magistrados e membros do Ministério Público tenham redução do período, proposta que foi defendida esta semana pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Peluso, em entrevista ao jornal.
“Casal Dnit” – Globo, em manchete, diz que “Mulher de novo coordenador do Dnit representa empresas”. Jornal diz na capa que, promovido a coordenador-geral de Operações Rodoviárias do Dnit, o servidor de carreira Marcelino Augusto Rosa comanda serviços milionários no órgão com empresas representadas por sua mulher, Sônia Lado Duarte Rosa. Informa que ele também responde a processo disciplinar na Controladoria Geral da União (CGU) por suposto favorecimento a empreiteiras. Relata que Sônia é procuradora de oito empresas, a maioria responsável por sinalização de rodovias. Segundo o jornal, graças a aditivos, algumas conseguiram dobrar o valor de seus contratos nos últimos anos. Globo diz que Sônia e Marcelino são chamados de "casal Dnit" em Brasília. Anota que ela nega favorecimento e diz que "é uma coisa comum" parentes de servidores do Dnit atuarem no órgão. Jornal noticia que ontem mais um diretor foi afastado, e a autarquia hoje está sem um diretor sequer. Folha, internamente, destaca que “Ministro diz que Dilma não promoverá ‘caça às bruxas’”, sobre declaração do titular da Secretaria-Geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho.
Copom/juros – Estado dá manchete para interpretação da ata do Copom. Diz que “Desaceleração faz BC acenar com fim da alta dos juros”. Informa que o Banco Central sinalizou que o ciclo de alta dos juros pode ter chegado ao fim diante de um quadro "mais favorável" para a inflação no curto prazo, da desaceleração econômica em curso e das incertezas "crescentes" sobre o ritmo de recuperação global. Sobre o documento da autoridade monetária, divulgado ontem, diz que as medidas já tomadas para controle dos preços e do crédito vão ter impacto mais acentuado nos próximos meses. Segundo o Estado, economistas não entenderam a mensagem desse jeito e apostam que o Copom só vai cumprir sua tarefa de entregar a inflação na meta em 2013. Registra que fontes do governo discordam. Globo, na capa, explicita exatamente este ponto com base na mesma ata em “BC admite que inflação só ficará perto de centro da meta em 2013”. Jornal diz que o BC já não está mais comprometido com o plano de fazer a inflação convergir para 4,5% (centro da meta) em 2012 e passou a ter foco em manter a inflação em trajetória de queda, mesmo que o centro da meta só seja atingido em 2013. Globo diz que, além disso, o BC indicou que vai interromper a alta dos juros. Correio acompanha avaliação em “BC interrompe alta dos Juros. Dólar sobe de novo”. Moeda dos EUA fechou em R$ 1,569 ontem, voltando a subir. Brasil Econômico chama na capa que “Risco inflacionário com elevação do dólar está descartado”.
Petrobrás/ambiciosa – Em “Plano ambicioso”, Valor registra na capa que o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, diz que o novo programa de investimentos da companhia é "o maior plano de negócios do mundo" e que ele admitiu que pode voltar à política, ainda que tenha descartado se candidatar à prefeitura de Salvador no próximo ano. Em entrevista concedida ontem ao Valor para falar sobre o novo plano estratégico da companhia, de US$ 224,7 bilhões, ele lembra que "esse plano é mais do que o governo americano teve de orçamento em dez anos para levar o homem à lua, mais do que os aliados investiram durante a Segunda Guerra Mundial". São 688 projetos acima de US$ 25 milhões com maturidades diferentes e horizonte até 2020, o mais longo. Muitos dos projetos serão concluídos apenas no fim da década, incluindo o início da produção em grande escala no pré-sal, quando a companhia planeja pular dos atuais 2,1 milhões de barris de petróleo/dia para quase 5 milhões de barris/dia em 2020, dos quais 2 milhões de barris no pré-sal, o que vai exigir “um extraordinário esforço de construção de sondas, plataformas de produção de diversos tipos e barcos de apoio”. Gabrielli defendeu investimento em novas refinarias. Sem elas, disse que a importação “seria de 40% do mercado”. “E a Petrobras não é suicida. Não vamos perder 40% do nosso mercado", enfatizou. Globo traz chamada de capa em tom bairrista: “Presidente da Petrobras diz que 'o problema do Rio são os cariocas'”, em alusão a “brincadeira” feita por Gabrielli ao dizer no Rio que “estado não pode concentrar investimentos da companhia”. Folha, internamente, diz que a Petrobras já prevê novas importações de gasolina. Segundo o jornal, é dado como certo que as compras do combustível no exterior em 2011 vão superar com folga os 3 milhões de barris de 2010. Brasil Econômico dá a importação como segundo destaque de capa. Vale/lucro – Folha e Brasil Econômico chamam na capa que com alta de 55%, lucro da Vale vai a R$ 10,27 bilhões.
Aviação civil/Brasil lidera – Folha chama na capa que “Aviação doméstica do país é a que mais cresce”. Relata que o Brasil foi o país que teve maior alta em receita com passageiros na aviação doméstica no primeiro semestre deste ano em relação a 2010. O crescimento, pelos dados da Iata, de 19%, superou o da Índia (17,7%) e o da China (7,8%). Informa que a média mundial ficou em 4%. Estado acompanha em “País lidera expansão global do setor aéreo”. Estado registra alerta da entidade para necessidade do o Brasil ter de “investir pesadamente” para evitar paralisia no setor.
Outros temas
Brasileiro à mesa/muita caloria – Má alimentação do Brasileiro ganha chamadas de capa. Folha, em “Brasileiro ingere muita caloria e pouco nutriente”, diz com base em pesquisa do IBGE, que o cardápio nacional médio tem menos frutas, verduras, leite e fibras que o recomendado e excesso de biscoitos e refrigerantes, combinação que eleva risco de hipertensão. Levantamento recomenda também que o brasileiro diminua consumo de sódio e açúcar. Estado acompanha em “Brasileiros comem muito e mal, mostra IBGE” e Correio em “O perigo chega à mesa do brasileiro”. Jornal da capital ouve professora da UnB que alerta para a necessidade de uma política alimentar no país.
Senado/governista – Valor destaca na capa, em “Bases sólidas para o governo no Senado”, que esforço do ex-presidente Lula para eleger maioria estável no Senado, sua maior fonte de problemas, deu resultado, segundo levantament das votações do Congresso, no primeiro semestre do novo governo, preparado pela consultoria Arko Advice. Segundo ele, a média de apoio aos projetos de interesse do governo Dilma fechou o semestre em 55,18% dos votantes. A média do segundo mandato de Lula foi de 48,66%. Das 18 votações no plenário do Senado, o governo ainda não perdeu uma sequer, atesta. Na Câmara, a presidenta manteve o apoio obtido pelo ex-presidente com um índice também superior aos 50%. Dos partidos da base, diz o estudo, o PDT, do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, foi o segundo menos fiel ao governo. Na análise das bancadas dos Estados, Arko mostra que aqueles governados pela oposição, como São Paulo e Rio Grande do Norte, estiveram entre os que mais votaram contra o governo.
Lula/transferência de votos – Panorama Político, no Globo, em nota “Cabo eleitoral”, diz que “pesquisas qualitativas, feitas por diversos partidos, apontam que o ex-presidente Lula ainda é o político com maior capacidade de transferência de voto nas eleições municipais. Aliados da presidente Dilma estão inquietos, pois, fora do governo, Lula terá mais liberdade para gravar para os candidatos do PT ou apoiados pelos petistas. A oposição também está apreensiva, pois teme sair enfraquecida da disputa eleitoral de 2012”. Em outra chamada, Globo diz que “Lula defende gastos públicos com publicidade”.
STJ/concursos valorizados – Correio chama na capa que “STJ exige valorização dos concursos”. Informa que o relator do processo que assegurou a uma médica aprovada em concurso o direito de ser nomeada para o cargo de oftalmologista da Universidade Federal Fluminense (UFF), o ministro do Superior Tribunal de Justiça Napoleão Nunes Maia Filho defende que o governo reduza ao mínimo o número de não concursados em seu quadro de pessoal. "Tenho convicção de que a única forma democrática de recrutamento de servidores é o concurso público, que assegura igualdade de condições aos concorrentes", disse.
Filme proibido – Globo destaca no alto da capa que “Filme sérvio é vetado agora em todo o país”. Informa que o Ministério da Justiça recusou-se a dar uma classificação indicativa para o filme sérvio "A Serbian film - Terror sem limites", “o que, na prática, impede sua exibição no país”. Uma decisão definitiva dependerá de parecer da Consultoria Jurídica da pasta sobre o filme, acusado de incentivar a pedofilia e que já tivera sua exibição suspensa no Rio, por liminar obtida pelo DEM. Editorial da Folha, “Tutela descabida”. “’É um gesto anticivilizatório’, diz Cacá Diegues”, na Folha.
Copa-14 – Em “Valcke: 'Tudo tem que funcionar'”, Globo reporta internamente que deslocar de maneira eficiente cerca de 600 mil turistas esperados no Brasil durante a Copa do Mundo-2014 se tornou a principal preocupação do secretário geral da Fifa, Jérôme Valcke. Durante uma conversa com jornalistas, ontem de manhã, o dirigente garantiu que estádios representam problema menor. Globo, em opinião, trata do “mau uso do dinheiro público na Copa”, em referência à construção do Itaquerão. Estadão, na capa, diz que “Fifa se exime no uso de verba pública em sorteio”. Brasil Econômico chama na capa que “Sorteio das Eliminatórias da Copa do Mundo é mercado por crise