Também réu do mensalão, João Paulo Cunha ganhou assento na mesa de encontro com o ex-presidente para falar sobre corrida municipal
Sob comando do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT decidiu incluir o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu na montagem da estratégia que vai definir a ação do partido nas eleições de 2012. Lula chegou por volta das 9h40 desta terça-feira em Osasco, na Grande São Paulo, para uma reunião com líderes petistas para tratar da corrida municipal. Dirceu, que é réu no processo que corre no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o escândalo do mensalão, também participou do evento. Lula e o ex-ministro chegaram em carros separados.
João Paulo Cunha (PT-SP) em encontro com prefeitos, vice-prefeitos e parlamentares do PT
Outro envolvido na crise de 2005 foi incluído na reunião - o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, que ganhou um assento na mesa do encontro, junto com Lula, o presidente interino do PT, Rui Falcão, o presidente do PT paulista, Edinho Silva, o prefeito de Osasco, Emidio de Sousa, o senador Eduardo Suplicy e o líder do PT na Assembleia, Enio Tatto.
Foram reunidos, ao todo, 32 prefeitos, 21 vice-prefeitos, 21 deputados estaduais, 3 deputados federais e dois ex-ministros (Dirceu e Luiz Dulci, que comandava a Secretaria-Geral da Presidência).
Lula discursou na abertura do encontro, que ocorreu a portas fechadas no Solarium Parque Hotel & Spa, em Osasco. Segundo relato de participantes, o ex-presidente deixou claro que estará presente nas negociações sobre a corrida municipal. “Eu quero participar das eleições de 2012”, disse.
De acordo com Edinho Silva, foram discutidos temas como o surgimento de setores emergentes na periferia da capital paulista e a necessidade de uma estratégia para abordar este eleitorado. Ainda segundo o dirigente, Lula enfatizou a importância da política de alianças e citou como exemplo sua parceria nas urnas com o ex-vice-presidente José Alencar.
No encontro, também ganhou destaque a maneira como o PT deve agir diante uma eventual candidatura do ex-governador José Serra, cotado para disputar a eleição em São Paulo pelo PSDB. "Vamos mostrar o que Serra fez quando prefeito e ministro de Fernando Henrique", disse Edinho.
Embora prefeitos e outros participantes do encontro tenham feito intervenções ao microfone, Dirceu foi o principal destaque do encontro além além de Lula. O ex-ministro falou durante 40 minutos, com direito a aplausos no final. No discurso, segundo relatos de petistas que assistiram à fala, mencionou temas como a marcha nacional dos prefeitos, na qual os chefes de Executivos municipais costumam apresentar reivindicações ao governo federal.
Cronograma
O presidente interino do PT nacional, deputado estadual Rui Falcão, reiterou que o plano do partido e decidir quem será seu candidato à prefeitura paulistana até o fim do ano. Atualmente, a legenda trabalha com nomes como os ministros Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) e Fernando Haddad (Educação), além da senadora Marta Suplicy.
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Segundo Falcão, a decisão anunciada ontem por um grupo de vereadores de deixar o PSDB é sinal do enfraquecimento do tucananto na cidade, o que pode empurrar a sigla para uma aliança com o recém-criado PSD, do prefeito Gilberto Kassab. "Se quiserem juntar o PSDB ao Kassab, Serra vai ter que ser candidato. Se ele for, será no último minuto”, disse o deputado.
O encontro de hoje ocorreu após uma frustrada tentativa de reunir as lideranças, no mês passado. Antes, um evento com os mesmos objetivos, organizado pelo presidente do PT paulista, Edinho Silva, estava marcado para ocorrer, em São Bernardo do Campo (SP). O encontro, no entanto, acabou sendo adiado.
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