Ludmilla Duarte l Sucursal Brasília
Enquanto os partidos aliados começam a emplacar seus nomes no primeiro escalão da equipe da presidente eleita Dilma Rousseff – o governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) acaba de abocanhar a importante pasta da Saúde para Sérgio Côrtes, seu secretário da área – o PT nordestino percebeu que não pode perder tempo se quiser garantir seu quinhão: segunda e terça-feira a bancada de 25 deputados e quatro senadores mais dois governadores (Jaques Wagner, da Bahia, e Marcelo Déda, de Sergipe) discutiram o assunto e decidiram que é hora de reforçar a pressão sobre Dilma para assegurar ministérios comandados por nordestinos.
As informações foram prestadas “em off” por parlamentares que participaram da reunião, e o PT baiano divulgou nota oficial na qual o presidente Jonas Paulo, presente às reuniões em Brasília, defende uma participação no governo Dilma à altura da força política do Nordeste na eleição da presidente. “Tenho certeza que não serão cometidos equívocos de governos anteriores, que focaram unicamente nas regiões Sul e Su deste e foram apelidados de paulistérios”, disse Jonas.
Após as reuniões, Jaques Wagner e Marcelo Déda alteraram suas agendas e embarcaram para Tucuruí (PA), onde Dilma participou, ao lado do presidente Lula, da inauguração de uma hidrelétrica. O objetivo seria aproveitar a viagem para conversar com Dilma, que já confirmou nove nomes para sua equipe, nenhum do Nordeste por enquanto.
Entre a bancada petista baiana comenta-se, nos bastidores, que a preferência é pelo ministério da Integração Nacional, também cobiçado por PSB e PMDB, seguido do ministério das Cidades. O PT baiano, que tem um governador fortalecido pelo resultado eleitoral, deseja indicar os nomes. “Primeiro, definimos os ministérios. Depois, os nomes. Uma coisa de cada vez”, disse, em off, um petista baiano.