Os números da finalização do Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na tarde de ontem, revelaram que o número de mulheres em Salvador está bem acima do de homens: são cerca de 260 mil a mais, uma média de 100 mulheres para 87 homens.
Além disso, com uma população total de 14.021.432 habitantes, a Bahia apresentou o segundo menor crescimento populacional entre os estados brasileiros nos últimos dez anos. Apesar do aumento de 7,28% na população, que equivale a 951.182 pessoas, a Bahia teve uma variação muito abaixo da média nacional, de 12,33%.
Em entrevista coletiva, realizada na sede do IBGE na Bahia, em Nazaré, para a divulgação dos primeiros resultados, a titular da Diretoria de Pesquisa do Instituto, Wasmalia Socorro Bivar, ressaltou o trabalho realizado na Bahia.
“Fico muito feliz e emocionada com o trabalho realizado na Bahia. É importante que as pessoas percebam o quanto o IBGE, com seu pouco mais de sete mil funcionários, se esforçou para fazer um bom trabalho”, disse emocionada. Também participaram da coletiva Artur Ferreira da Silva Filho, chefe da Unidade Estadual do IBGE na Bahia e Joilson Rodrigues de Souza, supervisor de Disseminação de Informação.
Os primeiros indicadores, resultado de quatro meses intensos de trabalho – que envolveram 191 mil recenseadores em todo o país, sendo 14.449 na Bahia – apontam para uma queda da participação do estado na população brasileira total, de 7,70% em 2000 para 7,35% em 2010.
Com o segundo menor índice de crescimento do país, a população baiana cresceu, em dez anos, apenas 7,28%. O estado perde apenas para o Rio Grande do Sul, que cresceu 4,98%. A nível nacional, o ranking de maior crescimento é liderado pelos estados da região Norte. O Amapá está em primeiro lugar com 40,18%, seguido por Roraima, 39,10%, e Acre, com 31,44%.
DEFASAGEM - Apesar de considerar o levantamento um sucesso, o IBGE encontrou dificuldades de realizar entrevistas em alguns domicílios, principalmente naqueles onde os moradores possuem maior poder aquisitivo. Nesses locais existiu maior resistência em receber os recenseadores.
O resultado é que dos mais de cinco milhões de domicílios registrados na Bahia, em 61.476 a realização de entrevistas foi impossibilitada.
Para driblar essa defasagem e evitar erro nos resultados, o IBGE optou por estimar dados tanto de natureza demográfica quanto de atributos (como idade e sexo), usando para isso dados de domicílios semelhantes, inicialmente considerados fechados e posteriormente recenseados.
Um dado que ganhou destaque do IBGE na apresentação dos resultados foi a quantidade de municípios que, de acordo com o Instituto, apresentaram diminuição da sua população em relação ao último Censo, de 2000.
Ao todo, 147 cidades baianas (35,3% do total) registraram decréscimo populacional. A maior variação foi a de Maetinga, a 609 quilômetros de Salvador, que, com 13.686 habitantes em 2000, reduziu a sua população quase pela metade, e conta hoje com uma população de 7.031 pessoas.
“Isso se deve, sobretudo, à incapacidade de alguns municípios em reter a sua população que termina migrando para locais com melhores oportunidades. Esse fato acontece principalmente com os jovens, que têm maiores expectativas, e termina alterando não só os índices absolutos de população como também à dinâmica demográfica do município”, explicou o supervisor Joilson de Souza.
Fonte: Tribuna da Bahia