Llílian Machado
A proximidade das eleições tem intensificado cada vez mais o embate entre petistas e peemedebistas baianos. A “análise negativa” sobre o governo do PT na Bahia feita pelo candidato do PMDB ao Governo da Bahia, Geddel Vieira Lima, em entrevista concedida à Tribuna da Bahia ontem, gerou duras respostas dos representantes do Partido dos Trabalhadores.
As palavras do ex-ministro da Integração Nacional, que não poupou críticas ao modo de gerir do governo atual, comandado pelo seu principal adversário, o governador Jaques Wagner (PT), reacenderam as divergências entre os postulantes ao Palácio de Ondina.
O líder peemedebista acusou o governo do PT de “incapacidade gerencial” e de “criação de factóides” ao anunciar obras que estão somente no papel.
“Basta você ver a atual administração que você vai ver uma série de projetos que se coloca como se tivesse iniciado, mas não passa do papel. O Porto Sul não tem licença; a Ferrovia Oeste-Leste não avançou; o aeroporto de Conquista, nada; segunda pista de Salvador, absolutamente nada; reforma e investimento dos portos da Bahia, em quatro anos, quase nada”, citou.
Na conversa, Geddel também estabeleceu um comparativo entre ele e o atual governador e afirmou que ambos possuem estilos diferentes, “tanto de gerir como de encarar a política”. Ex-integrante do governo estadual e peça-chave na vitória do PT em 2006, o postulante ao governo disse que, do ponto de vista político, “o maior erro do governador foi não ter visto o PMDB como o seu parceiro principal”.
Em tom de ironia, o presidente estadual do PT, Jonas Paulo, rebateu as críticas do ex-ministro, ressaltando que foi o peemedebista quem errou ao não seguir a aliança nacional entre o PT e o PMDB. “Não há como comentar palavras de quem errou na política, errou na estratégia e se contrapôs à articulação nacional e, além do mais, está empacado em terceiro lugar nas pesquisas”, disparou.
O dirigente petista lembrou obras recentes, como “a inauguração do Hospital do Subúrbio, da Criança em Feira de Santana, a Via Expressa e a recuperação de 60% da malha viária” para responder as críticas relacionadas por Geddel.
“Será que isso tudo é factóide”, questionou. Segundo Jonas, o importante é que “o governo Wagner foi o segundo melhor bem avaliado do país e que a chapa continua trabalhando rumo à vitória em 3 de outubro”. Jonas disse ter ignorado as palavras de Geddel e que prefere respeitar e considerar apenas a avaliação da população baiana que tem colocado o candidato à reeleição Jaques Wagner em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais.
“Não importa o que ele diz, e sim o que o povo baiano tem demonstrado nas ruas e nas pesquisas. O povo já entendeu a identidade do projeto de Wagner com o presidente Lula e estamos confiantes de que continuaremos a buscar melhorias para a Bahia. Não há como considerar a avaliação de quem está amargando nas pesquisas”, alfinetou.
Ele disse ainda que as palavras do adversário peemedebista representam apenas o “desespero de quem errou e não tem como reverter o jogo”.
Fonte: Tribuna da Imprensa