Dilma sobe para 49% segundo Datafolha; Correio destaca serviço de envio de torpedos para deputados
FOLHA DE S. PAULO
Outros três ligados ao PSDB tiveram sigilo fiscal violado
A Corregedoria-Geral da Receita Federal apurou que foi violado o sigilo fiscal de três pessoas próximas ao candidato a presidente José Serra e a FHC, além do vice-presidente do PSDB Eduardo Jorge Caldas Pereira.
Das 12h27 às 12h43 de 8 de outubro, foram impressas as declarações do IR do ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, do ex-diretor do BB, Ricardo Sérgio de Oliveira e de Gregório Marin Predado, parente de Serra.
As informações foram levantadas na investigação sobre a quebra do sigilo de EJ, revelada pela Folha em junho. Os dados foram acessados com a senha de uma servidora de Mauá (SP). A Receita não se manifestou.
Os dados de EJ faziam parte de dossiê de um grupo da pré-campanha de Dilma Rousseff. Serra disse ontem que a irregularidade é um "crime contra a democracia" e que a petista deve uma explicação para o país.
Em defesa do PT, o deputado federal Cândido Vaccarezza negou o envolvimento da candidata. "Você já viu a campanha usar isso? Viu a nossa campanha baixar o nível? Quem baixa o nível é o Serra", disse.
Dilma abre 20 pontos e já bate Serra em SP
A candidata do PT a presidente, Dilma Rousseff, manteve sua tendência de alta e foi a 49% das intenções de voto. Abriu 20 pontos de vantagem sobre seu principal adversário, José Serra, do PSDB, que está com 29%, segundo pesquisa Datafolha.
Realizado nos dias 23 e 24 com 10.948 entrevistas em todo o país, o levantamento também indica que Dilma lidera agora em segmentos antes redutos de Serra. A petista passou o tucano em São Paulo, no Rio Grande do Sul e no Paraná e entre os eleitores com maior faixa de renda.
Em São Paulo, Estado governado por Serra até abril e por tucanos há 16 anos, Dilma saiu de 34% na semana passada e está com 41%. Ele caiu de 41% para 36%.
Na capital paulista, governada por Gilberto Kassab (DEM), aliado de Serra, ela tem 41% e o tucano, 35%.
No Rio Grande do Sul, a petista saiu de 35% e foi a 43%. Já Serra caiu de 43% para 39% entre os gaúchos.
Dilma agora morde em todas as "franjas" de Serra
O mais significativo na última pesquisa Datafolha é como Dilma Rousseff (PT) vai mordendo as franjas e abrindo brechas entre as últimas "cidadelas" que vinham sustentando a candidatura do tucano José Serra.
Serra mantinha competitiva sua candidatura entre os mais ricos, no Sul e em seu Estado de origem, São Paulo.
Neste terceiro trimestre, porém, o tucano parece ter sido tragado pela apresentação de conquistas reais pelo PT no horário eleitoral na TV.
E pela liquidez da areia movediça de uma nova onda de crescimento na economia.
Popularidade do presidente Lula alcança 79% e quebra recorde
Propaganda de petista na TV é a mais elogiada
Mais da metade (54%) dos eleitores que já assistiram ao horário eleitoral gratuito na TV afirmam que Dilma Rousseff (PT) é a candidata a presidente que está se saindo melhor nas propagandas.
Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, José Serra (PSDB) aparece em segundo lugar, com 26%, e Marina Silva (PV) fica em terceiro, com 7%.
Aprovação a Lula chega a 79% e atinge novo recorde
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a bater um recorde de popularidade e agora seu governo é aprovado por 79% dos eleitores brasileiros, segundo pesquisa Datafolha realizada nos dias 23 e 24, com 10.948 entrevistas em todo o país.
A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Serra cobra do PSDB mais mobilização na campanha
A pedido do candidato, o comando da campanha de José Serra à Presidência intensificará a produção de material e a contratação de cabos eleitorais. Serra cobrou mais mobilização partidária na madrugada de ontem, durante reunião com a coordenação da campanha.
Dizendo-se confiante nas chances de chegada ao segundo turno, Serra pediu, porém, mais visibilidade, com distribuição de panfletos e presença de cabos eleitorais nas ruas.
Dilma nega ajuste fiscal e cita "matéria jabuti"
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, voltou a negar ontem, em Cuiabá, que pretenda fazer um ajuste fiscal, caso seja eleita.
Dilma chamou de "matérias jabuti" alguns assuntos divulgados na imprensa, quando foi questionada sobre a possibilidade de participação em seu eventual governo dos ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceu.
Lula critica Folha e diz que sofreu preconceito
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou anteontem a imprensa em comício em Campo Grande (MS) ao lado da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. (...)
"Uma vez eu estava almoçando na Folha de S.Paulo e o diretor da Folha de S.Paulo perguntou para mim: "Escuta aqui, candidato, o senhor fala inglês?" Eu disse não. "Como é que você quer governar o Brasil se não fala inglês?" Eu falei: "Mas eu vou arrumar um tradutor". "Mas assim não é possível. O Brasil precisa ter um presidente que fala inglês". E eu perguntei para ele: "Alguém já perguntou se o Bill Clinton fala português?", afirmou.
"Eles achavam que Bill Clinton não tinha obrigação de falar português. Era eu, o subalterno, o país colonizado, que tinha que falar inglês. Teve uma hora que eu me senti chateado e levantei da mesa. E falei: "Não vim aqui para dar entrevista, vim para almoçar. Se é entrevista eu vou embora". E levantei, larguei o almoço, peguei o elevador e fui embora."
(...)
O episódio ao qual Lula se referiu ocorreu em 2002, quando ele, então candidato à Presidência, se retirou de um almoço com diretores e editores da Folha na sede do jornal. O petista se irritou com duas perguntas feitas pelo diretor de Redação, Otavio Frias Filho.(...) Pouco depois, o diretor de Redação voltou a interpelar Lula sobre a aliança do PT com o PL, que o jornalista qualificou de linha auxiliar do malufismo. Em meio à resposta de Lula, Frias Filho voltou a questioná-lo, afirmando que sua explicação era evasiva. Nesse momento Lula levantou-se e deixou o encontro, acusando o diretor do jornal de estar a serviço de outra candidatura, numa alusão ao tucano José Serra.
CORREIO BRAZILIENSE
Torpedo para deputados trabalharem
Para institucionalizar o mandato virtual dos parlamentares que restringem o trabalho às terças e às quartas-feiras, a Câmara abriu licitação para adquirir serviço de mensagens em grupo a fim de alcançar por telefone celular os deputados dispersos pelos estados. Reunião de líderes, orientação em votações e prévia de relatórios nas comissões, tudo via torpedo, são as possibilidades abertas pelo sistema. A Casa inicia amanhã a análise das propostas apresentadas pelas empresas interessadas.
O serviço custará pelo menos R$ 168 mil por ano. Dará direito ao envio de 92 mil mensagens mensais. O sistema será acessado pela internet. Todos os parlamentares deverão cadastrar o número do celular no sistema. Os administradores do serviço de mensagens líderes, presidente de comissões e integrantes da Mesa Diretora terão uma senha e poderão escolher os grupos de deputados para enviar torpedos. As mensagens poderão ser enviadas, por exemplo, para deputados de um mesmo partido político ou estado, integrantes de comissões ou bancadas específicas.
Os administradores terão uma cota para não ultrapassar o limite contratado de 92 mil torpedos por mês, com custo estimado de R$ 0,15 cada.
Metade da PM está fora das ruas
A Polícia Militar do DF tem um efetivo de 14 mil homens. Mas metade deles ficam nos gabinetes, dedicados a atividades burocráticas ou a áreas como inteligência, planejamento e logística. Em tese, o restante da tropa estaria voltado ao policiamento, mas o regime especial de serviço reduz ainda mais a vigilância nas ruas. Como os agentes da lei trabalham um dia na ronda para ganhar três dias de folga, a segurança dos brasilienses está a cargo de 2,6 militares, em média. Especialistas ouvidos pelo Correio reprovam o esquema de trabalho da PM. “Em São Paulo, dos 95 mil policiais, apenas 5% exercem funções burocráticas”, compara José Vicente da Silva, ex-secretário Nacional de Segurança. O chefe do Departamento Operacional da PM, coronel Alberto Pinto, aprova o modelo. “Estamos conseguindo realizar um bom trabalho, tanto que o índice de crimes na região central de Brasília caiu bastante.”
Não aos fichas sujas
O procurador-geral eleitoral, Roberto Gurgel, encaminhou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) parecer contrário ao registro da candidatura do ex-governador Joaquim Roriz (PSC) na disputa eleitoral ao Palácio do Buriti. No documento de oito páginas, Gurgel contesta juridicamente os argumentos apresentados pela defesa do candidato no recurso protocolado noTSE contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que negou, com base na Lei da Ficha Limpa, a candidatura de Roriz. Para o procurador-geral eleitoral, o ex-governador não poderia participar das eleições de outubro porque renunciou ao mandato de senador, em2007, para evitar processo de cassação, e, portanto, estaria inelegível.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) impugnou o registro deRoriz.
Ao julgar o caso, o TRE não aceitou o registro da candidatura por entender que o candidato deixou o cargo de senadordepois de ser alvo de denúncias relacionadas à divisão de umcheque de R$ 2,2 milhões emnome do empresário Nenê Constantino para supostamente comprar um embrião de bezerrapara escapar do processo de quebra de decoro parlamentar. A punição mais grave para esse caso seria a perda do mandato, o que deixaria o político inelegível por oito anos.Os advogados de Roriz recorreramaoTSE, que ainda não marcou data para analisar o recurso.
CPI da Codeplan: 22 indiciados em esquema de corrupção
Além dos ex-governadores Roriz e Arruda, o relatório final da CPI da Codeplan da Câmara Legislativa lista 22 pessoas envolvidas no esquema que, durante 11 anos, desviou R$ 4,2 bilhões dos cofres públicos do DF.
Multas de R$ 712 mil em seis estados
Os Tribunais Regionais Eleitorais dos seis maiores colégios eleitorais aplicaram até agora R$ 712.320 em multas por propaganda irregular ou antecipada. Candidatos ao governo dos estados, deputados federais e estaduais, assim como os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acumulam penalidades por desrespeitarem a legislação. Essas ações ocupam boa parte da pauta dos tribunais e, conforme o levantamento do Correio, a maioria dos candidatos que comete irregularidades faz isso de forma recorrente.
Para o presidente do Instituto de Direito Político Eleitoral e Administrativo (IDIPEA), Alberto Rollo, os baixos valores das multas incentivam a propaganda irregular.
Uma multa de R$ 5 mil para alguém que disputa um cargo ao governo vale a pena.Tanto que elas são recorrentes. Custaria muito mais falar o que se querem um horário eleitoral regulamentado.
FHC, o “não militante”
Presença rara na campanha do candidato tucano à presidência, José Serra, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse ontem que não é militante como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e considera sua participação compatível à postura do cargo que ocupou. “Apareço da maneira como acho que um expresidente deve aparecer, dando ideias, discutindo, mas não sou militante. Acho que é uma certa incompatibilidade de postura.
Cada um defende a sua. Tem uns que defendem como o presidente Lula. Ele é um militante. Esqueceu que é presidente de todos nós para representar uma facção”, alfinetou.
Vacina contra o apetite do PMDB
Com o conhecido apetite do PMDB por espaço e cargos surgindo em plena campanha eleitoral, o PT prepara uma vacina e um contra-ataque.
A gestação da futura Presidência da República, desenhada para ser mais forte do que a administrada por Luiz Inácio Lula da Silva, passa agora sobre como será a articulação política do governo. Se Dilma for eleita, está decidido que o cargo ficará com o PT e o responsável pela tarefa será um nome experiente, um negociador com capacidade de tratar com todos os partidos. Perfil que só se iguala no atual governo, quando José Dirceu executava essa função na Casa Civil no começo do primeiro mandato.
A opção por um nome forte é um contraponto ao deputado Michel Temer (PMDB-SP), que, caso eleito vice-presidente, terá também um papel de articulador político. O PT não quer que seu principal aliado tome conta dessa aérea. Por isso integrantes da legenda dizem que o ex-ministro Antonio Palocci se encaixaria como uma luva nesse papel de negociar os interesses dos congressistas, prefeitos e governadores.
O GLOBO
Receita: mais três ligados a Serra tiveram sigilo violado
Eduardo Jorge Caldas Pereira, vice-presidente do PSDB, não foi o único tucano a ter seus dados fiscais devassados ilegalmente.
Num intervalo de 16 minutos, em 8 de outubro de 2009, um computador da Delegacia da Receita Federal em Mauá (SP) serviu como base para acesso não autorizado a dados sigilosos de mais três pessoas ligadas ao PSDB e ao presidenciável tucano, José Serra. Na lista estão Luiz Carlos Mendonça de Barros, ministro das Comunicações no governo Fernando Henrique; Gregório Marin Preciado, marido de uma prima de Serra; e Ricardo Sérgio de Oliveira, diretor do Banco do Brasil no governo FH.
Os dados constam do processo administrativo aberto em 1° de julho pela Corregedoria da Receita. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal também investigam suposto uso dos dados para montagem de um dossiê por integrantes da campanha da candidata do PT, Dilma Rousseff.
Três analistas tributárias da Delegacia de Mauá são investigadas.
PT acusa PSDB de tentar criar 'factoide'
O PT reagiu ontem à iniciativa do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, de ligar o vazamento de dados fiscais de tucanos à candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff. O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, reforçou o discurso de que o partido foi o primeiro a pedir à Polícia Federal que apurasse as denúncias sobre a investigação extraoficial dos dados ficais do vice-presidente nacional do PSDB, Eduardo Jorge.
Em seu Twitter, Dutra chamou de "factoide" a informação de que mais três tucanos foram investigados pela Receita Federal de forma irregular, apesar de ser uma investigação formal da Receita. "Foi o PT quem solicitou à PF a abertura de inquérito para apurar quebra de sigilo de EJ. Somos os principais interessados na conclusão rápida dessa apuração. Não aceitamos a continuação de factoides alimentados por informações vazadas a conta-gotas", escreveu Dutra.
Serra: 'Eu não preciso de padrinho'
O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, disse ontem em comício em Natal que não precisa de padrinho ou de patrono, numa referência à sua adversária do PT, Dilma Rousseff, que tem aparecido quase sempre, na propaganda eleitoral da TV, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ainda ao discursar no bairro do Alecrim, onde cumprimentou vendedores das lojas localizadas nessa região comercial de Natal, o tucano prometeu investir no Nordeste em saúde, transportes e infraestrutura. Afirmou ainda que "sem a falsa modéstia", foi o político de fora do Nordeste que mais fez pela região.
PSDB libera mais verbas
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, decidiu triplicar o investimento em material publicitário para as campanhas majoritárias e proporcionais, em reunião anteontem à noite, em São Paulo. Ainda esta semana, o partido aumentará para quase R$20 milhões o volume de recursos destinado aos estados. O fortalecimento dos caixas regionais é uma das tentativa de contornar a resistência que o tucano enfrentaria de parte dos aliados.
- O próprio Serra pediu para multiplicar por três o orçamento com o material das campanha majoritárias e proporcionais nos estados. Vamos investir em material que esteja colado ao nome de Serra - disse Sérgio Guerra, que participou do encontro com coordenadores da campanha.
Dilma diz que subirá rampa e cuidará do povo
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, discursou ontem já prevendo que no fim do ano vai subir a rampa do Palácio do Planalto como presidente. Ela previu como será o dia em que, na opinião dela, assumirá o governo no lugar do presidente Lula.
- Todos nós vamos ficar emocionados quando o presidente Lula estiver descendo aquela rampa no dia 31 de dezembro. E ele estará passando para mim, para disputar a eleição (sic), uma grande responsabilidade. Não é só governar, mas cuidar do povo que ele ama. Neste dia, a única coisa que vai me consolar é que, pela primeira vez, uma mulher estará subindo a rampa - discursou.
TSE reafirma: Ficha Limpa vale sim para condenações antigas
Por cinco votos a dois, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou ontem à noite que a Lei da Ficha Limpa pode barrar candidaturas de políticos condenados em processos anteriores ao dia 7 de junho, quando a nova lei entrou em vigor. A mesma interpretação fora dada numa consulta dez dias após a publicação da lei. Mas, ontem, foi a primeira vez que a corte julgou um caso concreto de um político condenado que quer disputar as eleições. O resultado não será aplicado automaticamente a outros casos, mas firma a posição do tribunal de fechar as portas para que mais candidatos na mesma situação disputem votos este ano.
Abert pede fim das restrições ao humor na campanha
Acuados pela censura imposta pela lei eleitoral no período de campanha política, os humoristas podem ter motivos para sorrir. Anteontem, a Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) protocolou no Supremo Tribunal Federal uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra as restrições impostas aos programas de humor.
Em vigor desde 1997, a atual lei eleitoral proíbe o uso de "trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido ou coligação". O texto citado atinge em cheio as sátiras políticas e, na avaliação da Abert, viola a liberdade de expressão assegurada pela Constituição.
Lula e a 'emendinha'
A pouco mais de quatro meses do fim de seu mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ontem, em tom de brincadeira, que gostaria de ficar mais tempo no Palácio do Planalto. Na cerimônia de assinatura de sete atos na área de Defesa, o presidente elogiou o trabalho do ministro da Defesa, Nelson Jobim, e disse que, com a lei complementar que reestrutura o setor, ele deveria ter mandado para o Congresso "uma emendinha" aumentando o mandato presidencial.
- Está certo que a gente está no fim do mandato, mas você poderia, junto com essa lei complementar, ter mandado uma emendinha para mais alguns anos de mandato... Não mandou, então fica... - brincou Lula.
Marina: estilo de liderança de Lula é velho
A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, subiu o tom das críticas ao governo Lula ontem ao classificar a política de desenvolvimento do presidente - que, segundo ela, marcaria uma oposição entre o meio ambiente e o avanço econômico - como um estilo velho de liderança. Marina fez ainda coro ao presidenciável tucano, José Serra, ao cobrar transparência nos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Em Porto Alegre, Marina criticou o presidente num encontro com militantes do PV gaúcho e com o deputado do Parlamento Europeu Daniel Cohn-Bendit, do Partido Verde alemão e um dos líderes do Maio de 1968 francês. Ao mencionar a existência de desenvolvimentistas conservadores e desenvolvimentistas progressistas, enquadrou Lula no segundo grupo, por ter "até um olhar para o social". Mas acusou o presidente de ter uma política de desenvolvimento equivocada, que buscaria o "crescimento pelo crescimento" e marcaria uma oposição entre ecologia e avanço econômico.
O ESTADO DE S. PAULO
Violação de IR atingiu mais 3 tucanos
A Receita Federal vasculhou, em sequência e num mesmo dia, os dados fiscais sigilosos do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, e de mais três pessoas ligadas ao comando do partido. A operação foi revelada ontem à tarde, com exclusividade, pelo portal estadão.com.br.
Até então, sabia-se que apenas os dados de Eduardo Jorge haviam sido alvo de acesso e vazamento, com a finalidade de municiar um dossiê para uso da campanha da petista Dilma Rousseff. As consultas ocorreram num intervalo de 15 minutos e atingiram outros três nomes vinculados à direção tucana. No dia 8 de outubro de 2009, servidores do Fisco abriram, a partir do mesmo computador, os dados sigilosos de Eduardo Jorge e de Luiz Carlos Mendonça de Barros, Ricardo Sérgio de Oliveira e Gregório Marin Preciado.
Essa revelação enfraquece a versão de acesso funcional aos dados de Eduardo Jorge e dá munição para a oposição acusar o governo de abrir sigilo sem motivação interna, mas com objetivos políticos para fabricar dossiês na campanha eleitoral. Mendonça é ex-ministro das Comunicações do governo de Fernando Henrique Cardoso, Ricardo Sérgio foi diretor do Banco do Brasil na gestão tucana e Preciado é casado com uma prima de José Serra. Os nomes deles estão no processo aberto pela corregedoria da Receita para saber quem abriu os dados de Eduardo Jorge e por que foram acessados em terminais da Delegacia da Receita Federal em Mauá (SP). O conteúdo das declarações de renda do vice-presidente do PSDB foi parar num dossiê que passou pelas mãos de integrantes do comitê de campanha da candidata do PT à Presidência. Em junho, o jornalista Luiz Lanzetta teve de deixar a campanha petista por envolvimento no episódio.
Dora Kramer : Crime organizado
A revelação de que além de Eduardo Jorge Caldas mais três pessoas ligadas ao PSDB tiveram seus sigilos fiscais violados deixa claro que quebras de sigilo não são fatos isolados e servem para montar armadilhas eleitorais.
Mulheres aliadas de Dilma querem rever lei do aborto
Ao mesmo tempo em que a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, esquiva-se de fazer compromissos sobre o tema aborto a fim de se aproximar das igrejas e cristãos, as mulheres do PT e a comissão suprapartidária encarregada de debater o programa de governo da petista pregam mais abertamente o debate da legislação vigente e mudanças comportamentais.
Para as mulheres - do PT e de partidos da coligação - envolvidas nas discussões do programa de governo, Dilma, se eleita presidente, deve "estimular a revisão da legislação que restringe a autonomia da mulher sobre seu próprio corpo, gerando problemas de saúde pública".
A afirmação é feita em documento divulgado pela Secretaria Nacional de Mulheres do PT, elaborado após realização da plenária nacional nos dias 11 e 12 de junho. Foi divulgado na última edição do jornal Movimentos, do PT, dias depois de Dilma ter lançado sua Carta aberta ao povo de Deus, em que joga ao Congresso a responsabilidade de "encontrar o ponto de equilíbrio" em relação a temas como aborto e a união civil de homossexuais.
Em temas polêmicos, candidata é evasiva
Ela adota cada vez mais a estratégia de "sair pela tangente" para fugir de assuntos polêmicos, como aborto, união civil entre homossexuais e retorno da CPMF. Quando confrontada com essas questões, Dilma as remete para o Congresso e os movimentos sociais, evita declarações conclusivas ou simplesmente diz que este não é o momento mais apropriado para debater o assunto - caso do Código Florestal.
Na recém-divulgada Carta aberta ao povo de Deus, Dilma defende a tese de que cabe ao Congresso "a função básica de encontrar o ponto de equilíbrio nas posições que envolvam valores éticos e fundamentais, muitas vezes contraditórios, como aborto, formação familiar, uniões estáveis e outros temas relevantes, tanto para as minorias como para toda sociedade brasileira".
Aécio grava mensagem de apoio ao presidenciável
O ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB), que é candidato ao Senado, gravou ontem em São Paulo um depoimento em vídeo de apoio ao candidato tucano à Presidência, José Serra.
A gravação começou às 11h30, levou cerca de uma hora e foi feita nos estúdios da produtora do marqueteiro de Serra, Luiz Gonzalez, na Vila Leopoldina. A mensagem deve ser exibida ainda esta semana no horário eleitoral gratuito.
Tucano é ignorado por aliados no Amazonas
A visita do candidato José Serra (PSDB) a Manaus na última sexta-feira foi ignorada pelo candidato do partido ao governo do Amazonas, Hissa Abrahão, no programa eleitoral da TV e do rádio.
Ontem, até a tarja "Serra Presidente" - que aparecia durante seu programa - foi retirada. A reportagem procurou a assessoria de Abrahão, que ainda não citou Serra no horário eleitoral, e a declaração foi de que o candidato não falaria sobre o assunto.
Na visita de Serra, Abrahão estava sempre solitário, enquanto o presidenciável participava dos eventos e da caminhada pelas ruas da zona leste da capital, sempre ao lado do senador Arthur Virgílio (PSDB) e do candidato do DEM a deputado federal Pauderney Avelino.
Fonte: Congressoemfoco