quarta-feira, julho 21, 2010

Mau tempo continua castigando a população

Ludmilla Cohim

A forte chuva que caiu em toda a madrugada de ontem, em Salvador, voltou a trazer transtornos para a cidade. Além do sofrimento de parte da população, que viu suas moradias ruírem, diversos pescadores da Colônia Z1, no Rio Vermelho, se assustaram ontem com a força da maré, que destriu a quarta na madrugada de ontem.

Outro fenômeno surpreendeu os pescadores e banhistas. A grande bóia sinalizadora de banco de areia de Santo Antônio teve sua amarração à âncora rompida e foi trazida para a praia em decorrência do temporal. Outro transtorno foi para motoristas de veículos de grande porte que pretendiam realizar a travessia Salvador – Itaparica pelo sistema Ferry Boat, que foi interrompido durante toda manhã de ontem. A TWB informou que a suspensão da travessia se deu por conta dos fortes ventos.

“Quem tem fé em Deus não caí”. Essa frase estava escrita na embarcação do pescador João Carlos da Cruz, 35 anos, conhecido como “Chapada”, pai de três filhos e morador do Vale das Pedrinhas, proprietário do barco destruído ontem. Muito emocionado, o pescador relatou que, como de costume, chegou ontem por volta das 3 horas da madrugada no Rio Vermelho para trabalhar quando se deparou com seu instrumento de trabalho destruído.

O barco, de aproximadamente oito metros, estava avaliado em R$ 60 mil. “Acabou meu patrimônio e eu só tenho esse barco para a fonte de subsistência da minha família. Lembro que demorei seis meses para a construção e nem acabei de pagar o empréstimo que fiz para a realizar a compra”, lamenta.

Com a chegada do inverno, os pescadores garantem que os danos foram e continuam sendo diários porque desde abril quatro barcos, além de outros bens materiais deixados ao mar como apetrechos de pesca e demais instrumentos de pesca, já foram destruídos. De acordo com Marcos Sousa, presidente da Colônia, a situação é recorrente há algum tempo e para combater a situação a categoria solicitou um quebra-mar, mas nada ainda foi feito.

A Defesa Civil de Salvador (Codesal) registrou até a noite de ontem 39 ameaças de desabamento de imóvel, duas ameaças de desabamento de muro, 14 ameaças de deslizamento de terra.

Fonte: Tribuna da Bahia