sábado, janeiro 30, 2010

O decadente Big Brother Brasil

Vivemos outros tempos, com uma sociedade de consumo dirigida por manipuladores de massa. E isso é observado em quase todos os segmentos da vida social, aqui incluída naturalmente a grande indústria do mundo capitalista fabricando coquetéis de ilusões, de frivolidades, de devaneios a ponto de inebriar mentes fragilizadas de pessoas que hoje vivem como fantoches ao sabor daqueles, por exemplo, cognominados especialistas em produzir modas, tipos ou gêneros de indivíduos tribais, exibindo suas tatuagens, esbeltos corpos sarados em academias de ginásticas, que se proliferam por todos os lugares, enfim, uma multidão de pessoas fazendo o que a mídia especializada ou os profissionais capitalistas determinam.

O Big Brother Brasil, hoje na sua versão mais promíscua, representa o mundo contemporâneo da nudez explícita, da apelação desmedida ao sexo e vitrine de exposição pública carnal de seus participantes do mesmo ou de sexos diferentes.

Estamos atravessando um período delicado com a revolução dos valores éticos e morais. Parece que o mundo perdeu as suas referências positivas comportamentais. Tudo tem girado em torno do super ego das pessoas: eu sou mais, tenho isto e aquilo, moro num condomínio de luxo, tenho o carro da marca X, sou bem remunerado, sou superior, quero ser uma celebridade e outras idiotices. Mas se esquecem de que todos são iguais, vão morrer um dia, e que daqui nada levarão.

Não podemos discutir o gosto de cada um. Se ainda existe o Big Brother é porque o programa atende à sua clientela e aos seus patrocinadores. Mas já está na hora de a televisão nacional se preocupar mais com o nível cultural de seus programas de entretenimento. Ficar mostrando a intimidade explícita de um bando de aventureiros ávidos pelas luzes da ribalta do estrelato para depois ser convidado a posar em revistas de apelo sexual masculino ou feminino, não é produzir cultura e divertimento saudável a ninguém.
Fonte: Julio César Cardoso/Jornal Feira Hoje