O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), discursou no plenário da Casa ontem para fazer duras críticas à imprensa e ao que chamou de “campanha nazista” contra a sua permanência no cargo. Ao reagir à denúncia de que dois apartamentos utilizados pela sua família no bairro dos Jardins, em São Paulo, teriam sido adquiridos e registrados em nome da empreiteira Aracati, Sarney negou as acusações. “O prédio na Alameda Franca, modesto, saindo na Rebouças, é um prédio de apartamento de 85 m2. Eu comprei o primeiro apartamento ali em 1977, ainda em construção, para ali morarem meus filhos que estudavam um na USP outro na Faculdade Cristã. Agora, na terceira geração, quem vai lá, muitos colegas lá já foram, até se admiram como o presidente Sarney mora num apartamento de sala pequena e dois quartos”, afirmou. Sarney disse que o segundo apartamento, no mesmo prédio, foi comprado pelo seu filho Zequinha Sarney (PV-MA) para o neto que estuda em São Paulo. “Um dos meus netos está estudando em São Paulo. Meu filho comprou um apartamento no mesmo edifício porque era mais fácil, onde moram seus primos. E declarou no seu imposto de Renda. A escritura não foi passada porque não terminou o pagamento, mas consta no Imposto de Renda”, afirmou. Sarney disse ainda que o jornal “O Estado de S. Paulo”, que publicou a denúncia sobre os imóveis, “terceirizou sua redação e sua credibilidade”. “Ele [O Estado de S. Paulo] vem se empenhando em uma campanha sistemática contra mim, uma prática nazista de acabar com as pessoas, denegrirem sua honra e dignidade até levar os judeus a uma câmara de gás. Esse tem sido o comportamento de ‘O Estado de S.Paulo’”, afirmou. Sarney criticou a cobertura da mídia sobre a crise no Senado ao afirmar que a imprensa não tem limites para a sua atuação nem respeita a Constituição ao “devassar” a privacidade dos parlamentares. “A Constituição, no artigo 5º, diz que temos direito à privacidade. É uma das garantias constitucionais. E esse país rasga a Constituição. Não temos lei de imprensa, não temos direito de resposta. Temos que nos submeter a isso aqui”, afirmou.
Fonte: Tribuna da Bahia