O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que "torce para que o momento de crise passe logo" para poder cumprir o compromisso de reajuste do funcionalismo público. "Vim do meio sindical e sei o quanto é importante o cumprimento de acordos como esse. A minha ideia é cumprir (o acordo). Vamos torcer para que a situação melhore", disse o presidente em entrevista coletiva à imprensa após visitar o terminal de regaseificação da Petrobras na Baía de Guanabara.
Indagado sobre sua posição em relação ao assunto, Lula comentou que ainda não decidiu se vai manter o acordo porque tem até junho para resolver. "Porque eu teria que resolver isso agora?", questionou. Segundo ele, a crise já dá sinais de que está arrefecendo no País. Lula voltou a afirmar que o Brasil foi o último a sofrer o impacto da crise financeira mundial e será o primeiro a sair.
"As empresas não estão mais demitindo. Tenho visitado obras para mostrar que os investimentos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), mesmo que estejam mais caros por conta da crise, estão seguindo e vamos ter que arcar (com esse preço mais alto) porque geram empregos", disse.
O presidente comentou que em conversas com seu colega americano, Barack Obama, "ficou claro que a crise ainda não chegou no fundo do poço". "O presidente Obama tem que tomar alguma atitude com relação à falta de crédito. Cabe aos países mais ricos garantir que o sistema de crédito funcione com fontes adequadas para manter o fluxo do comércio internacional", disse o presidente. Lula afirmou ainda que os países também têm que fazer um esforço interno para garantir estabilidade e credibilidade. "Não sei se o Obama vai garantir essa credibilidade. Sei que nos Estados Unidos as palavras ‘estatizar’ ou ‘nacionalizar’ são palavrões, mas temos exemplos no Brasil, como a Caixa Econômica Federal, o BNDES, o Basa (Banco da Amazônia),de que, quando bem administrados, funcionam de uma maneira extraordinária e têm sido fontes de crédito para as empresas", disse.
Lula ainda se declarou otimista com a administração de Obama para um aumento das relações bilaterais com o Brasil. "Nossa balança comercial, hoje em R$ 54 bilhões, apesar do crescimento que vem registrando, ainda é muito pouco para a dimensão dos dois países e pode ser muito maior", disse.
Fonte: Tribuna da Bahia