domingo, fevereiro 01, 2009

Rodovias ruins travam progresso econômico do Estado

Donaldson Gomes, do A TARDE
Luiz Tito/Agência A TARDE
Trecho da BR-349, no oeste da Bahia: condições precárias
Dentre os mais de 7 mil km de rodovias que cortam a Bahia, apenas 143 km são apontados como em ótimo estado de conservação, o que equivale a 2% do sistema. O estado da maior parte da malha, 54,4%, está classificado como ruim ou péssimo, segundo a pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), referente ao ano de 2007.
Por trás dos números está um problema que dificulta o desenvolvimento econômico do Estado uma vez que empreendimentos econômicos em áreas distantes têm a competitividade comprometida por custos extras provocados pela má situação das estradas.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Victor Ventin, ressalta que em momentos de que crise, o investimento em competitividade se mostra ainda mais importante. “Quando a economia está crescendo alguns custos se diluem mais facilmente, mas quando estamos em situação de crise a competitividade faz a diferença em relação ao caixa positivo para as empresas e a manutenção de empregos”, ressalta.
Além das rodovias percorridas pela reportagem de A TARDE na semana semana (BR 235, BR 349, BA 210 e a BA 284), a comissão de infraestrutura da Fieb aponta a BR 407, que liga a Bahia ao Nordeste, e a BR 242, além das BRs 116 e 324 – que tiveram trechos licitados para pedágio recentemente – como as mais precárias. “A concessão resolveu parte dos problemas”, avalia Ventim, ressaltando que a solução definitiva para a economia baiana passa pela integração e ampliação do transporte multimodal. “Quando tivermos condições de transferir parte da carga para linhas férreas, a pressão sobre a malha rodoviária será reduzia”, avalia.De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Conteineres do Estado da Bahia, Creso Amorim, o custo do setor em relação a outras praças chega a ser entre 20% e 30% maior. Para completar, destaca, o frete é mais barato no Nordeste. “Como a cultura econômica da região é de importar os produtos do Sudeste, estabeleceu-se que o cálculo do frete a partir do Nordeste é de retorno, o que coloca em uma patamar de preço mais baixo”. Em relação à situação das rodovias, o dirigente avalia que há muito o que se fazer, mas diz que a situação já foi pior. O Derba informou, através de nota, que as BAs 210 e 288 recebem manutenção rotineiramente. No caso da 210, o informe dá conta de que estariam sendo feitas operações paliativas, que não conseguem dar condições de trafegabilidade ao trecho. “Já a BA 288 encontra-se em boas condições de trafegabilidade, apesar de ser uma rodovia em revestimento primário (leito natural)”, informa o Derba.
Fonte: A Tarde