sexta-feira, janeiro 23, 2009

Mais um nome do PMDB renuncia à Câmara

Tribuna da Bahia Notícias-----------------------
Depois de ter surpreendido com a renúncia do cargo uma semana após ter assumido a presidência da Câmara Municipal, o vereador Alfredo Mangueira (PMDB) parece mesmo ter feito escola na Casa. Depois da renúncia veio a polêmica: ter ou não ter nova eleição: eis a questão. Mesmo sem definição e com opiniões divididas, alguns partidos apostaram na chance de assumir a vaga e começaram a se articular. O PMDB, dividido entre si, declarou que não abriria mão do cargo por entender que a vaga era do partido e lançou Pedro Godinho como nome para concorrer ao cargo. Este, por sua vez, fez o que todo mundo menos esperava e ontem, alegando falta de apoio, abriu mão de sua candidatura. A bola da vez peemedebista agora é o vereador Alan Sanches. E mais uma vez fica difícil prever qual desfecho terá essa novela. Paulo Magalhães Júnior, que assumiu interinamente e mesmo sob a alegação de “não ter apego ao cargo”, tenta de todas as maneiras assumir a vaga definitivamente. Ontem ele admitiu não levar a plenário a decisão sobre a realização de uma nova eleição para a presidência da Casa. “O parecer é conclusivo e defende a minha permanência dentro da legalidade jurídica. Estou buscando entendimento com os vereadores e acho que há uma adesão muito grande à minha permanência. Vamos definir junto a todos os vereadores da Casa qual o melhor caminho”, declarou otimista. O presidente interino também falou sobre a desistência de Godinho. “Foi um movimento de muita habilidade do PMDB convencer Alan, que até então era contra uma nova eleição e agora é candidatíssimo”, ironizou. O vereador lembra que, caso a decisão seja por sua permanência no cargo, também se abrirá uma vaga na mesa diretora para abrigar a oposição. Magalhães Júnior disse ainda que vem conversando sobre esta possibilidade com os oposicionistas e negou pretender ir para um bate-chapa contra Alan Sanches. O presidente do Democratas em Salvador, Gerson Gabrielli, disse ontem que o parecer jurídico da Procuradoria da Câmara Municipal e a desistência do vereador Pedro Godinho (PMDB) em disputar o comando da Casa fortalecem a permanência do vereador Paulo Magalhães Jr. (DEM) no cargo sem a necessidade de uma nova eleição. “Esta é a única solução para o consenso na base do prefeito João Henrique Carneiro (PMDB), para que não haja desentendimentos políticos sobre uma questão que, do ponto de vista jurídico, já está pacificada”, acrescentou o democrata. Segundo ele, os trabalhos legislativos estão prestes a começar e existe uma agenda emergen-cial da cidade na Câmara Municipal. “Paulo Magalhães Júnior tem experiência legislativa para conduzir a Casa e o Democratas é um partido aliado do prefeito. De modo que a solução natural, em função dos últimos acontecimentos, até para pacificar a Câmara, é a permanência de Paulo Magalhães Júnior”, acrescentou Gabrielli.(Por Carolina Parada )
Partido nega acordo com o DEM
O presidente estadual do PMDB, Lúcio Vieira Lima, disse que Paulo Magalhães Jr. (DEM) não terá condição política de se manter no cargo, caso decida não submeter ao plenário decisão sobre a realização de eleições à presidência da Casa. “Um recuo neste sentido diminui qualquer chance de sobrevivência do vereador Paulo Magalhães Jr. no comando da Câmara, chances essas que já estão próximas de zero”, disse Lúcio, acrescentando que a desistência de Pedro Godinho (PMDB) em concorrer ao cargo não passou nem de longe por qualquer acordo entre o partido e o DEM. “O que sabemos, por intermédio da bancada do PMDB, é que a Casa não aceita ser impedida de discutir se deve ou não ter eleição para presidente”, disse. Ontem à tarde, o partido fechou um acordo com os oposicionistas PT e PCdoB para lutar pela realização da eleição à Mesa Diretora. Já o vereador Alan Sanches, agora candidato oficial do PMDB à vaga, elogiou a atitude de Pedro Godinho de desistir da candidatura à presidência da Câmara Municipal. “Fomos pegos de surpresa. Foi uma atitude magnânima, de desprendimento, em favor de uma composição mais unânime, pois já que faço parte da mesa e se abrirá uma vaga para que a própria oposição possa ingressar“, destacou. Sanches garantiu que numa reunião ontem, nenhum se opôs à sua candidatura, acrescentando que contou, inclusive, com o apoio de Sandoval Guimarães, que também tinha interesse na disputa. (Por Carolina Parada )
Disputa na UPB fica apenas entre Luiz Caetano e Maia
Depois da decisão dos prefeitos João Gualberto (Mata de São João) e Ricardo Johnson Machado Grey (Santo Amaro da Purificação) entrarem na Justiça contra a decisão da União dos Municípios da Bahia (UPB), que concedeu direito a voto na eleição da entidade aos ex-prefeitos, ontem foi a vez de Itamar Rios (DEM), prefeito de Capim Grosso, anunciar a desistência de sua candidatura. Itamar protestava contra uma norma antiga do estatuto, que exige dos candidatos a apresentação de uma lista com pelo menos 10% do colégio eleitoral para registro de suas chapas. A meteórica tentativa de Itamar Rios se tornar candidato de União dos Municípios da Bahia foi desastrosa. Além de não contar com uma base de sustentação que pudesse sequer registrar a sua chapa, o democrata saiu atirando para todos os lados, mostrando que não exercia as condições necessárias para assumir o comando da entidade. Além de não pertencer a um município com forte influência política, a sua entrada no processo foi tardia, dificultando as suas ações. Curiosamente, a sua tentativa de candidatura nasceu após o silêncio de Izaque Pinheiro, também do Democratas. Restam na disputa apenas os candidatos Luiz Caetano (PT), prefeito de Camaçari, e Roberto Maia (PMDB), prefeito de Bom Jesus da Lapa. Contrariando os discursos dos próprios candidatos, dos partidos e do governo, a disputa acontece de forma partidária, embora a maioria dos personagens só apareça no jogo dos bastidores. Agora, com a polarização entre dois prefeitos filiados ao PT e ao PMDB, ambos da base governista, reforça mais ainda esta tese. “O ideal seria que as discussões partidárias não afetassem o processo eleitoral”, pondera o atual presidente da UPB, Orlando Santiago, que diz ter dialogado o tempo inteiro para encontrar um candidato de consenso. Ontem o presidente da UPB disse que vai aguardar o resultado do julgamento da ação impetrada pelos prefeitos João Gualberto e Ricardo Grey para poder se posicionar. Mas ele disse estar tranquilo e que não vai tentar derrubar a liminar. “Estamos tranquilos. Está tudo na ordem. Qualquer que seja o desdobramento nós vamos acatar”, comentou Orlando Santiago. Hoje acontece uma reunião regional da Amavale em Caetité, órgão que tem vinculação com a UPB. Além de Orlando Santiago, o candidato Roberto Maia, que passou os últimos dias em Salvador, também estará presente. Ontem também o líder do PT na Assembleia Legislativa, Paulo Rangel, negou através de sua assessoria que o seu partido não vai disputar a eleição da UPB. Na informação o líder petista corrige que, com a participação dos ex-gestores, o partido sairá da disputa. Reforça ainda que o PT trabalhará pelo esvaziamento da eleição.(Por Evandro Matos)
Partido lança Leur para a Mesa da AL e mantém veto ao nome de Nilo
Os efeitos da crise financeira mundial fizeram o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, antecipar duas medidas de socorro ao setor produtivo do Nordeste. Ele aprovou ontem pela manhã a renegociação das dívidas dos fruticultores do Vale do São Francisco e a manutenção em 2009 dos mesmos limites de crédito de antes da crise para empresas exportadoras financiadas pelo FNE, o fundo de empréstimos para o Nordeste gerido pelo Ministério da Integração. Estas iniciativas estavam previstas para a segunda quinzena de março, quando ocorre a reunião do conselho deliberativo da Sudene, órgão ligado à pasta da Integração Nacional. Mas “em função da crise que reduziu o consumo de frutos e de outros produtos de exportação do Nordeste foi preciso antecipar as medidas”, explicou o ministro Geddel afirmando que agiu “em coerência com os objetivos do FNE e do governo do presidente Lula de manutenção da competitividade externa das empresas brasileiras”. Com a assinatura ministerial, os fruticultores do Vale do São Francisco conseguiram a renegociação das parcelas vencidas a partir de setembro de 2008 e vincendas em 2009, pagando apenas 2% do saldo devedor em atraso. Além disso, poderão tomar novos empréstimos para as safras seguintes. Já as empresas exportadoras, integrantes do Nexport (Programa Nordeste Exportação) poderão contrair empréstimos do FNE até o limite de R$ 40 milhões, nas mesmas condições do ano passado. O ministro Geddel, no entanto, ressalva que “tão logo o mercado financeiro internacional volte à normalidade, nova avaliação será feita”. As duas resoluções serão submetidas à aprovação ad referendum (aceitação posterior) do Conselho Deliberativo da Sudene, composto por todos os segmentos de interesse do setor, do governo aos trabalhadores.
Fonte: Tribuna da Bahia