Laerte Braga
A ajuda a bancos “quebrados” em boa parte do mundo deve chegar a quatro trilhões de dólares. O suficiente para implementar políticas de combate à fome e voltadas para a saúde em toda a África e boa parte do mundo. Se somarmos esses valores aos desvarios de George Bush nas guerras inúteis do Iraque e do Afeganistão a conclusão que é possível criar um mundo alternativo vai ser inevitável.
Nem Bush, nem os bancos, nem as grandes empresas, os grandes proprietários de terra querem. Isso tem um efeito cascata que atinge a cada ser humano no modelo vendido diariamente pela mídia. O braço da verdade absoluta do deus mercado.
O grande espetáculo das liquidações natalinas.
No altar as oferendas de cada um. A fome, a miséria, toda a sorte de barbárie e violência, a degradação ambiental, e o caminhão para a escolha da GAROTA FANTÁSTICA parado num shopping de muitas cidades aguardando inscrições e dando orientações sobre o que fazer para chegar ao topo.
O primeiro passo é aceitar qualquer condição. O segundo é achar que tudo é normal. O terceiro é acreditar nisso até o momento que um estalo faz com que bilhões de peixes se percebam numa gaiola.
O jornalista Renato Henrique Dias lança, na quinta-feira, dia 4, no MAM (Museu de Arte Moderna), em Juiz de Fora, MG, o romance AQUÁRIO DE PÁSSAROS. É a visão de um sobrevivente da espécie humana a essa avalancha. Peixes em gaiolas e pássaros em aquários.
Um grupo que chamam de “terroristas” ocupa alguns hotéis na Índia, em Mumbai. Mata hóspedes ingleses, americanos e israelenses de preferência. Ocupa um centro judeu e elimina os que ali estavam. As mortes passam de cem.
Não há ação sem reação. A crença que nos impõe que o modelo é perfeito e nos conduz ao paraíso não leva em conta os excluídos no processo competitivo e desigual – a linha de largada não é a mesma para todos -. Mata-se em nome de um deus que orienta a cada matador. Bush quando invadiu o Iraque anunciou ao mundo que fora orientado por Deus. Momentos antes do anúncio da guerra as câmeras de tevê flagraram o presidente/terrorista sendo maquiado por anjos do espetáculo. Vieram de Hollywood.
Efeitos especiais de armas químicas e biológicas que não existiam. Existia e existe petróleo.
O estado de Santa Catarina e o estado “Ermírio de Moraes”, antigo Espírito Santo, estão sendo devastados e consumidos pela água. Os mais antigos diziam que o mundo terminara a primeira vez em água e terminaria a segunda em fogo.
A espécie humana tem 250 mil de anos apesar do bispo de Ulster ter calculado na década de 20 do século passado três mil e poucos anos e definido a hora da criação. Quinze horas e qualquer coisa. Os dinossauros viveram perambulando por aí por 120 milhões de anos. Na opinião de alguns paleontólogos a racionalidade nem sempre significa sabedoria. A não ser que sabedoria seja predação e destruição.
A quadrilha Queiroz Galvão, dona do lixo e de muitas obras na esteira da corrupção legalizada (é uma das favoritas de José Serra e “cuida” do metrô de São Paulo), está tentando dar o trampo (só faz isso) no governo da Bolívia. Largou de lado as obras de uma rodovia no sul do país. Quer mais 50 milhões de dólares de “adicional” para concluir a estrada que vai ligar as cidades de Potosi e Tarija. Sem a grana a gang não trabalha.
É a “integração” de países sul americanos na versão bancos e empreiteiras, quadrilhas que não deixam nada a desejar aos cartéis do tráfico. Evo Morales já avisou que vai rescindir o contrato se a súcia não cumpri-lo e dá prazo até 10 de dezembro.
Por aqui esses chefões chamam isso de progresso, têm Daniel Dantas como um dos protetores e reverenciam o “coronel” gilmar mendes, presidente do antigo stf, hoje “praça” de grandes “negócios”.
Mineradores da SAMA, “empresa” que explorava mina de amianto na Bahia estão sofrendo de câncer pulmonar. Segundo os “médicos” da empresa, “coisa mínima”, o que vale dizer indenização pequena para doenças comuns. Segundo os médicos dos setores públicos, câncer. Diretores da “empresa”, ETERNIT, dona do negócio, da SAMA e freqüentadora dos porões e andares de cima do poder, foram presos. Mas na Itália.
Por aqui têm esperanças que o governo brasileiro e o governo da Bahia não impeçam a marcha para o futuro.
Faz de conta que não é com você. Não dá. A FORD, gloriosa companhia norte-americana, na fila da falência das grandes empresas daquele país rico e próspero, está anunciando no desespero de uns dólares a mais, carros sem entrada, pagamentos a perder de vista e todas as vantagens possíveis para entupir as ruas de cada cidade/gaiola. Joga o anzol, os peixes mordem fascinados com “o mundo de Truman” à volta de cada um.
De repente aparecem no Congresso dos EUA, em jatinhos particulares e pedem dinheiro de quem comprou carro, o contribuinte/bobo, para evitar o “desemprego” como conseqüência da quebra.
No Congresso do Brasil exigem mesas de madeira maciça. D. Ellen Gracie, ministra do antigo stf, uns anos atrás, comprou com dinheiro público para seu apartamento funcional uma banheira de hidromassagem e explicou que tinha direito e não estava infringindo lei alguma.
Spielberg deve ter visto CFT no infinito das constelações verdes que explodem amarelas tal e qual o Sol. Ursa-maior, Ursa-menor, Antares, multidão de estrelas/constelações em formas diversas. E um trono de Zeus guardado por Hércules. Por ali no máximo Pedrinho e Narizinho chegaram com o Visconde, entraram pelo labirinto e tia Nastácia seduziu o Minotauro com seus bolinhos. Havia encantado São Jorge que aquietou a quituteira dizendo o dragão estava meio velho, já não soltava fogo e nem impunha medo a ninguém.
O Minotauro preferiu empanturrar-se de bolinhos e de um tal jeito ficar gordo que Pedrinho não teve dificuldades em seguir a trilha de fio de linha deixada desde o primeiro passo.
O monstro era só foto montagem do espetáculo conduzido por milhares de William Bonners piedosamente posto em Santa Catarina. Assim que termina o JORNAL NACIONAL o IBOPE é conferido. Saber se o investimento valeu.
Sobre as reais razões da catástrofe nada.
Se chamassem o general Augusto Heleno para explicar na FIESP/DASLU o que acontece ele diria que é uma questão de soberania nacional, integridade do território brasileiro e os índios são os únicos culpados por toda confusão.
A saída? Transformar o Brasil num grande estado VALE/ARACRUZ/QUEIROZ GALVÃO/NORBERTO ODEBRECHT/BANCO ITAU/LATIFÚNDIO e o diabo a quatro, com capital em Washington.
O que Spielberg não viu foi que além de carne e osso das explosões espaciais, CFT tem uma estranha aura que gravita em torno da vida.
O dilema é estar numa gaiola de peixes, ou no “AQUÁRIO DE PÁSSAROS” do amigo Renato.
Aí é só pular o muro e contemplar um mundaréu de damas da noite transformadas em flores e perfume dos cascalhos de 120 milhões de anos de dinossauros. E a turma desmatando a Amazônia.
Benditos os dinossauros. Benditas as constelações. Pássaros são para voar.
CFT é carne, osso e alma.
O resto é cruz credo sarava meu Pai, três vezes pé de pato mangalô. O que vem por aí você só precisa começar a pagar em primeiro de abril e segundo a montadora não é mentira.
É “batatolina de bayer” como diria a Emília.