sábado, julho 26, 2008

Estradas federais terão nova fiscalização

Mudanças vão acontecer nos cinco estados campeões de acidentes de trânsito com morte
BRASÍLIA - A partir de 1º de setembro, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) vai mudar a forma de fiscalização nas estradas federais que cortam Minas Gerais, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Paraná e Pernambuco, os cinco estados que, pela ordem, mais registram acidentes de trânsito com morte. Só no primeiro semestre deste ano, foram 1.359 mortos em 30.053 acidentes, responsáveis ainda por ferimentos em 17.165 pessoas.
Na nova fase de operação, os agentes da PRF deixarão os postos de vigilância, situados normalmente nas entradas ou saídas das cidades, para ocupar as rodovias. Contarão com veículos próprios para resgate das vítimas e com profissionais capacitados para os primeiros socorros.
"Já estamos levantando nas estradas dos cinco estados quais são as curvas e os pontos mais perigosos e quais são os bares de onde mais saem bêbados que insistem em dirigir", disse o inspetor Alexandre Castilho, da PRF. Para as mudanças na fiscalização nos estados recordistas em acidentes as turmas de agentes nas rodovias deverão ser quadruplicadas. Além disso, serão divididas em duas equipes. Uma cuidará da vigilância sobre os carros e sobre o tráfego e outra de combate ao crime.
A opção pelos cinco estados ocorreu porque a Polícia Rodoviária sabe que não tem pessoal nem infra-estrutura para cuidar dos 26 estados e do Distrito Federal. No futuro, a ação poderá ser estendida aos demais estados, visto que foi incluída no Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), do Ministério da Justiça.
Por Minas Gerais ser o estado com maior número de municípios e com a mais extensa malha rodoviária federal do País, há lógica quanto ao fato de lá estar o maior número de vítimas. Mas Santa Catarina é pequeno e tem poucas rodovias federais, o que provoca dúvidas sobre o fato de estar sempre em segundo lugar nos acidentes.
Castilho explicou que a PRF já descobriu as causas. Trata-se de um estado que serve de passagem para outros, além de ter rodovias com muitas curvas e serras. Para piorar, o tráfego de caminhões pesados que fazem as linhas do Mercosul nas rodovias de Santa Catarina é muito grande. Eles acabam por se misturar com os veículos pequenos.
Isso torna as rodovias catarinenses mais perigosas que nos demais estados. Castilho disse que as turmas de agentes destacadas para atuar nos cinco estados já passam por treinamento especial. "Serão formadas por policiais mais familiares e mais simpáticos, sem aquartelamento nos postos montados ao longo das estradas".
Fonte: Tribuna da Imprensa