terça-feira, julho 01, 2008

"Disque Quércia para a corrupção"

Por: Helio Fernandes
Marta, Alckmin, Kassab, desesperados pelo apoio dele
A ousadia e a desfaçatez do ex-governador paulista Orestes Quércia não conhecem limites. Imaginem que ele está processando simultaneamente a antiga TV Manchete e a atual RedeTV! (TV Ômega), pedindo vultosa indenização a propósito de despesas que teria feito quando episodicamente (e ocultamente) esteve à frente da emissora.
Na época, Quércia era representado pelo laranja Hamilton Lucas de Oliveira, dono da Indústria Brasileira de Formulários (IBF), que oficialmente adquirira de Adolpho Bloch o controle da TV Manchete. Quércia nem aparecia na negociação e ficava escondido no meio do laranjal.
Mas agora a silhueta de Quércia já pode ser bem delineada no processo que tenta avançar nos bens da massa falida, classificada como a mais rica do País pelo advogado do espólio, Alfredo Bumachar. Adolpho Bloch não tinha nada, colocava tudo no nome da empresa, imóveis, veículos ou obras de arte.
Quércia participa do processo judicial por meio de seu jornal paulista DCI (Diário do Comércio e Indústria), que move ação juntamente com o laranja Hamilton Lucas de Oliveira. Modestamente, o enriquecido ex-governador paulista e seu sócio querem receber da antiga TV Manchete e da TV Ômega a módica soma de 38 milhões de reais, corrigida.
Na época, através da IBF, Quércia realmente comprou a emissora e sua equipe assumiu o controle. Mas não pagou as prestações pactuadas. Adolpho Bloch entrou na Justiça e facilmente conseguiu recuperar a TV Manchete. Que muito tempo depois acabou sendo negociada com Amilcare Dallevo, e o nome foi trocado para RedeTV!, com ponto de exclamação e tudo o mais.
Quércia é um político falido, que não se elege nem mesmo síndico de prédio. Acumulou fortuna ilicitamente como homem público, revelando-se capaz até de furtar mourões de concreto do DER paulista para instalar nas cercas de uma de suas fazendas. À época, o "Estado de S. Paulo" publicou uma estarrecedora foto da cerca, e se podia ler claramente a sigla DER gravada nos mourões. Só não gravou nas cercas, "Orestes Quércia", porque a modéstia é um dos componentes do seu caráter.
Mas tudo ficou por isso mesmo. Livre, leve e solto; Quércia se revela um empresário cada vez mais esperto. Desfruta de sua fortuna ilícita e tem conseguido multiplicá-la. Uma de suas proezas foi passar para trás os filhos de Roberto Marinho, na negociação do jornal "Diário Popular", que se transformou no "Diário de S. Paulo", braço paulista das Organizações Globo. Só que não teve sucesso com Quércia, continua sem sucesso na poderosa "Organização".
Na época, Quércia vendeu o jornal, mas manteve a propriedade do imóvel e do estacionamento. Assim, a Infoglobo (empresa da família Marinho) tem que continuar pagando vultoso aluguel para manter o jornal funcionando. Se o pagamento atrasa, Quércia nem liga. A garantia do negócio é a rádio CBN de São Paulo. Nada mal. O prédio é em local privilegiado, no centro, já foi o Hotel Jaraguá e os 7 primeiros andares eram do "Estadão".
Agora, é uma ironia do destino ver um espertalhão como Orestes Quércia tentando passar a perna no ectoplasma de Adolpho Bloch. Jamais o conseguirá. Quem merece usufruir dos bens do espólio são os milhares de trabalhadores do grupo Bloch, que até agora só receberam parcialmente seus direitos trabalhistas. Há anos "estão para receber" e não recebem. Apesar de serem defendidos por quem é considerado "o gênio do Direito Trabalhista".
Quércia disse a um amigo que nem sabe o que tem em imóveis. Um grande empresário, que tem terras em Minas, me dizia sempre: "Estou cercado de fazendas de Orestes Quércia. No limite de Minas com São Paulo existe uma área que é toda dele".
Enquanto isso acontece, o "disque Quércia para a corrupção", fica diariamente no edifício onde funcionaram o "Estadão" e o Hotel Jaraguá. De avental branco, Quércia "vende os votos que não tem". E os três candidatos, com voracidade, pagam o preço que ele pedir. Que República.
PS - Riquíssimo, tendo "limpo" uma parte do patrimônio conseguido i-l-i-c-i-t-a-m-e-n-t-e, quer deixar de ser o "disque Quércia para a corrupção", para se transformar em senador.
PS 2 - Pelo menos apóia(?) Kassab confiando na "promessa" de Serra, de elegê-lo senador. Só que na eleição de 2010 para o Senado, Serra não estará mais no governo.
Olivio Dutra
Lula disse uma vez: "Ele foi o meu primeiro convidado quando fundei o partido". Destruído por Tarso Genro.
"Descobriram a pólvora", muito tempo depois de Alfred Nobel, que tentou se "redimir", deixando a fortuna para o que se chama de Prêmio Nobel. Falo do "Bolsa Família", tão injuriado, e agora tão "silenciado" pela oposição. O que dizem e que já se sabia há muito: "O Bolsa Família diminui um pouco da fome mas não acaba com a miséria". Sempre achei hipocrisia total, e disse várias vezes: "Condenar esse pouco que dão a muitos".
Condenar essa distribuição ocasional é defender a centralização dos recursos para as elites ou os já ricos. É evidente que esses recursos mínimos não acabam com a miséria, mas facilita o combate à fome.
É insensato ficar contra esse aumento MISERÁVEL de 6 reais por mês e por família. É lógico que isso não é "programa de governo", (de nenhum governo), mas só quem não tem nada, sabe o que representam 6 reais.
O advogado da União, José Toffoli, que anunciou que vai para o Supremo (apesar de não haver vaga), parece que "descobriu o mapa da mina". Está tentado harmonizar as empresas que devem construir as hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau. Que querem ir à Justiça.
Oposição e governo se entenderam, e muito amigavelmente, na escandalosa aventura da Alstom. Conselheiros dos dois lados, concordaram: ninguém sairia bem se houvesse CPI. A Alstom, comemorando.
Juiz de Fora pode não ter a mais polêmica campanha eleitoral para prefeito. Mas existe hoje uma união total contra Bejani. O prefeito que renunciou para não ser cassado, quer voltar.
Se confirmar a intenção, nem tem legenda. Se tiver, não ganha. Se ganhar não toma posse. Se tomar posse, será linchado pelo povo.
O ambiente na direção da GOL, é de total pessimismo. Alguns consideram que a empresa não sairá limpa da investigação sobre a Varig. Contra o dono da Gol, existe o "episódio" Joaquim Roriz, inacreditável.
Só para lembrar: o proprietário da Gol, "emprestou" 300 mil ao antigo governador de Brasília. O dono da Gol mandou um cheque de mais de 3 milhões com o recado: "Tira os 300 mil e me devolve o que sobrar". Ha! Ha! Ha! Esse senhor pode ser dono de empresa de aviação?
Arlindo Chinaglia presidia a Câmara. Sergio Moraes, inacreditável presidente da Comissão de Ética, "foi cumprimentá-lo".
As fotos mostram um Chinaglia estarrecido. E diria a amigos: "Jamais soube quem era, veio falar comigo só para aparecer". Verdade.
São Paulo, incógnita e grande teste para 2010. Lula, impensadamente se joga na campanha de Dona Marta, em situação difícil.
José Serra, "obrigado" a apoiar Alckmin na convenção do PSDB, que nem houve, (o ex-governador era candidato único), está numa encruzilhada. Alckmin vai para o segundo turno com Dona Marta.
No primeiro turno, Serra apoiará Kassab insensatamente. Como este não irá para o segundo turno, terá que apoiar Alckmin. Se este ganhar, Serra não ganha. Se Alckmin perder, Serra perde espetacularmente.
Diante da decisão do presidente Lula de eleger seu sucessor, entre os nomes do próprio PT-PT, a luta ultrapassou as portas do partido e chegou ao domínio público. Briga e mais briga.
Tarso Genro "meteu na cabeça" que será o sucessor de Lula. E como o presidente só chama Dona Dilma de "mãe do PAC, o que é preferência mais do que visível, os dois se "engalfinham", que palavra.
O PT (ainda não PT-PT) dominava a prefeitura de Porto Alegre e o governo do Rio Grande do Sul, durante 16 anos. Tarso era prefeito. Olivio Dutra governador, reeeleição certa. Tarso se jogou contra Olivio, perderam os dois cargos. Que não recuperam.
Diversos analistas políticos dos EUA, surpreendidos com o fato de que o ex-presidente Clinton e sua mulher candidata, tenham apoiado apressadamente Barak Obama, antes dele se decidir sobre o vice.
O candidato negro, tem até a convenção para indicar o nome para vice. Não precisa ouvir ninguém, é atribuição exclusiva dele.
Esses analistas acham que com o apoio garantido, não precisa indicar Dona Hillary para vice, embora necessite dela na campanha.
Outros analistas (e o próprio Obama) avaliam o que eu já examinei aqui: a chapa de um negro com uma mulher, duplamente inédita na história dos Estados Unidos, seria muito pesada".
Por outro lado, Obama sabe que o ex-presidente e a mulher, têm que apoiá-lo intensamente e sem qualquer restrição. O ex-presidente nem tanto, sua carreira política terminou em 2000.
Mas ela, não. Além de vice, pode ocupar outros cargos. A preferência: a Secretaria de Estado. Bush teve uma mulher nesse cargo, Hillary tem condições para repetir.
XXX
As televisões, todas, terminam os programas com o lugar-comum, soprado pelo ponto eletrônico: "Obrigado pelo carinho, pela audiência, pela atenção". Mas não ligam para os telespectadores. No domingo atrasado vi no Canal 40, um excelente programa sobre "arquitetura sustentável". Mostrando o que vem sendo feito em Londres e em cidades da Alemanha.
Anunciaram então, que no "próximo" domingo, (anteontem) apresentariam às 9 da noite, o que vem sendo feito em Manhattan, que chamam de Nova Iorque. Como sou fascinado sobre o problema das cidades e suas complicações, marquei na agenda para ver.
Às 9 em ponto começou o programa. Leram 5 minutos de "notícias", 8 minutos seguidos de publicidade, 30 minutos de entrevistas gravadas no passado.
Às 9,43 davam início ao programa prometido e anunciado. Terminou às 9,58, quer dizer, 15 minutos apenas, ludibriaram, que palavra o telespectador.
Fonte: Tribuna da Imprensa