O Ministério da Agricultura decidiu suspender a comercialização de frango congelado produzido pelas empresas Real Alimentos Ltda, Avivar Alimentos S.A, de Minas Gerais, e Rigor Alimentos Ltda, de São Paulo. A proibição, que vale a partir de hoje, foi uma resposta do governo à denúncia do Procon do Espírito Santo, que acusa os abatedouros de colocar no mercado capixaba frango congelado com excesso de água na carcaça. Os três abatedouros serão submetidos ao regime especial de fiscalização pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) da Secretaria de Defesa Agropecuária do ministério. Além de estarem proibidos de escoar a produção, os abatedouros terão que revisar e apresentar ao Dipoa os programas de prevenção e controle de adição de água aos produtos. As empresas terão, ainda, que informar a possível causa de descontrole que resultou no excesso de água na carcaça do frango. O ministério realizará análise pericial visual em amostras de diferentes lotes em estoque, a fim de verificar se há indícios de fraude para serem adotadas as ações legais cabíveis. Serão apuradas também as responsabilidades dos servidores do Serviço de Inspeção Federal (SIF), que atuam nas empresas, para verificar se houve omissão ou conivência dos fiscais. As informações constam em nota distribuída pela assessoria de imprensa da pasta.
Procon sairá à caça das fraudes
Enquanto isso na Bahia o Procon, segundo a diretora do órgão, Bárbara Santos Lima, disse que que irá intensificar a fiscalização da venda do produto. “Nós já estamos agendando pra semana que vem, a fiscalização em alguns estabelecimentos pra verificar se realmente estão sendo comercializados no estado da Bahia, produtos que foram inspecionados pelo Ministério da Agricultura e que apresentaram este percentual a mais de água permitido pela legislação. Não temos nenhum registro de queixa formalizada com relação à fabricação de frango, mas é preciso que o consumidor, se verificar algum tipo de irregularidade, apresentar esse problema ao Procon e, certamente, será empreendida uma ação necessária para solucioná-lo”, garantiu. “Como em muitas situações de relação de consumo, ocorre realmente do empresário usar de artifícios lesivos danosos ao consumidor, pra aumentar sua margem de lucro. O Procon, como órgão que fiscaliza o cumprimento das normas de defesa do consumidor existe, tendo por atribuição legal exatamente inibir o empresário que não quer agir de forma correta”, completou a superintendente do órgão, Cristiana Santos, que vai mais adiante: “ O Procon trabalha com diversas possibilidades de sanções administrativas, uma delas é apreensão de produtos, aplicação de multas e até fechamento do estabelecimento comercial que tiver reincidência ”. Cristiana Santos afirmou que “nós não temos notícia de frango, fabricado na Bahia, com um quantitativo de água grande”. Dados disponibilizados pelo Ministério da Justiça, em cima de exames feitos pelo Ministério da Agricultura, foram encaminhados à superintendente do Procon na Bahia e comprovam fraude por adição de água em carcaças congeladas in natura. “São frangos do Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Norte e São Paulo. Nenhum deles são de frangos fabricados na Bahia. O importante é que o consumidor verifique a marca e a procedência do frango”, disse. Ela também observou que “Nós percebemos que, muitas vezes, os mercados para reduzir o custo operacional, desligam o freezer 9, 10 horas da noite e ligam mais cedo. É importante que a dona-de-casa, ao ir comprar o frango, apalpe e verifique se ele está mole, se o sangue está em volto da embalagem e se tem sinais de descongelamento durante a noite”, sugeriu. O consumidor que se sentir lesado na compra de frango, peixe, ou qualquer outro produto, pode ligar para a fiscalização do Procon – fone 3116.8514/ 8526 – fazer a denuncia on line – procon.denúncia@sjcdh.ba.gov.br – ou simplesmente encaminhar uma queixa formal a um dos quatro postos de atendimento do órgão assim distribuídos: Rua Carlos Gomes, Instituto do Cacau (Comércio) e nos Sacs dos shoppings Iguatemi e Barra. (Por Nelson Rocha)
Novo biofármaco revolucionará tratamento de fraturas
Uma pesquisa inédita do Núcleo de Terapia Celular e Molecular (NUCEL), da Universidade de São Paulo, possibilitará a produção de um remédio que revolucionará o tratamento de fraturas ósseas. Este biofármaco brasileiro é produzido a partir de células de mamíferos. Trata-se da proteína BMP recombinante, que estimula a formação óssea e pode ser utilizada em reparos ósseos tanto em ortopedia como em odontologia. Milhões de pessoas com fraturas e traumas ósseos, decorrentes de osteoporose ou de problemas dentários serão beneficiadas com o biofármaco, que poderá chegar ao mercado brasileiro em cerca de dois a três anos. Nos Estados Unidos, estima-se que ocorram cerca 2,6 milhões de fraturas em pacientes com mais de 65 anos. Os gastos com esses pacientes somaram US$ 19 bilhões somente no ano 2000, incluindo internação, encaminhamento de emergência e tratamento. Um estudo com 25 casos de fratura óssea persistente (que não se une), publicado em 2007 nos EUA, mostrou que o custo final de pacientes tratados com BMPs é duas vezes menor e o tempo de internação é 3,5 vezes menor. O biofármaco será elaborado a partir das proteínas formadoras de osso (BMP2 e BMP7), utilizando-se células de ovário de hamster. O desenvolvimento deste biofármaco é fruto do projeto de pesquisa — tese de doutorado do pesquisador Juan Carlos Bustos Valenzuela —, que contou com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento do Ensino Superior (CAPES), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP. As proteínas sintéticas (rhBMP2 e rhBMP7) são produzidas por cinco empresas nos Estados Unidos e na Europa.
Fonte: Tribuna da Bahia