Acusado de parcialidade, Moraes inicia processo terça
brasília
Após ser representado pelo corregedor-geral da Câmara, Inocêncio Oliveira (PR-PE), o presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), decidiu agendar para a próxima terça-feira a sessão do órgão para analisar as representações contra o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical. O parlamentar é acusado de envolvimento com um esquema de irregularidades no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Na quarta-feira, Moraes disse que iria analisar em 15 dias o pedido de abertura de processo contra Paulinho. Na ocasião, ele afirmou que o conselho não iria ser influenciado pela pressão da imprensa. Segundo Inocêncio, Moraes descumpre o Código de Ética da Câmara, que determina a imediata abertura de inquérito quando há recomendação da Corregedoria-Geral da Casa. Diante da demora, o corregedor entrou com a representação contra o presidente do conselho.
Indignação
A iniciativa de Inocêncio provocou a indignação de Moraes, que foi ao plenário defender-se. Os dois trocaram acusações e foi necessário o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), intervir na discussão. Mas o ato do corregedor põe em risco a permanência do novo presidente do Conselho de Ética no cargo e no órgão.
Com a representação já encaminhada pelo corregedor, Chinaglia terá de analisar como irá conduzir o processo contra Paulinho da Força. É que o regimento interno da Câmara determina que integrantes do Conselho de Ética, quando representados, devem ser afastados de suas funções. O deputado Wladimir Moka (PMDB-MS), corregedor-geral substituto da Câmara, irá analisar a questão inicialmente, como manda o regimento.
Bate-Boca
– Pára. Eu não vou aceitar pressão – afirmou Chinaglia, em alto e bom som, ao perceber que Inocêncio e Moraes trocavam acusações.
Depois, mais sereno, o petista recomendou:
– Agiremos com tranqüilidade.
Pela representação encaminhada por Inocêncio, Moraes deveria ter instaurado na quarta-feira a ação no conselho contra Paulinho. Mas o presidente do órgão afirmou que precisaria de 15 dias para fazer a leitura dos autos e da recomendação da corregedoria.
Anteontem, Moraes reiterou que a palavra "imediatamente" pode ser analisada de mais uma forma.
– O que é imediatamente? Eu disse que ia trabalhar com cautela e prudência. Não vou aceitar pressão – disse ele.
Moraes nega que queira proteger Paulinho. Também afirmou que quem errou foi Inocêncio ao criticá-lo. (Folhapress)
Fonte: JB Online