sábado, março 22, 2008

Geddel volta advertir o PT sobre aliança

Está cada vez mais caminhando para um desfecho imprevisível a relação entre o PMDB e o PT baianos. O caldo derramou mais uma vez com as declarações do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), ontem, no jornal o Globo, deixando claro que “não vamos ter compromisso com ninguém”, ao referir-se a possibilidade de o PT aprovar, na reunião nacional do seu diretório, na segunda-feira, em Brasília, alianças pontuais com o PSDB para a sucessão municipal, inclusive em Salvador. O próprio governador Jaques Wagner já admitiu aliança com os tucanos em torno da candidatura Antonio Imbassahy à prefeitura da cidade. Geddel foi mais longe e avisou que vai conversar com o Democratas. “ Vai ser o samba do crioulo doido”, acrescentou. A reunião dos petistas na segunda é para definir os critérios das alianças políticas para este ano. A tendência é permitir exceções, com alianças pontuais entre petistas e tucanos em Salvador, Aracaju e Belo Horizonte. Matéria de O Globo acredita que o recado de Geddel é direto para o PT da Bahia, já que o ministro não anda nada satisfeito com o fato de Wagner ter admitido que Imbassahy e os tucanos fazem parte do seu leque de alianças. Geddel lembrou que há um compromisso do PMDB de apoiar a candidatura à reeleição de Jaques Wagner, em 2010, e o candidato do próprio Lula para a sucessão presidencial. Mas que isso, agora, está condicionado à eleição municipal. “Neste caso, o PMDB vai ficar liberado das alianças e procurar o seu rumo em todo o País. Para mim, política é compromisso. Quero saber quem é o candidato do PSDB em 2010. Vai ser o nome do Lula ou será o governador José Serra (candidato tucano)?” questiona o ministro. E finaliza em tom desafiador: “Quero saber do PT qual será a música porque eu sei dançar todos os ritmos. Mas preciso estar com a roupa adequada”.
Democratas lançará ACM Neto em festa na UPB
O Democratas vai comemorar o seu primeiro ano de vida no próximo dia 27, a partir das 15 horas, no auditório da União dos Municípios da Bahia (UPB), no CAB. O evento servirá também para o partido lançar a pré-candidatura do deputado federal ACM Neto, atual líder nacional da legenda, à prefeitura de Salvador. A festa contará com as presenças de figuras expressivas do cenário nacional como o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, os prefeitos do Rio de Janeiro, César Maia, e de São Paulo, Gilberto Kassab, o presidente nacional da legenda, Rodrigo Maia (RJ), além de políticos baianos, como o ex-governador Paulo Souto. A festa comemorativa a ser realizada na UPB pode ter sido uma estratégia da legenda por ter influência sobre a mesma, já que é presidida pelo prefeito de Santo Estevão, Orlando Santiago, filiado ao Democratas. A presença de figuras expressivas do cenário nacional também faz parte de outra estratégia, já que Salvador é uma das capitais definidas pela legenda como prioritárias nas eleições municipais de outubro. Superadas as turbulências vividas durante a sua criação no ano passado, agora o Democratas está unido e busca na candidatura do deputado ACM Neto se firmar em Salvador, fazendo um contraponto à administração do prefeito João Henrique (PMDB). Além do ex-governador Paulo Souto, o deputado ACM Neto deverá receber o apoio de figuras destacadas do seu partido, como os deputados federais José Carlos Aleluia e Jorge Khoury, e do senador Antônio Carlos Magalhães Júnior. Neto vem intensificando as suas visitas aos bairros de Salvador, e deverá contar também com o PTN do deputado João Carlos Bacelar, vem conversando com o PR do senador César Borges, além de já contar com o apoio de outras legendas menores. Por outro lado, enquanto a situação de Salvador já está definida, em Feira de Santana o Democratas ainda não escolheu o nome que vai representá-lo na disputa com os deputados federais Colbert Martins (PMDB) e Sergio Carneiro (PT), que já estão com as suas candidaturas nas ruas. O prefeito José Ronaldo tem feito algumas reuniões para definir este nome, mas até agora não chegou a uma conclusão. A escolha deverá ser feita entre os nomes dos deputados Fernando de Fabinho e Tarcisio Pimenta, dos ex-deputados Jairo Carneiro e Eliana Boaventura, além do vice-prefeito Borges Júnior. Nesta segunda-feira, 24, acontecerá mais uma reunião importante para a escolha do nome do Democratas para disputar a prefeitura feirense, desta feita com os vereadores da base governista. Segundo a imprensa local, o deputado estadual Tarcisio Pimenta sai na frente, já que conta com a preferência de oito dos dezessete vereadores que apóiam o governo municipal. (Por Evandro Matos)
Oposição se desentende sobre seu novo líder na Câmara
A semana promete ser conturbada na Câmara Municipal de Salvador. O impasse sobre a liderança da bancada de oposição da Casa deve causar ainda mais confusão. Está marcada para as 10 horas desta segunda-feira, no Salão Nobre da Câmara, a posse da nova Liderança de Oposição, com a vereadora Olívia Santana (PcdoB) na liderança, José Carlos Fernandes (PSDB) na vice-liderança e Virgilio Pacheco (PPS) como 2º vice-líder. A iniciativa é dos doze vereadores do PCdoB, PSB, PSDB e PPS, que se reuniram e elegeram a nova liderança. O problema é que o presidente da Casa, Valdenor Cardoso (PTC), continua afirmando que, até segunda ordem, o líder da oposição continua sendo Paulo Magalhães Júnior (DEM). Ainda segundo ele, a mesa diretora da Casa se reunirá até o final da semana para resolver sobre o impasse. Afirmando está amparado pelo regimento, Paulo Magalhães Júnior disse estar muito tranqüilo, declarando ainda que não vai se manifestar até que a mesa se pronuncie oficialmente. Segundo os vereadores da bancada de governo e de oposição, o impasse criado pela bancada independente está inviabilizando o trabalho da Casa, que há duas semanas está com o funcionamento prejudicado pela solicitação da bancada independente. O presidente da Casa disse que essa é uma decisão que deveria ser tomada de forma democrática, por isso solicitou a reunião de mesa. Valdenor afirmou desconhecer a solenidade de posse da nova liderança. “Vai ter posse? Eu não fui nem convidado”, ironizou. Virgílio Pacheco, 2º Vice-líder da nova bancada de oposição, afirmou que a mesa diretora da Câmara cabe apenas homologar a decisão, que deve ser discutida internamente. “Nos reunimos e escolhemos Olívia como nossa líder. O que vale é a vontade da maioria, e nos somos a maioria. Portanto, nessa segunda-feira reuniremos dirigentes de todos os partidos da oposição, além de parlamentares federais e estaduais para a nossa posse”, enfatizou. Pacheco disse ainda que a partir do dia 15 de junho ele será o novo líder da oposição, já que a vereadora Olívia Santana se afastará para cuidar da sua candidatura à Prefeitura de Salvador. O líder da oposição, vereador Paulo Magalhães Júnior afirmou que aguarda com tranqüilidade a decisão da mesa. “Não vou me manifestar, mas acho inadmissível que os partidos que mamaram durante três anos e meio na gestão do prefeito João Henrique, só agora, de uma hora para outra e as vésperas das eleições, tenham percebido que o governo, que participaram ativamente com cargos e secretarias, era incompetente, querendo ser da noite para o dia mais oposição do que quem sempre foi oposição”, indignou-se. O vereador Téo Senna (PTC), líder da oposição até 31 de dezembro do ano passado, declarou absurda e ilegítima a posição da bancada independente. “Não há homologação para uma coisa que não tem legitimidade. De acordo com o regimento, oposição e situação são decididas pelo resultado das urnas. Essa decisão envergonha a todos nós, porque, como entender que partidos que fizeram parte da base do prefeito durante três anos e meio agora resolvam abandonar o governo e ainda por cima assumir a liderança da oposição”, disse. “Que eles queiram fazer oposição à gestão do prefeito João Henrique, acho salutar e democrático. Que queiram seguir uma linha independente, também é salutar e democrático. Agora, querer, a essa altura do campeonato, assumir a liderança da bancada de oposição é vergonhoso. Só pode ser puro oportunismo em benefício da campanha da vereadora a vaga majoritária. Essas posturas envergonham a política. Só posso repetir um dito popular que diz que quando o barco está afundando os ratos são os primeiros a pular”, bradou. A nossa equipe de reportagem tentou entrar em contato com a vereadora Olívia Santana, mas não obteve sucesso. (Por Carolina Parada)
Jutahy Júnior defende entendimento com espanhóis
Em discurso feito na Câmara, o deputado federal Jutahy Jr. (PSDB) se solidarizou com os brasileiros que foram deportados injustamente da Espanha, mas defendeu que os Ministérios de Relações Exteriores brasileiro e espanhol definam critérios claros e objetivos para que as exigências de imigração sejam cumpridas de lado a lado, evitando novas deportações e pondo fim a um conflito que “não é prudente, aconselhável nem justificável”. O deputado disse saber ser necessária a adoção de políticas de reciprocidade, mas, além de lembrar das relações históricas de amizade entre os espanhóis e a Bahia, onde há uma forte comunidade espanhola que deu origem a instituições como o Clube Espanhol, o Hospital Espanhol e até um time de futebol, o Galícia, destacou o fato de o Estado, Salvador e seu litoral serem destino de inúmeros investimentos espanhóis. “O conflito não interessa ao Brasil e à Espanha, que é um dos principais investidores no nosso País em vários setores, como o financeiro, de turismo e energético. O meu Estado, a Bahia, é um dos que mais recebe turistas espanhóis no Brasil. Empatamos com o Rio de Janeiro e já estamos passando para primeiro lugar”, observou Jutahy, lembrando que acontecem graves situações em vários países com relação aos viajantes brasileiros e que “não podemos transformar um país amigo, como a Espanha, num caudatário de ressentimentos específicos por erros circunstanciais”. “É óbvio que somos solidários com os estudantes brasileiros e com todas as pessoas que passam constrangimentos, chegando lá, não tendo direito de fazer sua defesa. Mas sabemos que isso é feito por funcionários de terceiro, de quarto escalão e não podemos transformar esse assunto em crise entre Brasil e Espanha”, declarou.
Fonte: Tribuna da Bahia