sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Marina reforça que culpa pelo desmatamento é da pecuária

Ministra do Meio Ambiente quer "os rigores da lei" para quem desmata a Amazônia criminalmente
BRASÍLIA - Um dia após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizer que "não dá para culpar ninguém" pelo desmatamento na Amazônia, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, voltou a apontar responsáveis pela devastação. "Se faz o desmatamento predatório, tirando de forma irresponsável árvores nobres. Não é plano de manejo. Aquilo é rapina. Depois se ateia fogo de forma criminosa e joga capim. 70% da ocupação dessas terras que são degradadas é feita pela atividade da pecuária", afirmou a ministra em entrevista, ao comentar o sobrevôo que fez em áreas devastadas de Mato Grosso.
"Existem pessoas sérias e aqueles que estão destruindo a Amazônia. Para os sérios, vamos fazer o devido reconhecimento. Para os criminosos, o rigor da lei", completou Marina.
Na quarta-feira, o presidente Lula criticou organizações não-governamentais por culparem a agropecuária e produtores de soja pelo desmatamento e disse que houve "alarde" na divulgação dos números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Lula disse que os dados estão "sob investigação". Reportagem publicada no domingo pela inprensa mostrou que números de desmatamento divulgados pelo Inpe em outubro, apontando aumento de 8% na taxa de derrubada da floresta entre junho e setembro de 2007 em comparação ao mesmo período de 2006, estavam errados. O instituto informou que eles foram corrigidos para a divulgação da semana passada, quando o governo apontou tendência de aumento do desmate.
Sobre o episódio da divergência dos números, o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, minimizou as análises de que a ministra Marina Silva saiu com sua posição enfraquecida. "Ela é muito forte. É uma referência na área". O nome de Marina, segundo Múcio, "é bom para o governo e para o País". O ministro disse que Lula "reclamou da divergência", mas aposta no esclarecimento dos dados.
Fonte: Tribuna da Imprensa