terça-feira, fevereiro 19, 2008

Brasileiros querem fim do cartão corporativo

BRASÍLIA - Pesquisa encomendada pela Confederação Nacional de Transporte ao instituto Sensus (CNT/Sensus), divulgada ontem, aponta que 53,3% dos entrevistados se manifestaram contra a manutenção do uso dos cartões corporativos, enquanto apenas 7% se disseram a favor e 2,2% a favor, desde que regido por normas.
Outro dado da pesquisa é que 45% dos entrevistados disseram que ministros e funcionários que usaram indevidamente os cartões deveriam perder o cargo e repor os gastos. Para 12,8%, deveriam somente repor os gastos. E para 3,2%, somente perder o cargo. Disseram que não devem nem perder o cargo nem repor o cargo, 1,4% dos entrevistados.
A pesquisa mostra que nem as notícias sobre o mau uso dos cartões corporativos no governo federal reduziram o apoio ao governo, embora, para 48% dos entrevistados, o uso indevido de cartões corporativos no governo federal afeta a imagem do presidente Lula.
Se forem consideradas apenas as pessoas que têm acompanhado ou ouviram falar do tema, 74,9% consideram que o escândalo dos cartões afeta a imagem do presidente. Já para 13% dos entrevistados, a crise não afeta a imagem de Lula.
Questionado sobre a contradição entre as pessoas afirmarem que a crise afeta a imagem de Lula, ao mesmo tempo em que a popularidade dele e do governo atingiram os melhores níveis desde 2003, o diretor da Sensus, Ricardo Guedes, explicou que essa crise não é determinante para a popularidade do presidente.
"Ela afeta, mas não é determinante para o presidente. Determinante é a economia", afirmou Guedes, que não soube afirmar se na ausência dessa crise política Lula estaria com a popularidade ainda maior. "É difícil afirmar, mas a popularidade poderia estar mais alta", disse.
Avaliação positiva
A avaliação positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atingiu 52,7% em fevereiro, ante 46,5% em outubro de 2007, de acordo com a pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem. O índice é o maior desde janeiro de 2003, quando Lula assumiu o governo e a avaliação ficou em 56,6%.
A avaliação regular do governo caiu de 35,9% para 32,5% e a avaliação negativa recuou de 16,5% para 13,7%. Já a aprovação do desempenho pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu de 61,2% para 66,8%, o melhor nível desde dezembro de 2003, quando ficou em 69,9%. A desaprovação, por sua vez, recuou de 32,5% para 28,6%.
Segundo o diretor da Sensus, a popularidade significativamente alta do presidente Lula se deve ao desempenho da economia e aos programas sociais. A pesquisa foi feita entre os dias 11 e 16 de fevereiro e entrevistou 2 mil pessoas nas cinco regiões do País. A margem de erro é de 3% para cima ou para baixo.
Expectativas
Houve uma melhora significativa no índice de expectativa, que sintetiza as perspectivas para indicadores de emprego, renda, saúde, educação e segurança pública para os próximos seis meses. Segundo a pesquisa, o índice de expectativa subiu de 64,46 pontos, em outubro de 2007, para 71,25 pontos, em fevereiro.
De acordo com a pesquisa, para 58,4% dos entrevistados, o nível de emprego vai melhorar nos próximos seis meses, ante 50,6% na pesquisa anterior. Para 23,3%, o emprego vai se manter estável (27,7% na pesquisa anterior) e para 13,6% o indicador vai piorar (15,9% na avaliação anterior).
Em relação à renda, 55,2% esperam uma elevação (45,9% na anterior), 29,9% acreditam que haverá estabilidade (37,8% anteriormente), e 10,6% acham que haverá uma redução (10,9% na anterior). Em relação à saúde, 54,4% esperam melhora (ante 43,6% na pesquisa anterior), 25,5% acham que a saúde ficará do mesmo jeito (32,3% na anterior) e 16,1% opinaram que irá piorar (19,6% na avaliação anterior).
Fonte: Tribuna da Imprensa