José Aparecido Miguel
Corrupção e loteamento
A Veja desta semana traz na capa a emblemática fotografia do funcionário Maurício Marinho recebendo propina nos Correios, em maio de 2005, no episódio que detonou o esquema do mensalão. O Supremo Tribunal Federal processou 40 pessoas, entre as quais o ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o deputado cassado e presidente do PTB, Roberto Jefferson. A reportagem Autópsia da corrupção mostra que os partidos usam os cargos públicos para desviar dinheiro e abastecer campanhas eleitorais, segundo relatório da Polícia Federal. A Veja Rio volta a tratar do boicote ao IPTU, tema de série de reportagens do JB desde o dia 4. Sua manchete é A revolta dos contribuintes, sobre a luta dos cariocas para exigir bons serviços públicos pelos altos impostos que pagam.
Riscos no ar
A Época tem a manchete Preocupe-se, revelando situações de alto risco no espaço aéreo brasileiro e mostrando que as falhas no controle aéreo permanecem acima do normal. Documentos da Aeronáutica mostram também que há falhas graves de equipamentos - caso de um radar que informa posição e velocidade erradas de avião. A revista recorda promessas não cumpridas, como o reembolso aos passageiros nos casos de atraso de vôos. E as derrubadas na Amazônia voltam à baila. Segundo o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), em menos de seis meses foram destruídos 7 mil quilômetros quadrados de floresta - o reaquecimento da agricultura impulsiona nova onda de destruição.
Desastroso governo
A IstoÉ tem o presidente dos Estados Unidos, George Bush, como "O culpado" pela recessão da economia americana - ele tomou as decisões mais temerárias de todos os tempos. As bolsas de valores perderam no mundo, na crise atual, US$ 9,1 trilhões. No Brasil, a sombra da crise divide o governo. "O presidente Lula oscila entre as idéias do ministro da Fazenda, Guido Mantega - que defende o Estado como promotor do desenvolvimento e o controle do fluxo de capitais - e as do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que quer cortar gastos do governo para indicar segurança aos investidores externos. "Estamos assistindo ao início do fim do Império Americano", avalia o economista Paulo Guedes.
Tormenta americana
Carta Capital, com capa de um gafanhoto simbolizando os Estados Unidos e uma nota de 100 reais, traz a manchete O Brasil e a crise. Recorda-se que o Banco Central americano baixou as taxas de juros, incendeia os mercados, "mas desta vez o Brasil pode resistir à tormenta". O único risco para o país, na opinião do economista-chefe da Confederação Nacional da Indústria, Flávio Castelo Branco, é o de o quadro de crise se prolongar por muito tempo. Os setores produtivos continuam sob o efeito do crescimento no ano passado. A revista considera que o conservadorismo na política monetária tende a se fortalecer. "O presidente Lula vai se fiar mais nas avaliações de Henrique Meirelles, que rouba a cena quando o assunto é estabilidade".
Fonte: JB Online