Leandro Mazzini
O sangue derramado no asfalto das estradas chegou às portas do Palácio do Planalto. O governo federal está elaborando um grande projeto para a segurança das rodovias brasileiras. Nas entrelinhas, um trabalho interministerial envolvendo as pastas de Transportes, Cidades e Justiça. Um grupo de discussão para as ações vem se reunindo desde dezembro, e a Casa Civil espera o projeto para o mês que vem. O governo pretende anunciar o pacotão ainda no primeiro trimestre, com uma turma de peso nas rodovias.
A verdade é que o governo cansou de fazer campanhas milionárias na mídia pedindo precaução e quer partir para uma fiscalização mais rigorosa. Por mais recado que se mande pela imprensa, ano após ano, a imprudência atropela a sensatez. Os números da Polícia Rodoviária Federal (PRF) comprovam que a maioria dos acidentes são causados por excesso de velocidade, em estradas boas e à luz do dia. O carro-chefe é o Programa de Redução de Acidentes nas Estradas (Pare), que envolve ação direta de agentes do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes, da Agência Nacional de Transportes Terrestres e da PRF. Como? Ainda não se sabe. Quando? Depois do carnaval, um período sempre traumático para este tipo de estatística.
A herdeira
A advogada Juliana Brizola, neta do saudoso caudilho, tomou as rédeas do PDT no Rio Grande do Sul. Seguindo os passos do avô, não só entrou para a política como também estreou nas artimanhas das articulações. Recém-nomeada secretária municipal de Porto Alegre, aproxima-se do ex-governador Germano Rigotto (PMDB). Os dois tratam da reeleição do prefeito José Fogaça (PMDB) com o apoio do PDT.
Tasso manda
O líder do PR, deputado Luciano Castro, está furioso com o Planalto. Não se conforma com a atitude do ministro das Relações Institucionais, José Múcio, de declarar que o ex-governador Lúcio Alcântara não vai mais presidir a elétrica Chesf - foi vetado pelo deputado federal Ciro Gomes (PSB) e por seu irmão, o governador Cid Gomes. A mágoa maior do PR é que a proibição para nomear Lúcio foi, na verdade, uma imposição do senador cearense Tasso Jereissati (PSDB), inimigo mortal do presidente Lula.
Meu garoto
Ao vetar Alcântara, Ciro faz o jogo de Tasso que, aparentemente, não teria força para impedir a nomeação do ex-governador. Mas, ao usar seu velho amigo Ciro, Tasso confirma as previsões de que Alcântara, desafeto desde a campanha eleitoral de 2006, não terá direito a cargo algum no governo Lula.
Meu garoto 2
O ex-governador Alcântara reagiu ao veto. Decidiu ser candidato a prefeito de Fortaleza, complicando e muito a reeleição da petista Luizianne Lins. Assim, Ciro, ao vetar o nome de Alcântara, acabou favorecendo Tasso e o PSDB nas suas brigas com Luizianne. Depois da repercussão negativa, Ciro tem dito que retirou o veto.
Cartão de trabalho
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, prepara para 1º de maio o anúncio de um projeto inédito. Quer adotar, em alguns Estados, como teste, o cartão de trabalho magnético em lugar da tradicional carteira. O departamento de tecnologia do ministério faz o estudo.
Baixada ferve
O deputado federal Rogério Lisboa (DEM) e o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), andam de beicinho. Os aliados brigaram depois que Lindberg ofereceu a vaga de vice na chapa à reeleição ao filho de Nelson Bornier (PMDB), Felipe. Assim, Lindberg tira do caminho o pai, seu adversário.
Baixada ferve 2
No contra-ataque, Lisboa articulou com o prefeito do Rio, Cesar Maia, e o presidente do DEM, Rodrigo Maia, a candidatura própria. Lisboa vai dividir as aparições nos programas de TV do DEM com Solange Amaral, a candidata na capital.
Apoio particular
O Consórcio Brasileiro de Acreditação vai iniciar a capacitação de 100 funcionários das unidades assistenciais da Fiocruz, como parte de um investimento de R$ 750 mil proveniente do Hospital Samaritano de São Paulo. A iniciativa segue a Lei 5.895, que prevê o apoio privado ao desenvolvimento institucional do SUS.
Fonte: JB Online