Ricos de fato são aqueles que têm no banco mais de US$ 1 milhão em investimentos - sem contabilizar bens como imóveis, veículos e obras de arte, por exemplo. E, no rastro desse critério, apenas 0,06% da população brasileira é composta de abastados de fato.
De acordo com o último levantamento da Merrill Lynch e Cap Gemini, o Brasil atingiu o marco de 120,4 mil milionários em 2006. Embora pareça irrelevante diante de um universo de 186 milhões de habitantes, o número de endinheirados no país cresceu 10% em um ano. Desde 2004, a velocidade de expansão no topo da pirâmide social impressiona: cerca de 20 novos milionários "são gerados" a cada dia no Brasil.
Gestão de fortunas
De acordo com a pesquisa, dois fatores explicam o boom de milionários: a melhoria do cenário econômico e a expansão do mercado de capitais. Com juros mais baixos, inflação controlada e mais segurança jurídica para investir, a rentabilidade das aplicações financeiras aumentou e, com elas, o promissor mercado de gestão de fortunas.
Dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento revelam que a carteira administrada pelos administradores de fortunas passou de R$ 32 bilhões em 2002 para R$ 150 bilhões até o final do ano passado.
Boom mundial
O ativo total de milionários da América Latina subiu 23,2% em 2006, crescimento mais rápido que em qualquer outra região do mundo. O número de milionários latino-americanos avançou 10,2%.
Já os ativos capitalizados pelos mais ricos do mundo cresceram 11,4% no período, atingindo US$ 37,2 trilhões, enquanto o número de milionários aumentou 8,3%, para 9,5 milhões. O número de ultra milionários - aqueles com mais de US$ 30 milhões em investimentos - subiu 11,3%, para quase 95 mil.
Crise americana
Os efeitos da crise imobiliária nos Estados Unidos devem, segundo o estudo da Merrill Lynch e Cap Gemini, conter a explosão de fortunas. "Muitas economias devem desacelerar e os riscos de alta dos preços de energia e conflitos geopolíticos são uma ameaça contínua", destaca o estudo.
O crescimento deve ser maior no Oriente Médio, 9,5% até 2011, em função da alta do petróleo depois que uma correção no mercado acionário da região reduziu a acumulação de riqueza em 2006.
Fonte: JB Online