Tião Viana diz que presidente deve se manter distante da disputa pela sucessão no Senado
BRASÍLIA - O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), criticou ontem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o senador José Sarney (PMDB-AP) venha ser o futuro presidente do Senado. Sarney assumiria a vaga deixada por Renan Calheiros (PMDB-AL) na última terça-feira. O apoio de Lula a Sarney teria sido dado durante jantar com parlamentares peemedebistas anteontem. Renan renunciou para escapar da cassação em acordo costurado entre o PMDB e o Planalto.
"A mim, o presidente Lula deixou claro que não iria se envolver no assunto sucessão do Senado porque ele entendia que essa matéria começava pelo PMDB", afirmou. Em seguida, o petista cobrou distanciamento do presidente da República na sucessão do Senado.
"Eu acho que a melhor atitude dele (Lula) é exatamente essa. Manter distância é permitir a autonomia do Senado para tratar de uma questão interna como essa e, ao mesmo tempo, legitimar o direito do PMDB de indicar o seu sucessor", prosseguiu Viana.
Segundo relato de peemedebistas que se encontraram com Lula no Palácio do Planalto, o presidente teria feito um apelo para que Sarney lance seu nome na disputa.
Oficialmente, quatro os peemedebistas Garibaldi Alves (RN), Neuto de Conto (SC), Valter Pereira (MS) e Leomar Quintanilha (TO) já anunciaram suas candidaturas. Ontem, o líder do partido, senador Valdir Raupp (RO), confirmou que as inscrições não estão fechadas e que eleição interna está marcada para a próxima terça-feira. Já a eleição - caso haja mais do que um candidato para a vaga deixada por Renan - deverá acontecer na quarta. E ontem à tarde, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) anunciou que o senador Pedro Simon (PMDB-RS) aceitou entrar na disputa.
Fonte: Tribuna da Imprensa