Senador tucano cursava Direito em "turma especial" montada para ele e sua mulher para "evitar assédio"
GOIÂNIA - O senador tucano Marconi Perillo, de Goiás, perdeu a regalia de ter professores e uma turma exclusiva nas Faculdades "Alves Faria" (AlFA) no curso de Direito em que freqüenta, em Goiânia (GO). A Justiça Federal concedeu liminar, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), e acabou com o privilégio da "turma especial" de dois alunos - o senador e sua mulher, Valéria Perillo. Determinou à Faculdade para abrir matrículas e a turma "especial" para outros 48 alunos, no mínimo.
Na decisão, a Justiça indicou que deverá prevalecer a aplicação do princípio republicano da "generalidade da prestação do serviço público de educação, isonomia, moralidade, impessoalidade".
A ação foi proposta pela procuradora da República, Mariane Guimarães de Mello Oliveira, no mês passado. Na época, a AlFA alegou que, por ser muito conhecido, o senador seria assediado e teria seu aprendizado prejudicado.
A Justiça entende que, pelo contrário, o convívio comum do senador e sua esposa com os demais alunos "apresenta-se como uma grande oportunidade de aprendizagem mútua". As aulas da turma do senador, que tem moradia em Brasília (DF), são ministradas às sextas-feiras (noturno), sábados e segundas-feiras (matutino).
Fonte: Tribuna da Imprensa