sábado, novembro 03, 2007

Quatro empresas proibidas de vender leite sob suspeita

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento enviou quinta-feira ofício que suspende a venda de leite longa vida de quatro empresas. Há suspeitas de que o produto era adulterado antes de seguir para as prateleiras dos supermercados. Além das mineiras Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande (Coopervale), em Uberaba, e Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro (Casmil) - que funcionam sob intervenção desde a Operação Ouro Branco, da Polícia Federal - o Aviário Porto-Alegrense (Avipal), em Itumbiara (GO), e as unidades da Parmalat em Santa Helena (GO) e Carazinho (RS) foram atingidos pela medida.
Na tarde de ontem, o Ministério liberou a venda de leite para a usina goiana da Parmalat. Segundo a empresa, laudo com o resultado das análises no leite da unidade gaúcha será apresentado "em breve".
Segundo a assessoria de imprensa do ministério, a suspensão não se refere ao leite que está nas prateleiras dos supermercados, mas à distribuição do fabricante para os pontos de venda. Amostras do leite foram colhidas e a venda só será liberada depois das análises. Apesar das suspeitas de adulteração, o resultado, de acordo com o ministério, não será divulgado porque faz parte de investigação da Polícia Federal.
As empresas são investigadas pela PF desde a descoberta de que vinham adicionando água oxigenada e soda cáustica para aumentar a duração e a rentabilidade do leite longa vida, o leite de caixinha que não precisa ser resfriado nem fervido.
Segundo o ministério, isso não significa que as quatro empresas não possam continuar a fabricar e estocar leite.
No último dia 26, elas receberam um ofício-circular avisando que, a partir daquela data, os produtos estavam proibidos de ser comercializados. Como o documento não informava quais produtos, segundo o ministério, as empresas suspenderam a comercialização de todos os demais produtos, inclusive o leite pasteurizado, que é vendido em sacos plásticos e no qual não foi constatada adulteração.
Ontem, um caminhão com 56 mil litros de leite contaminado que estava armazenado em tanques na Coopervale foi levado para Lavras, para ser descartado no aterro de resíduos industriais da cidade. Outro caminhão com 20 mil litros de leite da Casmil saiu de Passos na manhã de ontem com destino a Varginha. O leite segue para a estação de tratamento de esgoto da Copasa, onde receberá tratamento junto com o esgoto e despejado no Rio Verde. Até segunda-feira, devem ser jogados fora mais 120 mil litros. Outro 1,1 milhão de litros de leite já embalados na Coopervale também podem ter que ser descartados.
Fonte: JB Online