André Balocco, Editor de Cidade
Ninguém em sã consciência pode ser contra a entrega de um bem público à iniciativa privada para que ela faça a sua conservação e o explore comercialmente - desde que a manutenção do mesmo seja cumprida à risca. Mas não é o que se vê na orla do Rio. Do Leme ao Leblon, encontrar um Cuca-fresca funcionando é exercício de paciência. O descrédito é tanto que o horrendo aparelho, que borrifa água ao toque de um botão, já virou motivo de chacota. Uma pergunta, porém, não quer calar: se a Clear Channel venceu a licitação e já pagou R$ 800 mil para explorá-los por dois anos, por que eles continuam sem funcionar? Será que mais importante do que sua conservação é a exploração do (nobre) espaço comercial da orla? Como diz o ditado popular, à mulher de Cesar não basta ser honesta. Tem de parecer honesta.
Fonte: JB Online