Sem a presença de senadores da oposição, a CPI do Apagão Aéreo do Senado aprovou ontem - por seis votos a um - o relatório paralelo dos governistas elaborado pelo senador João Pedro (PT-AM). O relatório pede o indiciamento de Denise Abreu, ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e de mais 15 pessoas. No texto paralelo, os governistas retiraram nomes de nove autoridades do sistema aéreo nacional que tiveram o indiciamento recomendado pelo relator Demóstenes Torres (DEM-GO), o que gerou protestos da oposição.
O relatório dos governistas exclui da lista de indiciados o ex-presidente da Infraero Carlos Wilson, além de servidores da estatal como Eleuza Terezinha (ex-diretora de engenharia), Fernanda Brendaglia (ex-diretora comercial), José Wellington Moura (ex-diretor comercial) e Marco Antonio Oliveira (ex-superintendente da região Centro Oeste).
Por outro lado, o texto paralelo sugeriu o indiciamento de duas pessoas que não constavam do relatório de Demóstenes: a empresária Sílvia Pfeifer, dona da Aeromídia, e José Oliveira Sobrinho, representante da Associação Brasileira de Mídia Aeroportuária.
No voto em separado, Pedro argumenta que os critérios usados para exclusão dos nomes foi baseado em documentos e depoimentos colhidos pela CPI e por investigações da Controladoria Geral da União. O petista afirma que o seu texto não cometeu os mesmos erros de Demóstenes, com o argumento de que não que transformar a CPI em duelo entre governo versus oposição. O democrata reagiu às acusações ao argumentar que efetivamente havia uma quadrilha operando na Infraero sob o comando de Wilson.
- Vocês têm maioria para ganhar, mas tenho consciência que meu trabalho não foi político. Eu não conheço o senhor Carlos Wilson, o respeitei para não ser convocado. Mas os indícios contra ele são contundentes. Mantenho o voto que proferi - disse Demóstenes.
Além de excluir indiciados, o relatório de Pedro inclui recomendações à Agência Nacional de Aviação Civi) para garantir aos vôos comerciais as mesmas normas de segurança do avião presidencial.
Fonte: JB Online