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Por Lorena Costa
Módulos metralhados, agentes feridos e mais de 41 policiais mortos, somente de janeiro a novembro deste ano. Cada vez mais freqüentes, as ações audaciosas dos criminosos evidenciam as deficiências do sistema de segurança pública na Bahia e coloca em cheque a proteção que, ao menos em tese, deveria ser garantida aos cidadãos. Somente na capital do Estado, nos quase 11 meses de 2007, foram mortos 35 militares e, pelo menos, seis policiais civis. A preocupação agora é que este seja apenas o início de uma guerra permanente entre policiais e bandidos. De acordo com o Coronel Legsamon Mustafá, chefe do Serviço de Valorização Profissional da Polícia Militar, a situação tem gerado medo, insegurança e diversos outros problemas dentro da polícia. “Houve um aumento considerável dos casos de alcoolismo e depressão entre os policiais. Uma situação que, de fato, nos preocupa bastante”, afirmou. Ainda que nem todas as mortes de militares tenham sido em confronto com bandidos, é considerável o número de assassinatos de agentes por grupos de extermínio. Conforme Mustafá, providências estão sendo tomadas pelo Comando Geral da Polícia Militar no sentido de combater a criminalidade e aumentar a segurança dos policiais. “Sem dúvida, medidas estão sendo adotadas dentro do comando e esta situação terá de ser regularizada. A nossa preocupação, enquanto cidadãos e policiais, é grande e isso não pode continuar”, desabafou. Para o chefe da Polícia Civil, delegado João Laranjeira, a criminalidade e os ataques a policiais precisam ser combatidos no sentido de desarticular os grupos. “O que a gente não pode permitir é que esses grupos de criminosos se organizem no sentido de criarem uma guerra permanente entre polícia e bandido, como ocorre em outros estados”, disse. Em parceria com a Polícia Militar, a Polícia Civil já trabalha no desmembramento das quadrilhas que, segundo Laranjeira, estão maiores do que nunca. “Antes as quadrilhas eram apenas quadrilhas, com quatro, cinco, seis componentes, hoje as quadrilhas se transformaram em verdadeiras equipes de 15, 25 e, até mesmo 30 homens. Por conta dessa evolução dos bandidos, é preciso que a polícia esteja mais bem equipada e muito mais preparada para o combate ao crime”, disse.
Nove grupos de extermínio
Laranjeira garantiu que a polícia já identificou nove grupos de extermínio e seus representantes. “Nove desses grupos já foram identificados, em um trabalho que envolveu toda uma investigação da localidade em que eles atuavam e seus perfis. Inclusive, a polícia já possui mandados de prisão para que, tão logo a polícia consiga capturá-los, eles possam ser detidos”, garantiu. Porém, Laranjeira disse que a polícia deve ter cautela no combate ao crime. “Num Estado Democrático de Direito, a violência não pode ser combatida com violência. É preciso que a polícia atue no sentido da investigação para que os responsáveis possam ser presos e julgados pelos crimes que cometeram. É preciso também cautela para que policiais não se arrisquem desnecessariamente. Uma equipe policial de cinco homens, por exemplo, não pode adentrar uma localidade em que existe criminalidade, isso deve ser feito em equipe de 30, 40 ou até mais homens, a depender da situação”, afirmou. A polícia ainda, de acordo com Laranjeira, enfrenta outras dificuldades nas investigações. “Há ainda o problema da corrupção entre os policiais, quando agentes nossos passam para o outro lado. Situações desse tipo são bastante complicadas porque aquele agente que conhece todo o nosso trabalho, toda a nossa operação, trabalhará no sentido de colaborar com os criminosos. Nesse caso, a polícia precisa trabalhar de modo mais sigiloso, de modo que se possa preservar o trabalho policial e identificar os marginais”, completou. Outra questão que tem dificultado o trabalho policial é a identificação de bandidos pela população como representações públicas. “Existe aquele bandido que atua em determinada comunidade como a representação pública daquele local, substituindo uma responsabilidade que deveria ser do Estado. Eles oferecem alguns benefícios aos cidadãos daquela área, com algumas condições o que torna complicado o nosso trabalho porque a comunidade deixa de colaborar conosco. Os bandidos hoje trabalham de modo articulado e é justamente essa articulação que a polícia precisa combater”, afirmou. Dentre os policiais mortos este ano está o policial civil Yan Milton Oliveira de Souza, 33 anos, no dia dois de julho. Vítima de latrocínio, o policial reagiu a um assalto e foi baleado. O crime é de autoria de uma quadrilha formada por jovens de classe média alta, que ficou conhecida como quadrilha dos “grã-finos”. Em outubro, o PM Cândido Manuel Conceição Neto, 42 anos, no bairro de São Gonçalo do Retiro. Ele era lotado na 23ª Companhia da Polícia Militar, em Tancredo Neves. (Por Lorena Costa)
Regulamentadas quatro faixas preferenciais
A partir de amanhã (dia 20) entra em vigor a regulamentação das quatro faixas preferenciais nos dois sentidos da Avenida Bonocô, com horário de funcionamento das 6 às 22 horas. De acordo com a SET, esta medida tem o propósito de evitar o “efeito tesoura” no final da Avenida Bonocô, quando os caminhões saem da faixa número 4 (à direita) para entrar na BR-324, à esquerda, ameaçando a segurança dos veículos leves. No sentido Fonte Nova/Acesso Norte, as faixas preferenciais de número 4 serão destinadas aos ônibus (faixa da direita), enquanto a pista dos veículos de grande porte (caminhões e carretas) será a de número 1 (faixa da esquerda). As faixas 2 e 3 (centrais) serão reservadas aos carros leves (automóveis, pick-ups, motos, etc.). Também serão quatro faixas preferenciais no sentido Acesso Norte-Fonte Nova. Os ônibus usarão a faixa número 4 (à direita). Os veículos de grande porte, a faixa de número 3 e os veículos leves, as faixas 2 e 1. Todas estas faixas, dos dois lados da via, estão devidamente sinalizadas com números e também com banners afixados ao longo da avenida. A SET fará rigorosa fiscalização na área, mantendo equipes de plantão, para autuar ônibus e veículos de grande porte que infringirem a determinação. Os ônibus devem circular durante o dia e à noite, mantendo a luz baixa acesa. Como preferenciais, as quatro faixas são regulamentadoras, podendo os veículos leves trafegar nas respectivas pistas, sempre que estiverem desobstruídas, sem risco de autuação, já que são faixas preferenciais e não exclusivas.
Fonte: Tribuna da Bahia