Por Lorena Costa
Autoridades políticas manifestaram opinião contrária à divisão da Bahia. O Projeto de Decreto Legislativo 384, de 2003, em tramitação no Congresso, que convoca plebiscito para a emancipação do Oeste baiano e conseqüente criação do Estado do Rio São Francisco, tem provocado insatisfação aos políticos baianos, que enxergam irresponsabilidade e incoerência na concretização do projeto. Representações da Assembléia Legislativa, Prefeitura de Salvador, Câmara de Vereadores da capital, e o governador Jaques Wagner dividem opinião desfavorável à emancipação e justificam pelo alto custo para os cofres do Estado e da União e previsíveis prejuízos ao território baiano. Para Wagner, a emancipação da área significa prejuízos para a Bahia e a interrupção de investimentos importantes, já agendados para o desenvolvimento do Oeste e aproximação da Capital. Como exemplo, o governador – através da sua assessoria de imprensa – citou a ferrovia leste que passará por municípios localizados à margem esquerda do Velho Chico, a construção e recuperação de portos, e a ampliação do aeroporto de Barreiras, obra realizada através de esforço para inclusão da região ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal. Quanto a eminente votação da divisão da Bahia no Congresso Nacional, o governador preferiu não comentar o que chamou de “especulação”. Antiga base da oposição e recém adesista, o deputado estadual Aderbal Caldas (PP) disse considerar legítima a proposta do deputado federal Gonzaga Patriota (PSB-PE), porém se mostrou contrário à divisão. “É um projeto legítimo, que tem suas razões de ser – como defende o Gonzaga Patriota, porém sou contra a separação, sou a favor da união. O Oeste baiano é hoje uma das partes mais ricas do nosso Estado e entendo como desnecessária e prejudicial uma separação nesse sentido”, afirmou. Já o deputado estadual Sérgio Passos (PSDB) enxerga outras intenções na proposta. “Acho esse projeto um movimento eleitoral com intenção somente de beneficiar aqueles que o apadrinham. Não há senA?tido nenhum na idéia de emancipar aquela região, uma vez que temos avançado na aproximação daquela área, que somente era distanciada por conta de uma deficiência de meios de comunicação e transporte, situação já superada com a criação de portos e ampliação de aeroportos”, enfatizou. O presidente da Câmara Municipal de Vereadores, vereador Valdenor Cardoso (PTC), considerou inconseqüente e absurdo o projeto. Segundo ele, é preciso barrar essa idéia, pois – do contrário – a Bahia poderia sofrer sérias conseqüências. “A Bahia é absolutamente indivisível. O Oeste é uma parte importante para a nossa economia e é absurdo uma emancipação desse tipo. Sou contra qualquer tipo de divisão e considero que o nosso Estado deva crescer em conjunto, o que aquela área precisa é de investimentos e não de emancipação, isso seria irresponsabilidade”.
Mobilização da população
Cardoso chegou a propor uma campanha contra a questão. “Acho que a sociedade baiana, os diversos setores, inclusive a imprensa, precisa se mobilizar contra esta idéia que pode custar muito para a Bahia e a população daquela área”, enfatizou. Em 2005, um estudo da consultora legislativa da Câmara Ana Tereza Sotero Duarte, alertava quanto aos interesses políticos – ignorando as reais necessidades da população – que poderiam envolver o projeto. “O que se observa nas entrelinhas de algumas proposições em tramitação é a ausência de fundamentos convincentes, o que leva ao entendimento de que algumas iniciativas podem embutir, na sua origem, discordâncias de grupos políticos e, mesmo, econômicos”. O alerta recorda o episódio em que o deputado Siqueira Campos (PSDB), engajado na criação do Estado de Tocantins, acabou se elegendo por três vezes seu governador. O autor da proposta, Gonzaga Patriota, se defendeu: “O que quero é o desenvolvimento daquela área, é o desenvolvimento daquela população. Não irei mudar o meu título, não irei me candidatar a nada no Estado do Rio São Francisco, só quero a justiça da emancipação para uma área que anda esquecida e tem andado com as próprias pernas”, afirmou. Para o secretário de governo da Prefeitura de Salvador, João Cavalcanti, a idéia é reprovável. “Sou, pessoalmente, contra a criação deste novo Estado. São muitos os prejuízos para o Estado da Bahia a perda daquela área e, além disso, é preciso grande investimento para a criação de um novo Estado e isso custará aos cofres da União”, afirmou. De acordo com Cavalcanti, o comprometimento da economia do Brasil por conta de um projeto que chamou de irresponsável não deve ser apoiado. “Isso não pode, em hipótese alguma, ser feito tendo em vista a situação econômica do País, que não suportaria arcar com mais essa despesa. É uma irresponsabilidade promover, num momento como este, a criação de mais uma unidade da federação, que também precisaria contar com rendimentos da União”. O momento, de acordo com o secretário municipal de governo, é de pensar em outros investimentos. “O que o Brasil precisa, neste momento, é investir em educação, saúde, saneamento básico, transportes, coisas que são primordiais para o povo. Não vejo no que a criação de um novo Estado poderá beneficiar o País”, completou. O Projeto de criação do Estado do Rio São Francisco está assinado por 183 deputados, porém nenhum é baiano. (Por Lorena Costa)
Salão de fotografia do mar no II DN
O Comando do 2º Distrito Naval, com o apoio da Casa da Photographia, realiza o “I Salão de Fotografia do Mar”, como parte das comemorações do bicentenário de nascimento do Almirante Tamandaré e da Semana da Marinha. O tema é “Amazônia Azul”, em duas categorias: Fotografia de Superfície e Fotografia Subaquática. Inscrições gratuitas no Comando do 2º Distrito Naval, de hoje ao dia 16, mediante entrega ou envio de um envelope lacrado, contendo a ficha de inscrição, devidamente preenchida e assinada, em única via ou cópia, e os trabalhos para avaliação, constando como remetente o proponente, e endereçado da seguinte maneira: Comando do 2º Distrito Naval - Gabinete, I Salão de Fotografia do Mar, Av. das Naus, s/n, Comércio, 40015-270, Salvador/BA. Cada trabalho deverá ser apresentado para avaliação, quando da inscrição, por meio de uma fotografia 15X21 cm, em papel fotográfico fosco, com correspondente gravação em CD-ROM, na resolução mínima de 300 dpi, formato “JPEG”. Cada participante poderá inscrever até 3 trabalhos em qualquer categoria, em cor ou preto e branco, em obras bidimensionais. As obras, se selecionadas, deverão ser entregues com as dimensões mínimas de 24X30cm e máximas de 50X75cm. A ficha de inscrição e o regulamento do Salão encontram-se disponíveis na sede do Comando do 2º Distrito Naval, na Casa da Photographia ou no endereço eletrônico www.2dn.mar.mil.br.
Fonte: Tribuna da Bahia