A INUTILIDADE DO SENADOPor SOARES 13/09/2007 às 16:38
A absolvição de Renan Calheiros, muito mais do que um ato de cumplicidade e de covardia de 46 senadores, se constituiu numa gigantesca tolice. A desnecessidade desta instituição republicana, que antes do julgamento em plenário já era nítida, ficou ainda mais evidente,e reforçou a crença de que, por inútil, deve ser extinto.
O Congreso afunda junto com seu presidente.
A INUTILIDADE DO SENADO A absolvição de Renan Calheiros, muito mais do que um ato de cumplicidade e de covardia de 46 senadores, se constituiu numa gigantesca tolice, pois jogou , agora sim , o Senado numa crise permanente. A desnecessidade desta instituição republicana, que antes do julgamento em plenário já era nítida, ficou ainda mais evidente, com o resultado deste.Ao optar por absolver o seu presidente, o Senado se auto-condenou, e reforçou a crença de que, por inútil, deve ser extinto. . O resultado já era, de certa forma, esperado, tendo em vista a que a maioria dos senadores são oriundos de estados pequenos, extremamente dependentes do governo federal, e com uma massa de eleitores pouco afeita às questões que agitam Brasília e costumam indignar a opinião pública das grandes centros do sudeste e do sul. Para estes senadores, o que importa é o sentimento predominante nos rincões onde eles amealham seus votos. Dificilmente um político corrupto de um destes estados é punido por seus eleitores. A estes senadores, formados na cultura do clientelismo e do fisiologismo, é mais importante a fidelidade com a corporação da qual fazem parte, não importando o tipo de compromisso, do que a fidelidade com a República, a Constituição e a democracia. É através destes compromissos que acordos são acertados, cargos são oferecidos, parcelas de poder são distribuídas e vantagens são amealhadas. Além disso, durante todo este processo contra Renan, pairou no ar um clima de terror, de ameaças veladas e de chantagem. É sabido que o presidente do Senado tem conhecimento profundo sobre a vida, digamos, pouco republicana de boa parte de seus colegas. Negócios escusos com empresas que atuam na área pública, concessões de rádio e de TV, controle de feudos na administração federal e nos seus estados, e até a existência de amantes sustentadas com dinheiro público, fazem parte do cardápio de muitos daqueles senadores que, sob a luz dos holofotes costumam adotar um discurso moralizador. Sabe-se, por exemplo, que na sessão secreta de quarta feira Renan usou e abusou da tática do amedrontamento contra seus possíveis algozes.. Dois deles ? Pedro Simon e Jefferson Peres ?, campeões do moralismo, ouviram, calados, insinuações maldosas de Renan contra eles. Mas tudo isto não teria sido decisivo no placar final do julgamento, não fosse a atuação de Lula e do PT. Aparentemente distante da crise, como é de seu feitio, Lula agiu como nunca. Colocou a tropa de choque petista, comandada por Ideli Salvatti e Aloizio Mercadante, em defesa do senador alagoano. O argumento usado pelos petistas era de que se tratava de uma tentativa de golpe da oposição no Senado. Funcionou. Ao final,viu-se que os votos dos petistas foram fundamentais. Livrou o presidente do Congresso da morte política mas não tirou a corda de seu pescoço. Continua com a vida por um fio, refém da vontade de Lula e do PT. Dentro deste contexto, é importante para o governo petista manter o Senado enfraquecido, dividido, com o seu presidente desmoralizado e subjugado pelo Planalto. Não se sabe quais são os planos futuros de Lula e do PT, mas são fortes os indícios de que pretende pavimentar o caminho para um terceiro mandato.E, para isto, ter o PMDB de Renan como aliado é importantíssimo. Em que pese a ajuda de Lula e a cumplicidade da maioria de seus pares, a agonia de Renan não terminou. Existem contra ele mais duas representações protocoladas no Conselho de Ética, além de mais uma nova denúncia nos meios de comunicação.Mesmo que uma hipotética onda cívica e ética tome conta da Casa, e leve o seu presidente à cassação num dos dois processos que restam, a capacidade de recomposição do Senado está definitivamente comprometida. Enfraquecido, dividido ao meio,com a maioria dos seus membros sob a ira da opinião pública, com o seu presidente moralmente condenado e politicamente nas mãos do presidente da República, o Senado é, a partir de ontem, um cadáver insepulto. Tal quadro reforça, mais do que nunca a necessidade de uma reforma política, na qual a extinção do Senado e a instituição de um parlamento único com um número de representantes reduzido à metade do atual existente na Câmara dos Deputados, seria a prioridade máxima. Tal reforma, é óbvio, teria que ser precedida por um amplo debate e por uma intensa campanha de esclarecimento e de convencimento da sociedade. Seria prudente,portanto, sob risco de atender a outros objetivos que não o fortalecimento da democracia, que ela acontecesse na próxima legislatura e no próximo mandato presidencial. Lula e o atual Congresso já se desmoralizaram definitivamente mergulhados na lama de sucessivos escândalos. Não têm condições política e moral para promover reforma alguma.Quando Renan , ao comentar a sua absolvição, disse que tinha sido ?a vitória da democracia?, é que se entende melhor qual o conceito que esta gente tem de democracia. 120907
Email:: fasoares15@bol.com.br URL:: http://blogdofasoares.blogspot.com/
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Comentários
Todos farinha do mesmo saco!
cmte.othmar thomaz ility 13/09/2007 20:35
A absolvição de Renan Calheiros não tem nada de absurdo e incompreensível, pois no Senado Federal todos trabalham juntos para esconder a sujeira da mentira institucional chamada "Democracia brasileira". É só roubalheira generalizada. Até a oposição por lá é de mentirinha, um verdadeiro faz de contas apenas para fazer número e se dizer combativa em prol dos interesses da sociedade brasileira. É tudo combinado, uma representação teatral de quinta categoria ou seja: -Vc hoje é oposição, amanhã é situação! Um teatrinho ridículo que só convence gente que acredita no PAPAI NOEL E NA FADA MADRINHA! É tudo dinheiro e mais dinheiro, nada mais. Para o "povo" somente a desesperança e migalhas!
A absolvição de Renan Calheiros, muito mais do que um ato de cumplicidade e de covardia de 46 senadores, se constituiu numa gigantesca tolice. A desnecessidade desta instituição republicana, que antes do julgamento em plenário já era nítida, ficou ainda mais evidente,e reforçou a crença de que, por inútil, deve ser extinto.
O Congreso afunda junto com seu presidente.
A INUTILIDADE DO SENADO A absolvição de Renan Calheiros, muito mais do que um ato de cumplicidade e de covardia de 46 senadores, se constituiu numa gigantesca tolice, pois jogou , agora sim , o Senado numa crise permanente. A desnecessidade desta instituição republicana, que antes do julgamento em plenário já era nítida, ficou ainda mais evidente, com o resultado deste.Ao optar por absolver o seu presidente, o Senado se auto-condenou, e reforçou a crença de que, por inútil, deve ser extinto. . O resultado já era, de certa forma, esperado, tendo em vista a que a maioria dos senadores são oriundos de estados pequenos, extremamente dependentes do governo federal, e com uma massa de eleitores pouco afeita às questões que agitam Brasília e costumam indignar a opinião pública das grandes centros do sudeste e do sul. Para estes senadores, o que importa é o sentimento predominante nos rincões onde eles amealham seus votos. Dificilmente um político corrupto de um destes estados é punido por seus eleitores. A estes senadores, formados na cultura do clientelismo e do fisiologismo, é mais importante a fidelidade com a corporação da qual fazem parte, não importando o tipo de compromisso, do que a fidelidade com a República, a Constituição e a democracia. É através destes compromissos que acordos são acertados, cargos são oferecidos, parcelas de poder são distribuídas e vantagens são amealhadas. Além disso, durante todo este processo contra Renan, pairou no ar um clima de terror, de ameaças veladas e de chantagem. É sabido que o presidente do Senado tem conhecimento profundo sobre a vida, digamos, pouco republicana de boa parte de seus colegas. Negócios escusos com empresas que atuam na área pública, concessões de rádio e de TV, controle de feudos na administração federal e nos seus estados, e até a existência de amantes sustentadas com dinheiro público, fazem parte do cardápio de muitos daqueles senadores que, sob a luz dos holofotes costumam adotar um discurso moralizador. Sabe-se, por exemplo, que na sessão secreta de quarta feira Renan usou e abusou da tática do amedrontamento contra seus possíveis algozes.. Dois deles ? Pedro Simon e Jefferson Peres ?, campeões do moralismo, ouviram, calados, insinuações maldosas de Renan contra eles. Mas tudo isto não teria sido decisivo no placar final do julgamento, não fosse a atuação de Lula e do PT. Aparentemente distante da crise, como é de seu feitio, Lula agiu como nunca. Colocou a tropa de choque petista, comandada por Ideli Salvatti e Aloizio Mercadante, em defesa do senador alagoano. O argumento usado pelos petistas era de que se tratava de uma tentativa de golpe da oposição no Senado. Funcionou. Ao final,viu-se que os votos dos petistas foram fundamentais. Livrou o presidente do Congresso da morte política mas não tirou a corda de seu pescoço. Continua com a vida por um fio, refém da vontade de Lula e do PT. Dentro deste contexto, é importante para o governo petista manter o Senado enfraquecido, dividido, com o seu presidente desmoralizado e subjugado pelo Planalto. Não se sabe quais são os planos futuros de Lula e do PT, mas são fortes os indícios de que pretende pavimentar o caminho para um terceiro mandato.E, para isto, ter o PMDB de Renan como aliado é importantíssimo. Em que pese a ajuda de Lula e a cumplicidade da maioria de seus pares, a agonia de Renan não terminou. Existem contra ele mais duas representações protocoladas no Conselho de Ética, além de mais uma nova denúncia nos meios de comunicação.Mesmo que uma hipotética onda cívica e ética tome conta da Casa, e leve o seu presidente à cassação num dos dois processos que restam, a capacidade de recomposição do Senado está definitivamente comprometida. Enfraquecido, dividido ao meio,com a maioria dos seus membros sob a ira da opinião pública, com o seu presidente moralmente condenado e politicamente nas mãos do presidente da República, o Senado é, a partir de ontem, um cadáver insepulto. Tal quadro reforça, mais do que nunca a necessidade de uma reforma política, na qual a extinção do Senado e a instituição de um parlamento único com um número de representantes reduzido à metade do atual existente na Câmara dos Deputados, seria a prioridade máxima. Tal reforma, é óbvio, teria que ser precedida por um amplo debate e por uma intensa campanha de esclarecimento e de convencimento da sociedade. Seria prudente,portanto, sob risco de atender a outros objetivos que não o fortalecimento da democracia, que ela acontecesse na próxima legislatura e no próximo mandato presidencial. Lula e o atual Congresso já se desmoralizaram definitivamente mergulhados na lama de sucessivos escândalos. Não têm condições política e moral para promover reforma alguma.Quando Renan , ao comentar a sua absolvição, disse que tinha sido ?a vitória da democracia?, é que se entende melhor qual o conceito que esta gente tem de democracia. 120907
Email:: fasoares15@bol.com.br URL:: http://blogdofasoares.blogspot.com/
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Todos farinha do mesmo saco!
cmte.othmar thomaz ility 13/09/2007 20:35
A absolvição de Renan Calheiros não tem nada de absurdo e incompreensível, pois no Senado Federal todos trabalham juntos para esconder a sujeira da mentira institucional chamada "Democracia brasileira". É só roubalheira generalizada. Até a oposição por lá é de mentirinha, um verdadeiro faz de contas apenas para fazer número e se dizer combativa em prol dos interesses da sociedade brasileira. É tudo combinado, uma representação teatral de quinta categoria ou seja: -Vc hoje é oposição, amanhã é situação! Um teatrinho ridículo que só convence gente que acredita no PAPAI NOEL E NA FADA MADRINHA! É tudo dinheiro e mais dinheiro, nada mais. Para o "povo" somente a desesperança e migalhas!
Fonte: CMI Brasil