BRASÍLIA - Em meio à crise que se arrasta há oito meses nos aeroportos, a ministra do Turismo, Marta Suplicy, aconselhou ontem os passageiros a “relaxarem e gozarem” diante dos atrasos dos vôos. Logo depois do lançamento do Plano Nacional de Turismo, num hotel de luxo da capital federal, uma repórter perguntou o que a ministra poderia dizer para quem evita viajar em tempos de caos aéreo – que se instalou no país em outubro do ano passado com a queda de um avião da Gol, em que morreram 154 pessoas.
“Relaxa e goza”, respondeu rapidamente a ministra. “Porque depois você esquece todos os transtornos”. Os repórteres e cinegrafistas, com gravadores e câmeras, demonstraram espanto com a resposta. Quando os holofotes foram apagados, Marta ainda comentou: “Ah, gente, é igual dor do parto. Depois você nem se lembra”. Horas mais tarde, depois que a declaração foi divulgada pelas agências de notícias, a ministra mandou a assessoria enviar nota à imprensa para tentar consertar o estrago.
“Quero pedir desculpas aos turistas e a todos os brasileiros pela frase infeliz que proferi hoje (ontem), ao término de uma entrevista coletiva. Não tive por intenção desdenhar, muito menos minimizar os transtornos que estão sendo enfrentados pelos usuários do transporte aéreo”, diz a nota. A declaração foi lamentada pelos assessores que trabalham para tirar a ministra do ostracismo em que se encontrava desde que entrou no governo, há dois meses.
Nesse período, Marta só foi notícia quando teve de esperar quase duas horas na única vez em que foi recebida sozinha por Lula, no Planalto. Em conversa reservada, um dos assessores reclamou do “show” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no lançamento do plano, que teria roubado o espaço da ministra no noticiário. Outro assessor avaliou que ninguém daria importância à declaração de Marta sobre os atrasos nos vôos.Quando a nota foi divulgada, a ministra já recebia a solidariedade do colega de governo Waldir Pires, ministro da Defesa, também alvo de grande desgaste justamente por conta do caos aéreo.
Fonte: Correio da Bahia
Nenhum comentário:
Postar um comentário