Governo corre risco de ter duas comissões no Congresso investigando a tcrise no setor aeroviário
BRASÍLIA - O PSDB decidiu ontem apoiar a proposta do DEM (Democratas, o ex-PFL) de apoiar a instalação de uma CPI do Apagão Aéreo no Senado. Os 13 senadores do partido foram orientados pela liderança a assinar o requerimento que pede a criação da CPI. O DEM deve garantir outras 15 assinaturas, o que viabiliza o pedido. Com isso, o governo corre o risco de ter duas CPIs investigando a crise aérea no Congresso. Para que uma CPI seja instalada no Senado é necessário o apoio de 27 parlamentares. Juntos, DEM e PSDB somam 28 senadores. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), afirmou, no entanto, que a idéia é conquistar 35 assinaturas para evitar que o governo atue para esvaziar o pedido. Segundo a reportagem apurou, dois senadores do DEM pediram para não assinar o pedido de CPI de imediato. Edson Lobão (MA) e Adelmir Santana (DF) pediram para apoiar o requerimento apenas se houver necessidade, alegando problemas políticos. Lobão quer evitar confrontos com a família Sarney, que é contrária à CPI. E Santana teme perder influência no Sebrae caso apóie a CPI.
Virgílio disse que a CPI do Senado irá trabalhar em consonância com a da Câmara e não descartou a possibilidade de as duas se fundirem. “Estamos trabalhando na CPI porque há uma pendência na Câmara”, afirmou. A possibilidade mais concreta, no entanto, é que haja duas CPIs: uma na Câmara e outra no Senado, como ocorreu com a CPI da Nike e a do Futebol. A primeira funcionou no Senado e a segunda na Câmara – ambas investigaram irregularidades no futebol.
O líder do PSDB disse que a decisão do partido de apoiar a CPI não tem relação com a pressão que os petistas fazem em São Paulo para investigar supostas irregularidades na gestão do ex-governador Geraldo Alckmin. “Não tenho preocupação com o que possa acontecer lá em São Paulo. Se os petistas acham que é dever deles investigar, que investiguem”, disse. (Folhapress)
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