Por Hieros Vasconcelos
Prestes a completar dois meses de investigações sobre a morte do servidor público Neylton Souto da Silveira, 48, ocorrido na Secretaria Municipal de Saúde, o inquérito policial continua a correr em segredo pela Justiça e a polícia não apresenta resultados nem esclarecimentos à população. Embora o delegado-chefe, João Laranjeira, tenha afirmado que apresentará resultado das investigações até o dia 7 de março, quando o inquérito completará 60 dias, a delegada Dilma Nunes negou a declaração e afirmou que não há prazo estipulado para elucidar o caso. Ela relatou ainda que novos nomes surgiram no caso e alguns funcionários da Secretaria Municipal de Saúde deverão ser interrogados até o final do mês. Mais uma vez, preferiu não revelar nomes e disse acreditar que o caso “caminha” para a elucidação. A afirmação de que as investigações “caminham de vento em popa” parece meio estranha diante da negação dos dois vigilantes na participação do crime. Josemar dos Santos e Jair Barbosa da Conceição foram acusados de matar o servidor com pancadas, mas negaram a acusação quando foram fazer a reconstituição do assassinato na secretaria, dia 14 deste mês. Para piorar, alegaram terem confessado a execução “sob tortura da polícia”. Uma fonte oficial, que preferiu não ser revelada, informou que há a possibilidade de a polícia ter descoberto outra motivação para o crime. Outrora especulado como uma queima-de-arquivo, a fonte informou que o caso pode tomar outro rumo. “Talvez não seja nada ligado com queima-de-arquivo. Vamos esperar para ver”, disse, preferindo não comentar mais. Antes disso, a polícia chegou a prender a ex-subsecretária da SMS, Aglaé Souza, e a ex-consultora do órgão, Tânia Pedroso, como acusadas de serem as mandantes do crime. Entretanto, ambas foram liberadas no dia 15 deste mês por força de um habeas-corpus concedido pelo desembargador Mário Alberto Hirs. Já os vigilantes continuam detidos em celas diferentes da 1ª DP. Os defensores deles travam uma batalha judicial para também conseguir habeas-corpus, alegando que é incorreto conceder um relaxamento apenas para as duas acusadas de mandantes, uma vez que a polícia afirma que todos participaram do crime.
Um Carnaval em São Paulo
; Um dia após ser liberada, a ex-consultora Tânia Pedroso pôde viajar para São Paulo com o intuito de visitar a mãe, que, segundo ela, estaria com problemas de saúde. Teve o privilégio de passar o Carnaval ao lado da família, em outro estado, enquanto os vigilantes viram o sol nascer quadrado. A autorização para a viagem foi concedida pela Justiça, logo após Pedroso prestar depoimento na sede do Comando de Operações Especiais (COE), praticamente ao lado do Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães. Ela foi ouvida pela delegada titular à frente do caso, Dilma Nunes, que se deslocou de seu local de trabalho, na 1ª DP, até o COE. Pedroso participou da oitiva na companhia de seu novo advogado, Marco Antonio José Sadeck, que também embarcou para São Paulo. Uma fonte da Polícia Civil informou que Pedroso está sendo monitorada pela polícia em cada passo que dá no estado paulista. No entanto, a promotora do MP designada para acompanhar o caso, Armênia Cristina Santos, afirmou que a acusada poderá ser presa novamente caso não compareça a um novo depoimento. Segundo a promotora, a 1ª Vara do Júri não foi comunicada sobre a viagem. Já a delegada Dilma Nunes, quando questionada pela equipe da Tribuna, mentiu sobre a viagem e afirmou desconhecer a informação de que Pedroso havia embarcado para São Paulo.
Fonte: Tribuna da Bahia
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