sábado, maio 13, 2006

Série de ataques causa 30 mortes em SP; polícia prende 16 suspeitos

Por: Lívia Marra (Editora de Cotidiano Folha Online
Entre a noite de sexta-feira (12) e a manhã deste sábado, criminosos promoveram ao menos 55 ataques que tiveram como alvos policiais, guardas municipais e agentes penitenciários, em diferentes pontos do Estado de São Paulo. A onda de violência é considerada uma resposta do PCC (Primeiro Comando da Capital) à decisão do governo do Estado de isolar líderes da facção criminosa. As ações deixaram, no total, 30 mortos.Morreram 11 PMs --três deles não estavam trabalhando--, cinco policiais civis em folga, três guardas municipais em serviço, quatro agentes penitenciários em folga e dois civis --a namorada de um policial e uma possível vítima de bala perdida. Segundo a Secretaria da Segurança, 16 suspeitos de envolvimento nos crimes foram presos e cinco morreram em confrontos.
Nilton Fukuda/Folha Imagem
Posto móvel foi atacado na zona leste da capitalSomente na cidade de São Paulo, os criminosos promoveram 31 ataques: cinco no centro, três na zona norte, dois na zona oeste, oito na zona sul e 13 na zona leste.Segundo balanço da Secretaria da Segurança, as ações também ocorreram na Grande São Paulo --dois em Guarulhos, um em Santo André, um em Jandira e um em Jundiaí--, no litoral --dois no Guarujá e um em Cubatão-- e no interior --Araras, Campo Limpo Paulista, Itapira, Mogi Mirim, Ourinhos, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santa Bárbara d'Oeste, Várzea Paulista.ReaçãoA onda de ataques ocorreu após a transferência, na quinta-feira (11), de 765 presos para a penitenciária de Presidente Venceslau, no interior. A idéia era isolar a facção criminosa.Na sexta, oito integrantes do PCC foram levados para depoimento no Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), na zona norte de São Paulo, incluindo o líder da facção, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola. A facção estaria planejando uma série de crimes e rebeliões.Neste sábado, o governador Cláudio Lembo (PFL) disse que o governo sabia, na quarta (10), que as transferências poderiam provocar "conseqüências". "Pensamos em todas as possibilidades e também nos riscos que nós poderíamos correr. Mas era preciso combater o que estava ocorrendo e acontecendo.""Nós não estamos com bravatas nem com timidez. Estamos com a segurança de quem cumpre a lei e o Estado de Direito", disse o governador.O comandante-geral da PM, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, afirmou que a corporação estava em alerta, com equipes de prontidão, para possíveis reações. "Acreditamos que o número de mortes, inclusive, foi bem menor se não tivesse esse tipo de alerta", disse.Em entrevista que contou com a cúpula da Segurança no Estado, o secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, descartou uma possível falha do governo na estratégia de isolar a liderança do PCC."Acho que a medida que o governo tomou era necessária, ainda que tenha ocorrido esta resposta, porque o governo tem que agir, tem que cumprir a lei e ser firme em suas ações."PresídiosNa sexta, enquanto líderes da facção estavam no Deic, presos iniciaram rebeliões na penitenciária 1 de Avaré e na penitenciária de Iaras, ambas no interior.As ações criminosas ganharam proporção e os motins se espalharam, neste sábado, para outras 21 penitenciárias e CDPs (Centros de Detenção Provisória) do Estado. Das 23 unidades, 20 permaneciam rebeladas às 15h30. Há reféns.

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