Por: Tiago Pariz, repórter Último Segundo em Brasília
BRASÍLIA – O presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), conseguiu garantir que sete deputados, dos oito que anunciaram a saída do órgão em protesto contra as absolvições dos envolvidos no "mensalão", permaneçam até a conclusão dos próximos trabalhos.
Os deputados Júlio Delgado (PSB-MG), Orlando Fantazzini (PSOL-SP), Chico Alencar (PSOL-RJ), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Nelson Trad (PMDB-MS), Marcelo Ortiz (PV-RJ), Cláudio Magrão (PPS-SP) e Cezar Schrimer (PMDB-RS) haviam deixado o Conselho nesta quinta-feira, em protesto contra a absolvição de João Paulo Cunha (PT-SP), o oitavo envolvido no escândalo do mensalão que escapou da perda do mandato.
Júlio Delgado é o único que manteve a postura, mas Izar tentará convencê-los a permanecer. "Meu trabalho no Conselho de Ética termina hoje", disse o deputado do PSB de Minas Gerais.
Schrimer também protestou: "A absolvição significa que pegar dinheiro de empresa não é anti-ético, que mentir não é indecoroso e que fazer contrato que fere o interesse público também não é anti-ético", disse o deputado do PMDB que era relator do processo contra João Paulo.
Ele aproveitou para criticar os colegas parlamentares dizendo que a inocência significa que a Câmara é complacente com atos ilícitos e irregulares. “O que disseram foi o seguinte: 'repitam tudo o que já foi feito. Nada vai acontecer com ninguém'".
O Conselho de Ética é composto por 15 membros titulares e 15 suplentes. Entre os que haviam anunciado a renúncia, apenas Ortiz e Magrão são suplentes.
O texto sobre a cassação de João Paulo continha três pilares: 1) O recebimento de R$ 50 mil de recursos ilegais do empresário Marcos Valério de Souza; 2) Tráfico de influência na relação com Valério; e 3) Irregularidades cometidas em processo licitatório na Câmara.
Fonte: Último Segundo
Nenhum comentário:
Postar um comentário